sábado, 6 de setembro de 2008

Ibope: Berger e Amim empatam em Florianópolis

A segunda pesquisa do Ibope em Florianópolis mostra que os candidatos Dário Berger (PMDB) e Esperidião Amin (PP) estão empatados tecnicamente. Considerando a margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, os adversários dividem a liderança. O peemedebista tem 27% das intenções de voto, contra 22% do ex-governador. César Souza Júnior (DEM), que foi citado por 16% dos eleitores, divide o terceiro lugar com Amim. Ambos também estão empatados tecnicamente. A quarta colocação ficou para Ângela Albino (PCdoB), com 7%. Nildomar Freire (PT) tem 3%, Afrânio Boppré 2% e Joaninha Oliveira 1%. Votos brancos e nulos representam 7% e 13% do eleitores estão indecisos. O instituto ouviu 895 pessoas entre os dias 2 e 4 de setembro. A pesquisa, encomendada pela RBS TV, foi registrada na 12ª Zona Eleitoral com o número 317/08.

Pesquisa espontânea

O cenário da pesquisa espontânea mostrou Dário Berger com 23%, seguido de Amin com 17%. Souza Júnior teria 7%, Ângela Albino 5%, Nildomar Freire 2% e Afrânio 1%. A candidata do Psol aparece com menos de 1%.

Segundo turno

Na simulação de segundo turno, Berger venceria contra Amin (41% a 38%) e Souza Júnior (41% a 34%). Na disputa entre o ex-governador e o democrata, o resultado seria de 38% contra 35%, respectivamente. Redãção Terra


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Reação contra o grampo evitou crise institucional

A ação rápida e convincente do governo conseguiu evitar que o episódio dos grampos a altas autoridades federais se transformasse numa crise entre os poderes ao longo dos últimos dias. Na semana passada, reportagem de VEJA mostrou que o descontrole chegou ao extremo de agentes a serviço da Agência Brasileira de Inteligência terem interceptado ilegalmente uma conversa telefônica entre o ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, e o senador Demóstenes Torres, um dos líderes oposicionistas no Congresso.

De imediato, o presidente Lula afastou o diretor da Abin, Paulo Lacerda, e toda a cúpula do órgão. Também mandou instaurar sindicância para apurar o envolvimento de servidores da agência estatal na instalação de escutas e na obtenção e manuseio de informações através da captação de diálogos telefônicos sem autorização judicial. O presidente ainda determinou ao Ministro da Justiça que acionasse a Polícia Federal para investigar o caso e encaminhasse ao Congresso um projeto de lei estabelecendo punições severas aos espiões que atuam à margem da lei.

A ofensiva contra os subterrâneos da espionagem oficial só começou depois que o presidente percebeu a iminência da crise. Na segunda-feira, o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, foi ao Palácio do Planalto acompanhado de dois colegas da corte cobrar uma ação concreta e imediata do governo contra o ataque dos espiões oficiais. A reunião teve a participação dos ministros Nelson Jobim, da Defesa, e Tarso Genro, da Justiça.

Rede nacional – Depois do encontro, Lula conversou longamente com Jobim. Ex-presidente do STF e ex-deputado, o ministro alertou o presidente sobre o risco de uma crise institucional. Se Lula não tomasse uma atitude rapidamente, alertou Jobim, compraria uma briga com o Judiciário e com o Legislativo que teria resultados imprevisíveis. Jobim tinha razão. Os ministros do STF pensavam até em convocar cadeia nacional de rádio e televisão para denunciar a perseguição patrocinada por agentes do estado contra o Judiciário e o Congresso. Permaneceriam reunidos em sessão secreta até que alguma medida fosse anunciada “Nesse momento, o presidente percebeu que a coisa era muito grave”, disse a VEJA um ministro com gabinete no Palácio do Planalto.

A decisão de afastar todo o comando da Abin, porém, só foi anunciada depois que Jobim mostrou ao presidente documentos que provariam que a agência possuía aparelhos capazes de fazer escutas telefônicas e ambientais – informação que havia sido negada pelo general Jorge Félix, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Revista Veja com imagem da IstoÉ
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Opinião: Você já foi a Roraima?

Maria Lucia Barbosa

Enquanto o escândalo que envolve espionagem do presidente do STF e de altas figuras da República, espera para ser suplantado pelo da semana seguinte, a conflituosa questão da Reserva Raposa Serra do Sol deixou de freqüentar os noticiários. Espera-se pela decisão do STF para saber se apenas alguns poucos índios poderão ficar sobre uma imensa área de Roraima enquanto rizicultores serão expulsos.

Também no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina o governo que agraciar índios aculturados que hoje preferem um Pajero ao Pajé, com vastidões territoriais. Isso sem falar nos quilombolas, ou seja, aqueles que se dizem descendentes dos escravos e que também terão sua vingança contra o branco mau.

Parece que um frenesi de redenção populista acometeu o governo Lula. Todas as “dívidas” históricas devem ser pagas, inclusive, a países latino-americanos. Para a Bolívia, onde habita um povo sofrido e governa um companheiro com o charme politicamente correto da descendência indígena, o governo Lula doou instalações da Petrobrás com prejuízo de um bilhão e quinhentos milhões de dólares para o Brasil. Muito também já foi doado a países africanos e agora se prepara a doação de Itaipu para o presidente, ex-bispo e companheiro Fernando Lugo.

Recordemos que nas colônias da América Espanhola, por volta de 1771, o mestiço denominado crioulo, meio espanhol, meio índio, ao mesmo tempo dominado e discriminado pelo europeu que lhe negava acesso às esferas mais altas do poder, e dominador e discriminador em relação ao “mau selvagem”, descarregou sobre este seu complexo de inferioridade.

A partir de 1810, porém, quando se inicia o processo de independência das colônias hispânicas, uma ideologia inversa à que existia fez com que os crioulos de declarassem “índios de honra”. Emergiu o “bom selvagem” que passou a ser cantado em verso e prosa.

No Brasil não havia as civilizações adiantadas dos Astecas, dos Maias, dos Incas e nossos índios se encontravam no nível pré-histórico. Hoje devem restar poucas tribos em estado primitivo, mas, mesmo assim, parece haver um propósito da parte do governo Lula de exaltar o mito do “bom selvagem”. De novo a velha tática de dividir para governar que joga negros contra brancos, pobres contra ricos e agora índios contra “não índios”, termo que é mais uma pérola da língua petês.

Muito a propósito, um amigo virtual, Gilberto, de Curitiba, me perguntou: “Você já foi a Roraima”? Disse-lhe que não e ele seguiu pelo e-mail dizendo:

“Eu já fui, na década de 70, quando esses arrozeiros estavam desbravando aquela região sem estradas, sem médicos, sem comunicações”.

“Sobrevoei a região até a fronteira da Venezuela”. “Dava medo”. “Estávamos em um monomotor e eu sabia que se tivéssemos uma pane, desceríamos em um ermo onde ninguém nos acharia antes de sermos comidos pelas feras ou pelos mosquitos”.

“Foi ali que os arrozeiros se estabeleceram. Pacificamente, sem matar um só índio, até porque sobra terra para pouco índio (menos de um por quilômetro quadrado).

“Esse pioneiros, se fossem do MST, teriam toda proteção do governo petista porque seriam sem-terra ocupando uma área abandonada, de acordo com o direito de posse garantido pela Constituição”.

“Mas eles não são do MST”. “Não vivem sustentados pelas bolsas-esmolas nem comem o que lhes é enviado pelo governo em cestas básicas”. “Os arrozeiros prosperam com seu trabalho e sua coragem, o que é um crime aos olhos da esquerda”.

“Então, devem ser expulsos para em seu lugar virem os índios que nada farão com aquela terra, exceto vender seus recursos para quadrilhas de brancos e comprar caminhonetes importadas, como tem acontecido em todas as reservas indígenas”.

“Outro dia assisti a um documentário sobre esse caso e achei muito emblemática uma passagem: depois de um monte de asneiras de antropólogos sobre a preservação da ‘cultura indígena’, o documentário passou a mostrar um bando de índios entrando num barco a motor e se embrenhado pela floresta para caçar macacos”. “Sim, matar macacos para comer faz parte da ‘cultura indígena”.

“Mas como aqueles índios caçaram”? “Caçaram com espingardas modernas que não davam a mínima chance aos nossos pobres primos arborícolas”. “Ao final, voltaram no mesmo barco a motor e, chegando à maloca, o chefe do bando disse: ‘agora, de acordo com nossa cultura, vamos fazer sopa de macaco”.

“Que lindo, é preciso preservar isso, uma atividade tipicamente indígena, herdada de ancestrais milenares: barco a motor e caça com espingarda”.

“Agora imagine se os luminares do PT resolverem restaurar as culturas indígenas destruídas pelo branco no Brasil?” “Uma das primeiras coisas que retornará será o canibalismo praticado pelos tupinambás. E se os mexicanos, seguindo o exemplo, resolverem restaurar a antiga cultura asteca, haja coração, no sentido mais lato da expressão”.

Será, pergunto, que os petistas sonham em restaurar o comunismo tribal em pleno século 21?

Duvido, eles adoram as delícias do capitalismo. E os índios também. Blog Alerta Total

Maria Lucia é socióloga, professora, escritora
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sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Rebeca Gusmão é banida do esporte

 

A Federação Internacional de Natação decidiu suspender definitivamente do esporte a nadadora brasileira Rebeca Gusmão, que teve duas acusações de doping comprovadas, informou a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (Cbda) nesta sexta-feira.

"A Cbda vem tornar público que acaba de receber da Federação Internacional de Natação o inteiro teor da decisão do Painel de Doping da Fina que resolve suspender por toda vida, a partir de 18 de julho de 2007, a atleta Rebeca Gusmão", informou a Cbda em breve comunicado.

A decisão da Fina segue o regulamento da Agência Mundial Antidoping (Wada), que determina a exclusão do esporte para qualquer atleta que tenha dois casos de doping comprovados na carreira.

Rebeca, que em maio foi condenada a dois anos de suspensão por um exame antidoping positivo durante os Jogos Pan-Americanos do Rio, em julho de 2007, recebeu a segunda suspensão também de dois anos em julho passado, por um exame positivo realizado durante o Campeonato Brasileiro de 2006.

Nos dois casos, a substância proibida encontrada no organismo de Rebeca foi a testosterona, hormônio masculino.

A nadadora entrou com recurso contra a condenação referente ao Pan-Americano na Corte Arbitral do Esporte (CAS), e o caso ainda está sendo avaliado. Ainda assim, a Fina decidiu suspendê-la definitivamente das competições.

No final de 2007, a Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa) decidiu cancelar os tempos e cassar as medalhas conquistadas por Rebeca no Pan daquele ano. A nadadora havia conquistado a medalha de ouro nos 50m e 100m livre, a de prata no revezamento 4x100m livre e o bronze no 4x100m medley. Estadão Online


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Riqueza mundial se concentra há seis anos, enquanto o Brasil perde empresas e a classe média se endivida

Jorge Serrão

A crise econômica em vigor no atual globalitarismo não tem o menor efeito sobre quem tem muito dinheiro. A riqueza pessoal em todo o planeta, que hoje soma US$ 109,5 bilhões, cresceu 5%. A riqueza também está cada vez mais concentrada entre os mais ricos. Cerca de 1% dos lares detinham 35% da riqueza mundial no ano passado. Os cerca de 0,001% mais abastados - famílias que possuem pelo menos US$ 5 milhões em ativos - acumularam US$ 21 bilhões, ou um quinto da riqueza mundial. O informe sobre riqueza mundial, divulgado ontem pela Boston Consulting Group revela que o mundo continua criando novos milionários rapidamente.

O dinheiro concentrado e sobrando facilita mega-negócios. Não foi à toa que as fusões e aquisições de empresas no Brasil movimentaram US$ 62,3 bilhões até agosto deste ano. A economia brasileira, desde a privataria de FHC, se torna cada vez mais transnacional e dependente. A má gestão Lula colabora para o agravamento da colonização brasileira com a política econômica que mantém o real artificialmente valorizado. O esquema prejudica setores que lucram com a exportação, e barateia o valor patrimonial das empresas que acabam assimiladas pelo grande capital motel. Enquanto isso, a classe média brasileira, iludida pela dita-dura do crédito mole, se endivida cada vez mais.

A tendência mundial é de cada vez mais concentração de renda. Em 2007 se registrou o sexto ano consecutivo de expansão da riqueza. O número total de lares milionários cresceu 11%, totalizando US$ 10,7 milhões no ano passado. O maior salto em 2007 ocorreu em países emergentes da Ásia e América Latina. O crescimento mais rápido ocorreu nos lares das regiões em desenvolvimento, como China e os países do Golfo Pérsico, e entre famílias que já eram ricas.

A riqueza cresceu com maior força nos lares da Ásia e América Latina, com aumento de 14%. O crescimento foi impulsionado pela produção na Ásia e as matérias-primas na América Latina e Oriente Médio, assim como maior estabilidade política e do tipo de câmbio. O estudo mostra ainda que os bancos, corretores e administradores não têm outra opção a não ser expandir sua presença em regiões de rápido crescimento. Dubai e Cingapura estão se transformando em centro financeiro oferecendo, com toda competência, refúgios tradicionais, como a Suíça. Blog Alerta Total


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Opinião do Estadão: As instituições reagem

Grampolandia

A afronta da interceptação ilegal de uma conversa telefônica do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, com o senador Demóstenes Torres, do DEM, revelada no último fim de semana, começa a ter um desdobramento positivo: a aliança das instituições no combate à endemia nacional do grampo. A constatação uníssona e concomitante de que se passou da conta em matéria de violação da privacidade dos brasileiros parece infundir nos Três Poderes um senso compartilhado de urgência da adoção de medidas de controle e repressão à bisbilhotagem. É fato que ainda agora o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Felix, receitou "não abrir a boca" como única defesa contra a intrusão presumivelmente inevitável nos telefonemas de cada qual. É fato também que, há poucas semanas, o titular da Justiça, Tarso Genro, abriu o coro dos resignados, aconselhando "falar ao telefone com a presunção de que alguém está escutando".

Apesar disso, ganha corpo a idéia de que se está longe de ter feito o possível para enfrentar a praga das escutas - clandestinas ou autorizadas. Estas últimas - mais de 400 mil no ano passado - constituem uma aberração que enfim começa a ser reconhecida como tal na cúpula do Judiciário. "Devemos fazer mea culpa", diz o novo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Cesar Asfor Rocha, sobre a "banalização" das quebras de sigilo telefônico determinadas por juízes em todo o País. Criou-se uma rotina perversa pela qual elas são solicitadas - e concedidas com naturalidade -, não para confirmar suspeitas robustas no curso de investigações policiais, mas para ver no que dá. Duas iniciativas contra os arrastões telefônicos entraram na ordem do dia, configurando um pacto entre o Judiciário e o Legislativo em defesa do que, nas palavras irrefutáveis do ministro Asfor, há de mais sagrado para qualquer cidadão, "o resguardo de sua intimidade".

De um lado, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão de controle do Judiciário, presidido pelo titular do Supremo Tribunal Federal, está para emitir uma resolução contendo normas destinadas a orientar a magistratura diante de pedidos de escuta para apuração de delitos. De outro lado, o presidente do Senado, Garibaldi Alves, prevê que na próxima semana a Casa aprovará um projeto, negociado previamente com o Ministério da Justiça, estabelecendo parâmetros mais severos para a autorização e o acompanhamento das gravações telefônicas. De autoria do senador Jarbas Vasconcelos, do PMDB, a proposta estipula, entre outras restrições, que o juiz deverá consultar o Ministério Público antes de permitir o grampo requerido. Além disso, a cada 60 dias os responsáveis pelo respectivo inquérito deverão submeter ao juiz as gravações efetuadas para que confira se elas correspondem ao autorizado ou se descambaram para a bisbilhotagem.

Na mesma linha, o presidente do Superior Tribunal de Justiça propõe a criação de uma instância, na Corregedoria Nacional de Justiça, para julgar abusos. Ele cita o precedente do colegiado de juízes de primeiro grau instituído em São Paulo para receber denúncias de excessos cometidos por colegas. Não há por que recear que esses procedimentos necessariamente "inviabilizem" as escutas em investigações, como diz o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Trata-se de inviabilizar aquelas a partir das quais os investigadores imaginam pescar indícios veementes de malfeitorias, o que deveria, isso sim, preceder as interceptações. Mais complexa é a repressão ao grampo clandestino, sobretudo quando feito por particulares. Em parte pelo acesso aos equipamentos eletrônicos que entram no País "até de forma legal", como admite Tarso Genro; em parte, no caso de órgãos públicos, quando o descontrole de suas atividades e a anarquia tolerada dentro deles é um incentivo aos arapongas a serviço seja lá de quem e do que for.

"O Estado não pode se tornar um Grande Irmão", disse ele, ao falar da nova versão do projeto do governo, já enviado ao Congresso, que aumenta as penas previstas no texto original para as escutas ilegais. Mas, conquanto desejável, o endurecimento das punições não exime o Planalto do principal: enquadrar e impor o estrito respeito à lei a organismos como a Abin e a Polícia Federal.


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quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Magno Malta defende aprovação de projeto de combate à pedofilia para garantir efetividade da Operação Carrossel

 

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, senador Magno Malta (PR-ES), atribuiu à cooperação entre o colegiado e a Polícia Federal o sucesso da Operação Carrossel 2, que, nesta quarta-feira (3), executou 113 mandatos de busca e apreensão em residências e empresas envolvidas em denúncias de pedofilia.

Para garantir a efetividade da operação, porém, o senador considera fundamental que a Câmara dos Deputados aprove o quanto antes o projeto (PLS 250/08) que tipifica a posse de imagens com pornografia infantil, já aprovado no Senado.

- Não queremos operações que apreendam os computadores e deixem os pedófilos soltos - disse.

De acordo com Magno Malta, os alvos da operação foram identificados a partir da quebra de sigilo, determinada pela CPI, de álbuns fechados de usuários do Orkut, site de relacionamento mantido pelo Google. A troca de informações entre PF e CPI permitiu que fossem identificados os endereços IP de onde o material pedófilo foi postado e a posterior localização física dos computadores. A operação também mobilizou as autoridades policiais de cinco países: Israel, República Tcheca, Japão, Senegal e Portugal.

O delegado Adalton Martins, chefe da Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF, concorda com a avaliação do senador em relação à colaboração entre a instituição e o Senado. Para ele, a ampliação do diálogo com provedores de Internet - conseqüência do trabalho realizado pela CPI - é fundamental para que as autoridades policiais cheguem com maior rapidez aos pedófilos que atuam na rede mundial.

As máquinas e demais provas que estão sendo recolhidas pela Polícia Federal serão agora periciadas e, confirmadas as denúncias, os responsáveis serão presos e responderão criminalmente pela exploração sexual de crianças e adolescentes. Agência Senado


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Lula treme porque foi vítima de grampos, Jobim conspira contra o General Félix e crise já sai do controle oficial

grampo

Jorge Serrão

O chefão Lula da Silva teme que suas conversas telefônicas tenham sido monitoradas. O presidente tem certeza de que foram grampeadas. Embora negado publicamente, o mesmo medinho é partilhado pelo chefe de gabinete presidencial, Gilberto Carvalho, e pelos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e José Múcio Monteiro (Relações Institucionais). O pavor aumentou quando ficou confirmado que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, estava no Palácio do Planalto quando sua conversa com o senador Desmóstenes Torres foi gravada. A ligação interceptada criminosamente foi transferida para o celular de Gilmar por sua secretária, que estava no STF.

A corte dos poderes em Brasília sempre foi palco de grampos realizados – e sempre negados – pela inteligência oficial e pela empresarial ou política. A atual onda de grampos tem alguns motivos políticos e econômicos muito fortes. O primeiro é a complicada negociação para se definir como ficará o caso da fusão entre a Oi e a Brasil Telecom. O mega negócio interessa ao banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, à cúpula do Palácio do Planalto e a uma grande empresa de telefonia controlada por banqueiros transnacionais.

O segundo caso complicado é o destino do ex-ministro Antonio Palocci Filho, em dois julgamentos no Supremo Tribunal Federal: o caso da quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, e o escândalo do lixo em Ribeirão Preto. Os grampos, de todos os lados e para todos os gostos, querem monitorar tudo sobre estes três temas explosivos. Mas o caso Palocci é o que mais assusta ao Planalto. Se Palocci (o sucessor do falecido Celso Daniel) for punido, muita gente pode ser detonada em efeito cascata.

A negada crise institucional dos grampos, que se agrava por causa de disputas internas de poder no desgoverno Lula, demonstra que a burrice tomou contra a área de inteligência. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, faz pressões de bastidor para que fique enfraquecido, mas não caia ainda, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, General Jorge Armando Félix. Nelson Jobim foi decisivo no episódio que culminou no afastamento do delegado Paulo Lacerda do comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Jobim convenceu o chefão Lula de que a existência de uma maleta de espionagem, comprada pela agência, demonstrava a fragilidade de Lacerda. Agora, o alvo direto de Jobim é Félix, que já colocou o cargo à disposição. Lula só não quer detoná-lo agora para não parecer que agiu movido por pressão da oposição.

O General ficou de filme queimado desde as revelações da Operação Satyagraha. O chefão Lula não gostou de saber do desvio de função de agentes da Abin (que ajudaram a PF), sem uma intervenção de Félix. Os puxa-sacos do Planalto detestaram o recente depoimento do General na CPI dos Grampos. Félix teria passado a impressão a impressão de que não tinha, de fato, controle sobre a estrutura de inteligência. E não tem mesmo. Quem manda é a cúpula da Casa Civil. O desgoverno só não pode admitir isto publicamente. Agora, o jogo de intrigas se amplia quando integrantes da Abin afirmam que o Exército também tem equipamentos capazes de fazer escuta telefônica. Os equipamentos da Abin e do Exército seriam idênticos.

A CPI dos Grampos da Câmara aprovou ontem pedido de quebra de sigilo da Operação Satiagraha, em que foi preso o banqueiro Daniel Dantas, e da Chacal, que investigou suposta espionagem realizada pela empresa de investigação Kroll. Também foi aprovada a convocação do Ministro da Defesa, Nelson Jobim, do diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, e do diretor afastado da Abin, Paulo Lacerda. Hoje será convidado o presidente do STF, Gilmar Mendes. Jobim deverá explicar a informação de que a Abin comprou maletas para fazer grampos. Ontem José Milton Campana, diretor da Abin afastado com Lacerda, confirmou à CPI a aquisição, em 2006, de maleta capaz de fazer escutas ambientais num raio de até 100 m.

O diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Otávio Carlos Cunha da Silva, negou nesta quarta-feira, em depoimento à CPI do Grampo, que o aparelho usado pela agência para fazer rastreamentos (o Oscor 5000) seja a mesma maleta que a Polícia Federal utiliza para grampear conversas por meio de celulares. Cunha da Silva garantiu que o aparelho da Abin só pode ser usado para captar conversas transmitidas por microfones ou outros equipamentos de escuta ambiental. Pela lei, a Abin é proibida de fazer escutas. Blog Alerta Total


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Opinião do Estadão: Brincando com a sorte

As mãos sujas de óleo do presidente, espalmadas nas costas do macacão da ministra Dilma Rousseff, na festa da primeira extração de petróleo da camada pré-sal, no litoral do Espírito Santo, serviram para marcar, literalmente, a sagração da titular do Gabinete Civil como a candidata de Lula à sua sucessão em 2010. Mais tarde, na mesma terça-feira, a "madrinha" do pré-sal, como a chamou o seu padrinho político, fez a sua parte. Falando em três eventos - um em Vitória e dois em São Paulo -, lançou o que tem tudo para ser o mote de sua campanha ainda não declarada. "O futuro já começou", disse, referindo-se ao petróleo do pré-sal. "Vem sendo construído pelo governo Lula." A questão presente, no entanto, é a temerária presunção - para a montagem de um espetáculo eleitoral - de que é fato consumado o que continuará a ser, sabe-se lá por quanto tempo, uma expectativa imersa em incertezas e na certeza de imensas dificuldades: o formidável tesouro que se presume acessível quilômetros abaixo do leito do oceano, em águas brasileiras.

Para capitalizar desde já os lucros político-eleitorais de uma riqueza que ainda não existe, Lula precisa começar pelo fim, anunciando as políticas sociais redentoras que o "bilhete premiado" do pré-sal inevitavelmente proporcionará, como se tudo o que vem antes já estivesse resolvido, para associá-las no imaginário popular a um futuro governo Dilma. Isso o leva a fazer um carnaval fora de propósito, descontadas as intenções eleitorais, como o de anteontem. Ao celebrar a extração inaugural do óleo da camada pré-sal, no Campo de Jubarte da Bacia de Campos, o presidente e o seu séquito se comportaram como se Jubarte fosse, do ponto de vista geológico e geográfico, uma amostra representativa de todo o pré-sal que se estende de Santa Catarina ao Espírito Santo. As jazidas verdadeiramente promissoras, porém, as do Campo de Tupi, na Bacia de Santos, são mais fundas (a mais de 6 mil metros, sob 2 quilômetros de sal, ante 200 metros debaixo do sal, no caso de Jubarte) e mais distantes (a 300 quilômetros da costa, em vez de 80 quilômetros).

Em Jubarte, a Petrobrás apenas conectou um poço 200 metros abaixo do sal na plataforma P-34 que já produzia petróleo de jazidas localizadas acima da camada de sal. As equações a resolver em Tupi são decerto mais complexas. A começar da busca de uma medição segura do volume passível de ser extraído - hoje fala-se em números disparatados, de 8 bilhões de barris a mais de 20 bilhões - e da qualidade das reservas. O que remete aos problemas essenciais que a retórica triunfalista do presidente escamoteia: quanto custará extrair o que existe efetivamente no pré-sal, qual será a relação custo-benefício da extração e de onde virão os vultosos recursos necessários para a exploração. O fator decisivo é a cotação do produto, que tem oscilado com uma rapidez desconcertante, por mera especulação do mercado. Em cerca de dois anos, o barril passou de US$ 30 para mais de US$ 100. Abaixo de determinado patamar, difícil de estabelecer de antemão, o negócio pode deixar de ser atrativo.

Dias atrás, numa palestra, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci - que não se deixa estontear pelos cenários de prosperidade garantida ao alcance da mão - chamou a atenção para o principal desafio posto desde já ao Brasil: como atrair os recursos indispensáveis à empreitada, tendo em conta que para os investidores ela só será viável economicamente com o preço do produto em alta. "Ou viabilizamos esse investimento", advertiu, "ou vamos ficar dizendo que 'o petróleo é nosso' - nosso lá embaixo da terra." Mandaria a decência política que o governo esclarecesse a sociedade sobre os fatores em jogo para não alimentar falsas esperanças. Mas isso, evidentemente, quebraria o encanto dessa autêntica operação de marketing eleitoral a que o presidente se entregou por inteiro - e o induz, entre outras coisas, à incoerência de ora criticar, ora glorificar a Petrobrás, promovida esta semana a "mãe da industrialização deste país" (o que é simplesmente falso).

"Deus passou por aqui e resolveu ficar", assegura Lula, "porque a (sua) sorte aumenta a cada dia." Nenhum brasileiro de mente sadia haverá de desejar que a sorte se revele, afinal, madrasta exatamente neste episódio das descobertas do pré-sal. Mas torcer pelo melhor para o País não significa omitir que Lula está brincando com a sorte.


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