quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Palocci, Dirceu e Lula negociam a privatização de aeroportos lucrativos com empreiteiras e governadores

Jorge Serrão

O submundo das empreiteiras confirma que dois grandes grupos trabalham intensamente para conquistar, previamente, no jogo político de cartas marcadas, a privatização dos lucrativos aeroportos Tom Jobim e Viracopos. O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro interessa ao grupo suíço Dufry (que já controla as operações de free-shopping no Brasil, depois que comprou a Brasif, em 2006). Os estrangeiros selam o negócio se fecharem uma parceria com a Odebrecht. Já o aeroporto de Campinas, onde se movimenta por dia US$ 50 milhões de dólares em importações, interessa ao grupo Andrade Gutierres.

O desgoverno do chefão Lula também pretende privatizar os aeroportos de Confins, em BH, Juiz de Fora e Uberlândia. O Aeroporto da Pampulha permaneceria com a Infraero, pois só opera com jatos e não dá lucro. Lula negocia a proposta entreguista dos aeroportos, pessoalmente, com os governadores Sérgio Cabral Filho e com os tucanos Aécio Neves e José Serra. Assim, os grandes grupos ligados a todos eles participarão do mega-negócio, sem conflitos desnecessários.

Nos bastidores, os grandes pilotos da privatização dos aeroportos são o deputado federal Antônio Palocci Filho e o ministro informal José Dirceu de Oliveira e Silva.

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, muito mais interessada em ser candidata a presidente em 2010, também acompanha, tecnicamente, o complicado negócio de privatizar os aeroportos lucrativos. Tudo vai depender de Medida Provisória ou de regulamentações aprovadas pelo Congresso Nacional e por Assembléias legislativas estaduais. Sem o tradicional “molha mão” para convencer deputados, fica inviabilizada a parceria público privada (PPP) dos grupos econômicos nacionais e transnacionais com a Infraero.

Só os aeroportos Tom Jobim e Viracopos são responsáveis por 40% da receita da Infraero. Com 35 anos de existência, a Infraero administra 67 aeroportos, sendo 34 internacionais, 81 unidades de navegação aérea, além de 32 terminais de carga aérea. Os recursos carreados nos poucos aeroportos lucrativos ajudam a cobrir os deficitários. A tática do desgoverno entreguista é sufocar, aos poucos, uma empresa que é a terceira maior no mundo na administração de aeroportos. Alerta Total


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