sábado, 11 de outubro de 2008

Florianópolis - Dário Berger lidera pesquisas

O candidato à reeleição para a prefeitura de Florianópolis, Dário Berger(PMDB), lidera a pesquisa estimulada para o segundo turno, com 56%, enquanto Esperidião Amin (PP) tem 32%. Considerados somente os votos válidos, Dário tem 64% e Amin, 36%. Na pesquisa espontânea o peemedebista atinge 54% e o pepista, 31%.

O Ibope realizou 805 entrevistas entre os dias 9 e 10 de outubro. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
Em Joinville, onde também haverá segundo turno, a pesquisa foi realizada pelo Instituto Mapa. Carlito Merss (PT) lidera a estimulada com 60,2% e Darci de Matos (DEM) tem 26,2%. Na intenção de votos da espontânea, Merss obtém 55,7% e Darci, 23,9%.
O Mapa perguntou aos 805 entrevistados em quem não votariam de jeito nenhum. O democrata alcança 35,3% e o petista, 16,1%. A pesquisa foi realizada entre os dias 9 e 10 de outubro e tem uma margem de erro de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos. DC Online

A opinião de César Valente

A pesquisa Ibope/RBS divulgada hoje coloca Dário Berger em grande vantagem, para o segundo turno (56%). Esperidião Amin, na pesquisa, cresceu muito menos do que seria necessário, para que se considerasse a disputa equilibrada (ficou com 32%).

Aí, dirão vocês: mas dá pra confiar em pesquisas? Bom, digamos que dá pra confiar desconfiando. É possível que tenha acontecido, como na pesquisa anterior à eleição do primeiro turno, um “arredondamento” pra cima no caso do candidato preferencial das novas elites e um “enxugamento” que mirrou as intenções no grande inimigo histórico. Mesmo assim, não é de duvidar que Amin não tenha ainda virado o jogo.

Ontem ouvi, de algumas pessoas, que a intenção delas, ao votar no Dário, era apenas derrotar – de vez – a família Amin (tinham algumas contas a acertar, sequelas de algum ou alguns dos governos passados). E o Dário? “Bom, desse a Justiça vai se encarregar”, disseram, confiantes que o clã Berger não terá vida tão longa quanto as oligarquias que o precederam. Achei um racioncínio tosco. Até porque é possível que os Berger, com duas prefeituras e a perspectiva de vôos cada vez mais altos, passem a ser mais cuidadosos e a deixar menos rabos. Mas recolhi minha viola, porque, concordando com essa história, estava um grupo relativamente grande e em política, como futebol, não tem muita gente disposta a argumentar racionalmente. De Olho na Capital


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Um abraço pessoal e até semana que vem

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E não se preocupem com a crise. É só uma “marolinha”.


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Meteram a mão no baleiro - Presidente aceita renúncia de ministros no Peru

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O presidente do Peru, Alan Garcia, aceitou nesta sexta-feira a renúncia de todos os ministros de seu gabinete, inclusive do primeiro-ministro Jorge del Castillo. Os ministros entregaram seus cargos na última quinta-feira, depois de denúncias de que membros do governo e do partido do presidente estariam envolvidos em fraudes no sistema de licitações para concessões para exploração de petróleo no país.

O premiê negou qualquer envolvimento com o caso e afirmou que os membros do gabinete saem com a "consciência tranqüila".

No último domingo, uma emissora de televisão divulgou gravações de áudio que mostram Alberto Quimper, ex-diretor da estatal Perúpetro (que administra as licitações), e Rómulo León, ex-ministro do primeiro mandato de Garcia (1985-1990), afirmando que receberam pagamentos ilegais da empresa petrolífera norueguesa Discovery Petroleum.

O primeiro-ministro Del Castillo é mencionado nas gravações como alguém que participaria do esquema de fraude nas licitações.
O ministro das Minas e Energia, Juan Valdivia, e mais dois membros de seu gabinete já haviam sido forçados a renunciar na terça-feira.

Investigação

Discovery Petroleum, que ganhou a licitação no Peru, também nega as acusações. Apesar disso, Garcia suspendeu cinco contratos com a companhia na última segunda-feira.

O Congresso do Peru aprovou uma investigação sobre as concessões petrolíferas desde 2006 e vai analisar os contratos assinados entre o país e empresas petrolíferas estrangeiras.

Nos últimos anos, o setor energético do Peru vem impulsionando a captação de milhões de dólares em investimento estrangeiro para a enorme indústria de mineração do país e para o crescente setor de gás e petróleo.

O escândalo poderá abalar ainda mais a confiança da população no governo, cujos níveis de popularidade estão bastante baixos.
Uma pesquisa recente divulgada pelo instituto Ipsos Apoyo indicou que a popularidade de Alan García caiu para 19% no mês passado, em comparação com os 63% de aprovação registrados quando ele assumiu o poder, há dois anos. Último Segundo

Comentário: Lá o ministério renuncia. Aqui, além de zombarem da nossa cara, terem foro privilegiado, a proteção do STF assegura a impunidade dos nossos ilustres políticos e governantes. Bonito pro nosso escórno!


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Quedas das bolsas atinge grandes empresas da internet

As grandes empresas americanas da internet, como Google e Yahoo!, viveram uma semana de tensão com a queda das bolsas internacionais e baixas que foram em quase todos os casos de porcentagens de dois dígitos.

A poucos dias de alguns dos grandes do setor  apresentarem resultados trimestrais, o Google, cujos títulos eram negociados há apenas três meses acima dos US$ 500, fechou hoje a US$ 332, 10,2% menos que há cinco dias. Seu concorrente Yahoo! fechou a sexta-feira a US$ 12,29, frente aos US$ 15 dólares do começo da semana e já registra seu valor mais baixo em mais de cinco anos.

Alguns analistas do setor não descartam, inclusive, que a Microsoft ou outra companhia volte a lançar outra oferta sobre a portal da internet aproveitando o baixo preço dos títulos. A Microsoft tentou sem sucesso comprar o Yahoo! no início do ano por US$ 44,6 bilhões.

As ações da criadora do sistema operacional Windows caíram durante a semana para US$ 20,80, mas conseguiram se recuperar nos últimos dias e fecharam hoje a US$ 21,60, praticamente o mesmo valor da segunda-feira.

A recuperação das ações da Apple, que subiram durante o dia 9% para fechar a US$ 96,80, foi uma das únicas boas notícias de hoje. Os títulos da fabricante do iPhone caíram nada menos que 40% nos últimos meses, mas os analistas acreditam que a companhia é agora bom investimento.

Além disso, espera-se que a Apple anuncie na próxima semana o lançamento de um novo celular que custará apenas US$ 800 nos EUA que seria a resposta da empresa para a queda do consumo e a crise econômica. ClicRBS


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O que são derivativos no mercado financeiro?

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Para tentar se defender de oscilações de preços futuros de um ativo financeiro ou até mesmo alavancar suas aplicações, investidores apostam em derivativos, que são ativos financeiros que derivam, como o próprio nome já diz, de um outro ativo.

As modalidades mais utilizadas são a termo e de opções nas bolsas de valores e as operações na Bolsa de Mercadorias & Futuro (BM&F), como negociação de algumas commodities agrícolas, câmbio, ouro e índices como o futuro do Ibovespa.

Quem acha que o preço do ativo a ser negociado vai subir entra na operação como comprador. Assim, garante que, mesmo que daqui a um tempo o preço suba, ele comprará pelo preço combinado. Mas se o preço cair, o investidor pode ter que pagar pela quantia combinada, que pode ser maior do que a encontrada no mercado à vista.

Em opções, depois de pagar um prêmio ao vendedor, o comprador pode ou não exercer seu direito de compra, ou seja, pode optar. Os vencimentos ocorrem sempre na terceira segunda-feira dos meses pares do ano. Já no contrato a termo, passado o tempo combinado – os vencimentos acontecem normalmente 60 ou 90 dias a partir da assinatura do contrato – as duas partes são obrigadas a liquidar a operação.

No mercado a termo, é preciso depositar garantias. No caso do vendedor coberto (que já tem as ações), as próprias ações negociadas. Já as garantias do vendedor e do comprador descoberto são depositadas em dinheiro, títulos e cartas de fiança, por exemplo. No contrato de opções, o comprador tem que pagar uma quantia ao vendedor pelo direito, se quiser, de comprar as ações. Mesmo que não compre, o dinheiro do prêmio não é devolvido.

Liquidar antes do prazo

O economista Antônio Gonçalves explica que as operações a termo podem ser liquidadas antes do vencimento e, por isso, é definido no contrato quem pode pedir antecipação e se o valor a ser pago terá que ser integral ou proporcional ao número de dias combinado.

Os derivativos são usados para fazer hedge. Se uma empresa tem dívidas a pagar em dólar pode fechar na BM&F um contrato de dólar futuro para garantir que pagará a cotação desejada quando tiver que quitar a dívida. "Dessa forma, mesmo que a moeda americana ultrapasse a cotação fixada, a empresa comprará pelo preço combinado. Neste caso, ela estará protegida, ou seja, fez um hedge", explica Gonçalves.

Os derivativos, quando não são usados como hedge, são investimentos de alto risco. Vamos supor que alguém resolveu fechar um contrato futuro de café como vendedor e apostou que, se hoje vale R$ 14, vai custar R$ 12 daqui a 30 dias. Passado esse prazo, se a cotação cair apenas para R$ 13, e esse alguém não tiver o café, terá que comprar no mercado por R$ 13 para vender por R$ 12 (o valor combinado). Ou seja, vai perder dinheiro, explica o diretor de análise de investimentos da corretora Diferencial, Zulmir Tres. Juliana Rosa


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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Vai entender - Ex-ministro Furlan discorda de previsão do presidente Lula

O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Luiz Fernando Furlan ironizou na noite de hoje  a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o Brasil terá um Natal extraordinário. “Extraordinário?”, perguntou Furlan. Em seguida, respondeu: “Cada dia que está passando é extraordinário. Hoje, você viu a Bolsa de Tóquio caindo 9,5% e a de Londres, 9%. Certamente, foi um dia extraordinário”, disse ele, ao ser indagado por jornalistas se concordava com a declaração do presidente.

Mais cedo, durante entrevista a portais de internet, em São Paulo, Lula disse que o Natal será extraordinário para os brasileiros graças aos fundamentos do país. Isso, segundo o presidente, imunizou a economia de um contágio da crise financeira internacional em maiores proporções.

Furlan disse acreditar que o mercado brasileiro se acalme com a injeção de crédito do Banco Central. De acordo com ele, a turbulência no país foi causada pela falta de crédito externo para o setor produtivo. Essa também foi, assinalou, a razão para a alta do dólar.

O exportador, que deveria vender dólares, como não tem linha de crédito, parou de vender. Como o dólar subiu, teve que buscar cobertura indo comprar. Na medida que se colocam linhas de crédito novas, os exporadores vão irrigar o mercado vendendo dólares e tranqüilizado tudo”, disse Furlan, ao chegar no Ministério das Relações Exteriores para participar da festa em comemoração aos 200 anos do Brasil. Agência Brasil


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Dás um banho - Não perdi o sono com a crise, diz Mantega em Washington

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que está em Washington para a reunião semestral do FMI e o encontro de emergência do G20, disse nesta sexta-feira, em tom bem-humorado, que não perdeu o sono com a crise econômica global.

"Porque sou o ministro da Fazenda do Brasil, eu não perdi o sono. Acredito que meus colegas, de outros países, estão perdendo o sono, sim", disse.

"Nós não temos razão de perder o sono lá no Brasil. Temos uma situação bastante sólida, o país continua crescendo apesar da crise."

De acordo com Mantega, o Brasil só tem problemas "localizados", mas o ministro afirma que o governo agiu com rapidez para sanar as vulnerabilidades da economia nacional.

"O que não podemos é deixar faltar liquidez nesse momento. E nós temos tomado as medidas para viabilizar liquidez", afirmou.

"O Banco Central já liberou compulsório. Já houve a possibilidade de desapertar os bancos médios e pequenos", acrescentou o ministro, em referência aos depósitos que as instituições financeiras têm que fazer no Banco Central ao final de cada dia.

"Não é o caso de perder o sono porque a nossa situação, no geral, é muito satisfatória", disse Mantega. "Nós temos reservas elevadas, uma situação fiscal sólida e até o país continua crescendo, o que é bom nessa situação."

Proposta brasileira

Mantega fez mistério sobre a proposta brasileira a ser apresentada no sábado durante a reunião do G20, o grupo que reúne as principais economias emergentes e os países mais ricos do mundo e que atualmente é presidido pelo Brasil, que convocou o encontro de emergência. O ministro sinalizou, no entanto, que a atual crise exige soluções distintas das tomadas em situações anteriores de dificuldade.

"Nós vamos justamente discutir esses novos instrumentos, essa nova ação nas reuniões do Fundo Monetário Internacional, amanhã (sábado) de manhã, e do G20, amanhã à tarde, eu não vou antecipar aqui as nossas propostas", afirmou.

Para Mantega, o uso de instrumentos distintos se justifica porque "a situação é diferente de uma crise de 29, por exemplo".

"A globalização é maior, existem derivativos, hedge funds, que não existiam naquela época", disse o ministro. "Então, nós temos também que inventar armas específicas para combater os problemas da atualidade."

"Vamos ter que ser mais criativos do que já fomos", acrescentou. "Os governos estão usando os instrumentos conhecidos e temos que gerar instrumentos não conhecidos." O ministro diz acreditar que o atual quadro caótico na econômica deverá durar, no máximo, por mais algumas semanas.

"Eu acho que não é preciso permanecer numa situação tão drástica por tanto tempo seguido porque, senão, o sistema fica abalado", afirmou.

"Acredito, que nós - quando eu digo nós eu quero dizer o sistema capitalista - devemos chegar ao fundo do poço nas próximas semanas porque não dá para permanecer por tanto tempo assim, com bancos fechando e bolsas despencando", concluiu o ministro. BBC Brasil

Comentário: Como é que um istepô desses vai perder o sono com a sua conta bancária bem gordinha e guardada num lugar bem seguro? O que mais enche o culhão da gente é assistir a essa palhaçada toda e perceber que as ditas autoridades não estão nem se lixando pro povo. Pra arrumar vida de banqueiro com o dinheiro dos outros até eu dormiria tranquilo, mesmo com as contas que tenho pra pagar e não tendo de onde arrumar grana. Abusado!


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É fróida! - Lula grava no Rio depoimento para programa de Paes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ficou fora da campanha do Rio de Janeiro no primeiro turno, gravou nesta sexta-feira um depoimento de apoio ao candidato do PMDB à prefeitura da capital fluminense, Eduardo Paes.

O presidente foi convencido pelo governador Sérgio Cabral (PMDB), padrinho político do candidato, a receber Paes em um almoço na terça-feira, na cidade. Depois do encontro, ficou de analisar como participaria da campanha.

Lula optou por uma mensagem para o programa eleitoral gratuito, que volta ao ar na segunda-feira. O presidente recebeu Eduardo Paes, da coligação "Unidos pelo Rio" (PMDB-PP-PSL-PTB), e Sérgio Cabral em um hotel em São Paulo.

Em 2005, durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, Paes era deputado do PSDB e fez uma série de acusações ao presidente e a ministros petistas. Depois, foi para o PMDB, e agora faz campanha apresentando-se como aliado de Lula. Apesar o ressentimento por causa da postura de Paes no passado, assessores do presidente disseram que Lula considerou importante fazer um depoimento sobre as vantagens de o Rio ter na prefeitura um aliado do governo federal.

Paes disputa a prefeitura com o candidato da coligação "Frente Carioca" (PV-PSDB-PPS), deputado Fernando Gabeira (PV), que tem aliança com o PSDB e no segundo turno recebeu apoio do DEM, partido do prefeito Cesar Maia. Agência Estado

Comentário: O povo é muito tôlo mesmo! Quem não lembra desse Eduardo Paes malhando o Lula  e o governo do PT na CPI dos Correios e na tribuna da Câmara, quando era líder do partido tucano (veja matéria publicada aqui). Em 2005 Eduardo Paes chamou Lula de “chefe de quadrilha”. Hoje deve estar chamando o iluminado de “minha puta”. Só um eleitor muito safado pra destinar um voto sequer pra esse neo-aloprado, apoiado pelo aloprado-mor e sua camarilha no Rio de Janeiro. Tudo farinha do mesmo saco. E pensar que a gente vai ter que carregar esses malas por muitos anos ainda. O povo da Cidade Maravilhosa não marece isso. Cacalhada!


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Essa é ‘original’ - Ex-ministra Marina Silva contraria PT e apóia Gabeira no Rio

A ex-ministra do Meio Ambiente e senadora Marina Silva (PT) contrariou a orientação do seu partido no Rio e declarou apoio no segundo turno ao candidato Fernando Gabeira, do PV. Na quarta, o PT fluminense oficializou apoio a Eduardo Paes, do PMDB. O candidato petista Alessandro Molon recebeu 4,97% dos votos válidos no primeiro turno.

Segundo a assessoria de imprensa da senadora, ela comunicou ao PT nacional a decisão de apoiar Gabeira. O presidente do partido, Ricardo Berzoini, teria respeitado a decisão. De acordo com a assessoria, o PT fez uma recomendação de apoio e não uma determinação.

Nesta sexta, o candidato Fernando Gabeira disse que a ex-ministra Marina Silva está articulando um manifesto de ecologistas em torno de sua candidatura. Ele fez campanha em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. ClicRBS


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César Valente: A falência dos partidos

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Este segundo turno em Florianópolis será interessante de se acompanhar, porque vai ser uma daquelas eleições em que se poderá avaliar que tipo de influência terão os partidos políticos no comportamento do eleitor.

Votar em nomes, considerar a pessoa do candidato, em vez das suas posições políticas ou mesmo da sua folha corrida, é uma tendência que vem se consolidando a cada eleição. O sujeito votou no Cesar Jr, ou no Amin, ou na Angela, ou no Dário e, se perguntar direitinho qual é o partido (coligação, então, nem pensar), é capaz da maioria não saber.

Agora, para ganhar espaço, mostrar serviço e aparecer bem na foto, os dirigentes partidários estão fazendo seus jogos. Usam a “unidade partidária” como bandeira, mas estão mesmo é preocupados com o dia de amanhã e com a conta do supermercado. E aí anunciam que “o partido decidiu apoiar” como se estivessem transferindo, automaticamente, os votos de um curral eleitoral. E, em alguns casos, o “partido” é uma ficção e os votos que diz ter são de algum candidato, cujos eleitores provavelmente nem sabem que estão sendo ofertados como um dote.

No caso específico do Dário Berger, os partidos políticos estão todos (inclusive o PMDB) numa situação muito desconfortável. Eles sabem que o candidato é daqueles que não dá muita bola pra partido político. Sempre que a estrutura partidária oferece alguma resistência aos planos da família ou não atende às necessidades, eles mudam. Sem drama (da parte deles) e sem remorso. O partido que é “abandonado” fica amuado, choroso, lamentando a perda de um candidato com recursos e com votos, combinação rara e muito valorizada no mercado eleitoral. Foi assim com o PTB, com o PFL e com o PSDB e naturalmente, mais dia, menos dia, será com o PMDB.

Os Berger identificaram essa tendência personalista do eleitorado e estão aproveitando a onda, mantendo-se, o mais possível, descolados das legendas. Usam-nas apenas porque a legislação obriga. Então, é engraçado ver os partidos todos paparicando o candidato, tentando assegurar, para ele, para si e para os eleitores, que a vitória do Dário, se ocorrer, será devido ao grande esforço das direções partidárias, que forneceram os votos necessários, colhidos nas suas disciplinadas hostes.

Bom, este é o jogo (pelo menos como consigo ver, aqui do meu canto) e o futuro dará as informações que podem complementar o quadro: tanto apreço dos partidos pela candidatura conseguirá sensibilizar os Berger a ponto de torná-los mais partidários e menos individualistas? O eleitor que votou contra o Dário no primeiro turno mudará o voto no segundo turno? E, se o fizer, terá sido por “orientação partidária” ou porque também não gosta do Amin?

Antes de encerrar: refiro-me “aos Berger” sem qualquer conotação pejorativa. Até onde consegui observar – e sempre observei de longe – há, na família, uma precisa e eficiente divisão de tarefas. Agem sempre coordenadamente e complementarmente. O Dilmo toca as empresas e fica fora dos holofotes, o Djalma e o Dário exercem os mandatos e a Dona Rose, que, a meu ver, é o gênio político (já falei aqui, é articulada, fala muito melhor que o Djalma e o Dário, sabe exatamente onde atuar e de que forma), não é só uma primeira dama. E ninguém está brincando. Trata-se de um projeto de longo prazo, estruturado e executado segundo as melhores técnicas de marketing político. De Olho na Capital


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O sabido - Lula diz que, se a crise exigir, cortará investimentos do governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (10), em sua primeira entrevista exclusiva a portais de Internet, que o governo pode cortar gastos caso a crise financeira internacional se torne mais grave e exija esse tipo de medida.

O presidente voltou a descartar adotar um pacote para enfrentar as conseqüências da crise.

“Meu papel é passar serenidade para a sociedade brasileira. Falar a verdade absoluta ao povo brasileiro. Na medida em que essa crise chegar ao Brasil e tiver implicação na diminuição dos investimentos ou o governo for obrigado a diminuir os investimentos, com a mesma serenidade que estou dizendo que o Brasil está num momento bom, eu vou dizer: companheiros, amigos e amigas, a situação está se agravando e nós vamos ter que fazer isso, fazer isso e fazer aquilo. E anunciar as medidas”, disse.

O presidente reclamou das pessoas que criticam sua serenidade em relação a crise e comparou sua posição a de uma visita a um paciente no hospital.

Tem gente que fala: mas o presidente está muito otimista, não ta vendo a crise. Ora, meu Deus do céu. Eu sou o tipo de gente que quando vai visitar alguém no hospital, não fico contando para ele quantas pessoas já morreram daquela doença. Eu fico contando para ele daquelas pessoas que tiveram a doença e se curaram. Ou eu fico falando de outra coisa para não falar da doença. Porque tem gente que vai no hospital visitar um coitado que está quase na fase terminal e começa: ah, ontem morreram três com essa mesma doença, ontem morreram quatro. Eu não sou esse tipo de gente”, argumentou. (Captou? Eu não!)

Pacote

Ele voltou a negar que criará algum pacote para enfrentar a crise financeira internacional. “Tenho evitado trabalhar com pacote. Tenho dito ao Guido [Mantega] e ao [Henrique] Meirelles que pacote atrás de pacote esse país já quebrou a cara muitas vezes. Então, eu prefiro ir tomando as medidas pontuais, quando for necessário. Não é porque o médico fala que você tem que tomar 20 injeções que você toma todas de uma vez. Aí você vai se curar melhor do que tomar todas de uma vez. Comigo não tem pacote. Comigo será medida a medida quando for necessário tomar medidas”, salientou Lula. (Dás um banho!)

Programas Sociais

Lula voltou a dizer que não haverá restrições orçamentárias nos programas sociais do governo. Segundo ele, essas políticas custam barato e ajudam a acabar com a fome das pessoas.

“E os programas sociais vão continuar. Acho que a elevação e as conquistas sociais têm demonstrado que é capaz acabar com a fome. Todos os países do mundo podem fazer isso. Custa barato, muito barato e é muito eficaz. Ou seja, pouco dinheiro na mão de muita gente significa socializar as coisas nesse país. O Bolsa Família e os programas de investimento em educação, a saúde na escola, todos esses programas vão acontecer. O Pró-Jovem. Nós não iremos tirar um centavo desse dinheiro”, garantiu. G1


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Mineirinho no xilindró - PF faz operação contra extorsão e fraude em três estados

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Empresário Marcos Valério está entre os presos em Minas Gerais.
Policiais civis e federais são suspeitos de crimes em SP e ES.

A Polícia Federal (PF) prendeu 17 pessoas na Operação Avalanche, realizada nesta sexta-feira (10), em Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. Segundo investigações da PF, o grupo criminoso é composto por empresários, despachantes aduaneiros, advogados e policiais civis e federais. Eles praticavam extorsão, fraudes fiscais e corrupção.

Segundo a PF, foram cumpridos 17 mandados de prisão, sendo oito preventivas e nove temporárias, além de 33 ordens de busca e apreensão. O empresário Marcos Valério está entre os presos, segundo o advogado dele, Marcelo Leonardo. "Não temos informações sobre o conteúdo das acusações, mas sabemos apenas que o mandado de prisão foi expedido pela Justiça de São Paulo", disse Leonardo. Ele deve ser ouvido na sede da Polícia Federal de São Paulo.

A ação contou com apoio da Polícia Civil,  Receita Federal e Estadual. O cerco começou quando foram cruzados dados de empresários que apresentavam problemas junto ao fisco e que praticavam extorsão, exigindo valores em troca de possível solução. 
Segundo a PF, o segundo grupo atuava em fraudes fiscais visando a prática de importações ilegais através de empresas de fachada, contando com a ação de despachantes aduaneiros junto ao Porto de Santos.

Ainda de acordo com a PF, o terceiro grupo foi identificado no momento em que uma empresa, autuada pela Receita Estadual em mais de R$ 100 milhões, usou como defesa a desmoralização dos fiscais responsáveis pela autuação.
A PF apreendeu documentos, CDs e cerca de R$ 500 mil em dinheiro.
O responderá pelos crimes de corrupção ativa e passiva, extorsão, formação de quadrilha, contrabando e descaminho, quebra de sigilo e divulgação de dados sigilosos. G1

Comentário: Alguém duvida que algum ministro do STF de plantão não vai conceder habeas corpus pro mineirinho? Mas tá faltando um monte de canalha nessa parada!


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Presidente Meirelles quer desvalorizar o real e travar o dólar contra especulações no mercado futuro, por 60 dias

Jorge Serrão

O presidente Henrique Meirelles (futuro governador de Goiás) tem uma manobra armada para travar a taxa de câmbio nas operações de mercado futuro. A partir de segunda-feira que vem, o Banco Central voltará a praticar o sistema de câmbio com bandas de flutuação “sob controle mais rígido”. É o retorno do intervencionismo estatal sobre o mercado.

A intenção é diminuir as taxas de risco (os spreads, no economês). Ontem à noite, na reunião de emergência convocada pelo presidente Meirelles com o chefão Lula e seu gabinete de crise, estava em gestação, para segunda-feira que vem, a adoção de uma desvalorização cambial. Não se sabe se o real sofreria uma maxi ou mini depreciação, com a subida do dólar próxima de R$ 3.

Ontem, o discurso tecnocrático dos bastidores revelava que o Banco Central admitia a possibilidade de gastar até 10% das reservas cambiais - cerca de US$ 20 bilhões - para irrigar o mercado de câmbio. O BC também adotaria de uma política fiscal anticíclica em 2009. O objetivo é proteger o sistema financeiro evitar uma quebradeira sistêmica de quem tem altas despesas em dólar.

Os alvos dos cuidados do Banco Central são os importadores ou quem tem dívidas a pagar, no curto prazo, em moeda norte-americana. A proteção do BC também valeria para quem tem dólares a receber, como é o caso dos exportadores e de credores de contratos dolarizados. BC estuda uma operação de financiamento em reais (para exportadores e importadores), numa operação combinada de compra e venda de dólares. Tudo aconteceria no esquema de volatilidade de opções. Daí se justificarem a tais bandas de flutuação “sob controle”, com margens pré-definidas.

O principal temor é que o real se desvaloriza sem controle e muito além do ideal. O cenário de dólar cotado a R$ 3 já é mais que “real” (sem trocadilho econômico infame). Pelo menos no panorama conjuntural de hoje, quando os instrumentos comuns de administração macroeconômica se mostram ineficazes.

O que mais assusta o desgoverno Lula é a súbita e enorme quebra de liquidez dos bancos – inclusive os grandes. A tal “marola” prevista por Lula afogou quem se pensava um saudável nadador na piscina de lama da especulação financeira transnacional.

Agora, o BC sabe que não tem como segurar a alta do dólar. A tática dos leilões não ganha o jogo eternamente. Por isso, aplica o provérbio martasuplicyano: “Quando a curra é inevitável, relaxa e goza”. Alerta Total


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Opinião do Estadão: O BC freia especulação

Com mais de US$ 200 bilhões de reservas, o Banco Central (BC) tem muita munição para enfrentar uma onda especulativa no mercado de câmbio. Seu poder de fogo já foi demonstrado nos últimos dias quando voltou a oferecer dólares no mercado a vista pela primeira vez depois de cinco anos. As pressões no mercado cambial começaram quando se agravou a crise financeira nos Estados Unidos e na Europa. Aplicadores deslocaram dinheiro de mercados emergentes, como o Brasil, para cobrir perdas noutros países. Ficaram mais intensas quando algumas grandes empresas brasileiras tiveram de absorver prejuízos de apostas erradas em derivativos. A esses fatores acrescentou-se, enfim, um evidente movimento de especulação, com a moeda americana valorizando-se mesmo em dias de fluxo cambial positivo. Ontem, o BC voltou a intervir no mercado, embora o dólar, de manhã, recuasse tanto na BM&F quanto nas operações de balcão.

O agravamento da crise internacional mostra o acerto da acumulação de reservas. Essa estratégia foi criticada por analistas de várias tendências por causa de seu custo fiscal. Para comprar moeda estrangeira é preciso emitir moeda nacional, com efeito inflacionário, ou vender títulos públicos, endividando o Tesouro. O problema é saber se o preço é compensador. Neste caso, já não pode haver dúvida. O custo para o Brasil seria muito maior se o País entrasse nesta crise com um volume de reservas mais modesto.

Pressões cambiais em épocas de crise internacional são inevitáveis, e tanto mais fortes quanto mais vulnerável pareça o país. Um alto volume de reservas é conveniente não só para cobrir problemas de financiamento externo, previsíveis em tempos de turbulência internacional, mas também para enfrentar ondas de especulação.
Um dólar mais caro pode ser conveniente para o comércio exterior brasileiro, por baratear as exportações e encarecer as importações, mas é preciso evitar variações cambiais abruptas, tanto para cima quanto para baixo. Um mínimo de previsibilidade é necessário para o planejamento empresarial mesmo de curto prazo. As intervenções do BC no mercado cambial são, na maior parte das vezes, tentativas de manter uma certa ordem nos negócios e limitar o impacto das oscilações.

A depreciação do real, benéfica para as contas externas, poderá ser, no entanto, um fator de pressão inflacionária. Mas essa pressão, como observou o economista Charles Collyns, do Fundo Monetário Internacional (FMI), poderá ser compensada, com alguma folga, pela desaceleração econômica prevista para 2009. Triste consolo. Com o crescimento econômico diminuindo de 5,2% em 2008 para 3,5% no próximo ano, haverá uma folga maior de capacidade produtiva e isso contribuirá para a estabilização dos preços. É um argumento compatível com os princípios de política seguidos pelo BC. Neste momento é desejável, no entanto, impor um freio aos especuladores. E os dois dias de intervenção do BC mostram que isso vai custar muito menos do que se temia.
Quanto a problemas de financiamento externo, já se manifestaram, provocados pelo encurtamento do crédito internacional e pelo aumento da aversão ao risco. Por enquanto, não são tão graves quanto foram noutras ocasiões, mas já afetam as atividades econômicas. São especialmente graves, neste momento, a escassez de crédito para os exportadores e o atraso dos empréstimos para o plantio. Essas dificuldades podem refletir-se nas contas externas, somando-se a uma provável diminuição do investimento estrangeiro direto em 2009. Se a poupança recebida de fora for insuficiente para equilibrar o balanço de pagamentos, haverá reservas mais que suficientes para cobrir o déficit em conta corrente.

O BC está fazendo o que é possível para preparar o Brasil para enfrentar um período de crise que ninguém sabe quanto vai durar. Isso vai depender da ação dos governos do mundo rico e de sua capacidade de cooperação. O governo americano já dispõe de um plano de ação e a ação ousada do governo britânico, estatizando parcialmente alguns grandes bancos e comandando a liquidação de outros, é um sinal animador.


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Sai fora jacaré! - Lula desiste de ato com Marta após disparada de Kassab

A coordenação de campanha da candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, foi obrigada a cancelar um evento com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcado para sábado pela manhã, na capital paulista. Segundo assessores de Marta, o presidente justificou a ausência com a necessidade de antecipar a viagem para Espanha, Índia e Moçambique, passando a viajar no sábado.

Até esta quinta, contudo, o Palácio do Planalto confirmava a viagem para domingo. O porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, informou que a viagem será domingo às 8h. Desde o dia 5, a cúpula petista tem adotado um discurso para descolar a candidatura de Marta do presidente. O argumento é que a eleição municipal tem uma lógica própria, focada nos assuntos da cidade, e não sofre influência da política nacional.

No Planalto, percepção é de que reação de Marta é possibilidade remota

A pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta reforçou avaliação que já vinha sendo feita no Palácio do Planalto desde segunda-feira de que é muito remota a possibilidade de reação de Marta Suplicy. Esta semana, a cúpula petista já havia feito internamente análise semelhante sobre as dificuldades da ex-ministra do Turismo. Mas ninguém verbaliza essa constatação.

A ordem é manter o esforço para tentar virar o jogo. Lula já deixou claro que mantém o compromisso de subir no palanque de Marta e participar de seu programa eleitoral, ainda que isso represente um eventual desgaste. Um auxiliar direto do presidente comentou que a repercussão negativa seria muito pior se Lula recuasse da decisão de participar da campanha em São Paulo. Daria munição para a oposição afirmar que Lula estaria se protegendo de uma "derrota anunciada" da petista.

No Planalto e em setores do PT no Congresso o que se ouviu foi que a campanha de Marta cometeu erros sucessivos no primeiro turno e que agora fica mais difícil ultrapassar Kassab. Entre os erros apontados, está o fato de Marta ter ficado ausente do noticiário por causa da polarização entre Kassab e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). O que se diz hoje é que ela deveria ter criado fatos para não ficar fora do noticiário.

Outra crítica é que Marta não conseguiu estabelecer diálogo com o eleitorado da classe média. Ao mesmo tempo, com a população mais carente, Marta ainda é vista como uma candidata da elite. Petistas palacianos reconhecem que Marta só venceu as eleições, em 2000, porque contou com o apoio explícito do então governador Mario Covas (PSDB-SP), na disputa que ela travava contra o ex-prefeito Paulo Maluf (PP). Agora é Kassab quem conta com os votos dos tucanos. O Globo Online


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quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Dilma já foi escolhida por Lula para ser candidata em 2010, diz Tarso

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, vai defender junto ao Partido dos Trabalhadores (PT) a indicação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para representar a legenda nas eleições presidenciais de 2010. A afirmação foi feita hoje (9) pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, em entrevista exclusiva à Agência Brasil.

Após passar por quatro ministérios no governo Lula, ele se excluiu da disputa ao dizer que como membro do governo, “subordinado politicamente”, deve “respeitar a escolha do presidente”. E reconheceu que essa escolha é “visível”. “É a ministra Dilma”.

Tarso também fez uma análise dos possíveis reflexos da atual crise econômica para o governo e para o país. Ressaltou que as alternativas de desenvolvimento econômico criadas pelo governo não serão desconstituídas, criticou a herança recebida do governo Fernando Henrique Cardoso e informou que a estrutura de combate à lavagem de dinheiro redobrará atenções.

O ministro retrucou as afirmações do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, de que o Brasil vive um “estado policialesco”. Segundo ele, a preocupação é legítima, mas o funcionamento das instituições do país mostra que estado policial seria, enquanto conceito, algo sem relação com a realidade.
As investigações contra o banqueiro Daniel Dantas são definidas por Tarso como dignas “de um estudo profundo da academia, dos experts em teoria do estado e funcionamento das instituições”, pela complexidade das relações políticas mantidas pelo investigado.

O ministro também saiu em defesa da Polícia Federal, apesar de reconhecer suas divisões internas. “Duvido que a PF tenha mais grupos do que tem o Judiciário ou o Ministério Público, por exemplo. A PF é uma polícia estabilizada, com direção legitimada, que tem, sim, algumas divisões internas a respeito da própria função da instituição, inclusive se ela deve ou não passar informações sigilosas para a imprensa”.

Leia o trecho da entrevista sobre as eleições municipais e a sucessão presidencial.

Agência Brasil: Que leitura o senhor faz das eleições municipais como ministro e como político?
Tarso Genro: Como ministro, recebi um relatório da PF, e salvo algumas regiões com instabilidade mais grave e mais séria, as eleições transcorreram num ambiente excepcional. A Justiça Eleitoral está de parabéns e a PF sempre esteve disponível, inclusive estará instalando uma série de inquéritos para investigar e punir pessoas que tiveram comportamento ilegal. Como dirigente partidário, minha visão é de que o PT saiu fortalecido nas grandes regiões metropolitanas e aumentou em aproximadamente 30% o número de prefeitos, o que reforça a continuidade do projeto representado pelo presidente Lula.

ABr: O PT tem divergências internas conhecidas. O partido chegará a 2010 unido e poderá oferecer à sociedade outros candidatos em condição de vencer a eleição que não o presidente Lula? Muitos analistas consideram que o pós-Lula seria de falta de alternativas nacionais no partido.
Tarso: São os mesmos analistas que diziam que o PT tinha terminado, que o presidente Lula era incapaz de governar, que viam a globalização como virtude absoluta a ser recebida de joelhos. O PT está amadurecendo, melhorando seu nível de unidade e não chegará absolutamente unificado em lugar nenhum, porque é um partido plural e tem, dentro de marcos programáticos, diferenças de inflexão sobre várias matérias. Mas chegará suficientemente forte para promover uma coalizão de centro-esquerda e dar continuidade ao trabalho do presidente.

ABr: O nome do senhor está à disposição?
Tarso: Para presidente da República, não. Tenho uma avaliação, por uma série de sinais, que o presidente já fez uma escolha, que vai propor ao partido. E eu, como membro do governo e subordinado politicamente ao presidente, devo respeitar a escolha dele. E acho que é uma escolha boa, que tem condições de ser acolhida pelo partido e fazer uma grande campanha.

ABr: Ele já lhe falou quem foi a escolha?
Tarso: Ela é visível. É a ministra Dilma.

Agência Brasil


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Desgoverno Lula injeta R$ 87,2 bilhões no mercado, mas BC nega que seja socorro a bancos com problemas

Jorge Serrão

Dois países sairão como grandes credores líquidos quando baixar a poeira da crise especulativa transnacional. Os Estados Unidos, simplesmente porque são os emissores do dólar, a principal moeda de trocas internacionais. E o Brasil, simplesmente porque é o produtor mundial de alimentos e das principais commodities estratégicas. O problema é que não tiramos proveito da nossa vantagem estratégica.

A diferença entre EUA e Brasil – e que nos desfavorece – é a mentalidade produtiva. Aqui no País cuja economia é presidida por Henrique Meirelles vale a cultura especulativa. O modelo econômico brasileiro, um monetarismo ortodoxo e intervencionista, não valoriza a produção, a geração ou distribuição de renda. Desde a década de 60, de diferentes maneiras, a economia daqui funciona sob a lógica do overnight. Ganha quem aplica (inclusive e principalmente golpes). E perde quem trabalha e produz.

O Brasil é governado pelo banqueirismo. No Capitalismo de Estado Tupiniquim, que mais parece uma União Soviética pelo autoritarismo econômico, ganha quem especula – não quem produz. Especuladores conseguem até isenção de impostos. Não é à toa que aqui se praticam as mais altas taxas de juros do mundo, prejudicando o sistema produtivo, em nome de uma pretensa estabilidade econômica.

Agora, na crise global, o Banco Central dá mais um socorro a quem produz? Não. O BC socorre os bancos que tiveram grandes perdas porque especularam além do permitido. Nos últimos 30 dias, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) do Banco Central fez quatro operações de compra de carteiras de bancos médios, principalmente de crédito consignado e financiamento de veículos. O negócio envolveu um valor total de R$ 700 milhões.

O curioso é que o diretor-executivo do FGC, Antônio Carlos Bueno de Camargo Silva, garantiu que não houve nenhuma "operação de socorro ou salvadora" para os bancos. O BC jura que foram operações normais de mercado. A retórica é repetida pelo presidente Henrique Meirelles (banqueiro “aposentado” do Bank Boston que comanda o BC de acordo com interesses da Oligarquia Financeira Trasnacional). Meirelles alega que os recursos liberados para o mercado não se destinam a salvar bancos, mas sim para garantir liquidez.

O Banco Central decidiu alterar ontem, pela terceira vez, as regras do compulsório dos bancos. Trata-se do dinheiro que as instituições são obrigadas a deixar depositado diariamente no BC. A desculpa é que seria para minimizar os efeitos da crise financeira internacional no Brasil. A autoridade monetária, sempre generosa com os bancos, libera R$ 59,9 bilhões ao mercado.

Na verdade, o desgoverno dos banqueiros - que nega a existência de um pacote para a crise - já liberou R$ 27,35 bilhões em ampliação de endividamento do BNDES. Também soltou recursos para a agricultura. E permitiu a utilização de valores do FGTS e do FAT. O volume total de injeção ao mercado chega a R$ 87,2 bilhões.

Sobrará mais dinheiro para especulação, e para sustentar a farra do crédito, que é uma lógica especulativa para manter o consumo aquecido. Alerta Total


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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Promotor ‘mui amigo’ - Júri absolve PM acusado de matar estudante no Rio

O policial militar Marcos Pereira do Carmo, que confessou ter matado o estudante Daniel Duque, foi absolvido por unanimidade na madrugada de hoje pelo 3º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. Os advogados da família da vítima vão pedir a anulação do julgamento. "Apesar de a defesa e a promotoria defenderem a tese de legítima defesa, o júri absolveu por considerar que o disparo foi acidental quando Daniel tentou tirar a arma do PM. Esta decisão é contrária às provas, pois a vítima foi baleada pelas costas quando se levantava para correr, conforme apontam todos os laudos", disse o advogado Wagner Magalhães.

Duque, de 18 anos, foi baleado na madrugada do dia 28 de junho na porta de uma boate após ele e os amigos se envolverem em uma briga com um amigo de Pedro Velasco, filho da promotora Marcia Velasco, cuja segurança era feita pelo policial. "Foi um circo armado pelo corporativismo do Ministério Público (MP). O promotor agiu como defesa", disse a mãe da vítima, que protestou durante o julgamento e foi expulsa do plenário.

O promotor Marcelo Monteiro rebateu as acusações. "Quem absolveu o policial não fui eu, mas os sete jurados e por unanimidade. É compreensível que uma mãe não aceite que o filho errou nestas circunstâncias." Ele disse que os autos contam outra versão da apresentada pelos amigos e testemunhas de acusação que, segundo ele, caíram em contradições. "As três moças que teriam presenciado o crime deram três posições diferentes para Daniel. A jovem apontada pela amiga como a pessoa que ajudou a vítima a levantar disse que estava distante", exemplificou.

Durante o julgamento, o promotor chamou os amigos de Daniel de "um bando de pitbulls desaforados". "Como provam os autos, o PM estava cercado por pelo menos três lutadores de artes marciais embriagados, inclusive Daniel. O policial se identificou, deu dois disparos de advertência para o alto e mesmo assim a vítima tentou tirar a arma dele", afirmou o Monteiro.


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Lula desdenhando a crise em março de 2008

E nem me venham dizer que é coisa velha e requentada. É bem atual e reflete a forma como esse tatú trata coisas de tamanha importância.


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A naba é grande, negão - Mantega convoca reunião extraordinária do G-20 Financeiro para discutir crise mundial

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou hoje (8) reunião extraordinária do G-20 Financeiro, grupo formado pelos ministros de Finanças e presidentes dos bancos centrais das 20 maiores economias do mundo, para discutir a crise no sistema financeiro mundial. O encontro será no próximo sábado (11) nos Estados Unidos.

Desde março, Mantega preside o grupo. De acordo com comunicado emitido pelo Ministério da Fazenda, a reunião ocorrerá na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington. O ministro parte para a capital norte-americana hoje, onde haverá reunião anual do FMI e do Banco Mundial.

A assessoria do ministério confirmou que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também participará do encontro, mas não informou se ele falará no evento.

Segundo a nota, o principal objetivo do encontro é debater os aspectos da crise financeira mundial e seu impacto na economia global. Criado em 1999, em resposta às crises financeiras que assolaram o mundo no final dos anos 90, o G-20 Financeiro representa aproximadamente 90% do PIB mundial e dois terços da população global.

A função do grupo é estimular ações internacionais coordenadas em resposta à globalização econômica. De acordo com o Ministério da Fazenda, o G-20, hoje, é um dos mais influentes fóruns internacionais de discussão sobre o crescimento e a estabilidade econômica e financeira em todo o mundo.

O G-20 Financeiro é composto pelos ministros da área econômica e presidentes de bancos centrais de 19 países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. O outro componente é a União Européia, representada no grupo pela presidência rotativa do Conselho da União Européia e pelo Banco Central Europeu. Agência Brasil


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Bancários param por tempo indeterminado em todo o país

Agências bancárias em todo país não abriram as portas na manhã desta quarta-feira devido a greve deflagrada pelos funcionários, que reivindicam reajuste salarial. Segundo a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), assembléias realizadas na noite de ontem aprovaram uma paralisação por tempo indeterminado.

Segundo a Contraf, a categoria reivindica aumento real de 5%, além da reposição de inflação acumulada de 7,15% entre setembro de 2007 e agosto deste ano, valorização dos pisos salariais, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) maior e simplificado, fim das metas abusivas e do assédio moral.

A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), braço sindical da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), propôs em 24 de setembro, um dia após a paralisação de 24h da categoria, reajuste salarial de 7,5%. Os bancos ofereceram também participação nos resultados incidindo sobre os lucros do exercício de 2008 e uma parcela adicional incidente sobre o crescimento do lucro de 2007 para 2008.

"Os bancos são o setor que mais ganha dinheiro na economia e apresentaram uma proposta muito aquém das reivindicações, abaixo do que outras categorias profissionais já conquistaram neste semestre. E ainda propõem uma PLR que é menor do que a que foi paga no ano passado", afirmou o presidente da Contraf, Vagner Freitas.

Segundo o sindicalista, apesar da proposta ter sido rejeitada pela categoria, a Fenaban não apresentou um novo acordo. "Eles apostaram no confronto e os bancários reagiram com a greve por tempo indeterminado".

De acordo com a Contraf, "praticamente todos" os 140 sindicatos filiados em todo o Brasil aprovaram a greve ontem. Apenas as representações de Porto Alegre - do Banco do Brasil e Banrisul -, e de Blumenau e Concórdia, em Santa Catarina, não. No país, são 434 mil bancários em campanha salarial, sendo que 120 mil trabalham em São Paulo, Osasco e região.

O secretário-geral da Contraf, Carlos Cordeiro, afirmou uma reunião será realizada no início da tarde de hoje para avaliar a paralisação. Além disso, ele informou que assembléias serão realizadas a cada final de dia enquanto durar a greve.

Em nota, a Fenaban informou que "confia que chegará brevemente a um acordo com os sindicatos de bancários sobre a convenção coletiva de trabalho da categoria". A entidade patronal explicou que os clientes que tiverem dificuldades em pagar contas podem utilizar os serviços eletrônicos e telefônicos dos bancos.

A Fenaban diz que os canais de atendimento remoto, composto por 45,2 mil postos de atendimento e pela rede de 84,3 mil correspondentes não bancários, como casas lotéricas, agências dos correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos comerciais credenciados também podem receber os pagamentos. Folha Online


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Meirelles irrita Lula que não consegue entender o tamanho real da crise em que grandes bancos correm riscos

Por Jorge Serrão

O chefão Lula perdeu a paciência ontem com o presidente Henrique Meirelles, do Banco Central. Tudo porque o verdadeiro condutor da política econômica não consegue lhe explicar, de maneira convincente, o que realmente acontece nesta crise global. Talvez, até, porque nem Meirelles queira entender de verdade para explicar. A Bolsa de Valores e Mercadorias de São Paulo já acumula perdas de 37,2% no ano com os sucessivos tombos dos últimos dias. Assim, a marolinha dos discursos oficiais se transforma em tsunami nas tensas reuniões fechadas do núcleo duro desgoverno.

Se pudesse, Lula detonaria Meirelles. Se tivesse condições, Meirelles já teria deixado o Banco Central há muito tempo. Seu plano é dar uma parada agora e se preparar para se candidatar ao governo de Goiás em 2010. Mas o agravamento da crise lhe obriga a permanecer onde está, mesmo a contragosto. A situação dos bancos no Brasil, apesar da retórica oficial em contrário, não é totalmente confortável. O BC acompanha tudo atentamente.

Nesta quarta-feira, uma providencial greve geral dos bancários, por tempo indeterminado, no Rio de Janeiro e São Paulo, evitará uma corrida aos bancos que precisam de uma parada interna para recuperação ou revisão de táticas de investimentos ou posições a serem cobertas imediatamente. Três grandes bancos brasileiros (Banco do Brasil, Bradesco e Itaú) teriam altos compromissos a fechar com o sistema do Western Union (tradicional instituição financeira que transfere dinheiro on line ao exterior. Os compromissos a serem honrados imediatamente variam de US$ 600 milhões a US$ 4 bilhões.

O chefão Lula pediu aos brasileiros que mantenham seus hábitos de consumo inalterados: “Durante muitas semanas vai se falar em crise no mundo. A bolsa vai subir e vai descer. Não se abalem, porque esse país se encontrou com seu destino. Continuem fazendo as mesmas coisas que vocês faziam”. O problema é que, na contramão do que recomendou Lula, os bancos e financeiras já retraíram o crédito pessoal e se mostram mais seletivos ainda na hora de liberar algum empréstimo novo.

Tudo indica que o aperto no crédito levará a uma queda na procura por imóveis e veículos. Os juros nos financiamentos imobiliários tendem a subir. Os prazos para pagamento devem diminuir. Tal crise deve afetar as construtoras e incorporadoras que hoje erguem imóveis com dinheiro emprestado. Se a construção civil for desaquecida, cria-se mais uma fonte de demissões e desemprego. O mesmo acontece com a indústria automobilística, onde as montadoras dão férias coletivas para diminuir a produção que não se sabe como será absorvida.

Em pleno segundo turno eleitoral, o chefão Lula aloprou ontem porque o dólar disparou até R$ 2,31. Foi a maior cotação desde maio de 2006. Os dois leilões cambiais realizados pelo Banco Central não foram suficientes para conter a disparada das taxas. Trabalha-se com o cenário de que o preço da moeda norte-americana frente ao real pode atingir R$ 2,40 no curto prazo. Ninguém conseguia comprar ou vender dólares com facilidade ontem. A equipe econômica também perde o sono porque o aumento abrupto do câmbio representa risco para o controle da inflação.

A lógica especulativa dessa crise é perversa. Grandes empresas exportadoras perderam o crédito. Algumas foram fortemente abaladas a correm risco de concordata por causa de operações malsucedidas de venda futura de dólar. É enorme o risco de não honrarem contratos. As empresas sem crédito apelam para o resgate de Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) emitidos por bancos de menor porte. Aí começa outro problema. Os bancos pagam e ficam sem recursos. Precisam apelar ao redesconto do Banco Central para segurar o caixa.

Não foi à toa que o chefão Lula assinou na noite de segunda-feira, uma Medida Provisória autorizando o Banco Central a adquirir carteiras de crédito de bancos no Brasil por meio de operações de redesconto. O BC retomou os leilões de swap cambial tradicional, mas não consegue baixar a cotação da moeda norte-americana. Especuladores forçarão o BC a queimar as reservas. Até agora, o Banco Central optou por não atuar diretamente no mercado de câmbio à vista, mas pode mudar de tática a qualquer momento e intervir vendendo reservas para diminuir a desvalorização do real frente ao dólar.

Quem vai ganhar a queda de braço? Eis a questão.


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Opinião do Estadão: Ação contra a crise

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A crise é grave e a sociedade não pode ter dúvida quanto a isso, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva num encontro com parlamentares. Ele havia autorizado o Banco Central (BC), por meio de medida provisória, a comprar carteiras de crédito de bancos pequenos e, naquele momento, pedia apoio para a aprovação da iniciativa pelo Congresso. Num ambiente de pânico, pelo menos essa boa notícia: o governo brasileiro decidiu reconhecer a seriedade da crise, sem meias palavras, e a urgência de ações para limitar seu impacto na economia brasileira. É, aliás, notável, a velocidade da mudança de tom do discurso oficial - do otimismo irresponsável para o realismo assustado. O Banco Central já vinha oferecendo socorro aos bancos e procurando aliviar os efeitos da escassez internacional de crédito. Com mais um instrumento, poderá ampliar o alcance de sua intervenção, se isso for necessário.

A nova iniciativa do governo brasileiro contrasta com a timidez demonstrada pelas autoridades européias, mais empenhadas em cuidar dos problemas caso a caso do que em adotar providências amplas para reduzir a insegurança.

A medida provisória também autoriza o Banco Central a conceder empréstimos em moeda estrangeira e abre um novo canal de financiamento às empresas de arrendamento mercantil (leasing), permitindo-lhes a emissão de letras. Até agora, essas companhias captavam recursos por meio de um processo mais complicado, lançando debêntures.
As novas medidas, portanto, têm duplo caráter. Algumas foram concebidas para facilitar o ajuste por meio de transações de mercado. É o caso da nova facilidade concedida às empresas de leasing. É o caso, também, do estímulo concedido aos bancos, na semana passada, para a compra de carteiras de outras instituições (como prêmio, poderia haver uma redução de até 40% em seus depósitos compulsórios). A autorização ao Banco Central para realizar operações desse tipo amplia o arsenal da política anticrise e a torna mais audaciosa.

Mas a crise não se esgota no mercado financeiro. Quebras de bancos e pânico nas bolsas fornecem manchetes e grandes histórias aos meios de comunicação. Como ignorar, por exemplo, a turbulência na Bovespa, na segunda-feira, quando o pregão foi suspenso duas vezes por causa da queda extraordinária das cotações? Os piores efeitos ocorrem, no entanto, na economia real. Crédito curto e fuga de investidores podem afetar a produção de alimentos, a venda de bens duráveis, o financiamento de exportações e o nível de emprego.

Esses efeitos podem atingir a economia brasileira por vários canais, como a Bolsa de Valores, o sistema bancário, o mercado de produtos básicos e o comércio global. O Brasil pode estar mais preparado que noutros tempos para enfrentar um choque externo, mas não está imune a seus efeitos que, aliás, já estão sendo sentidos.

Preços de minérios, produtos agrícolas e outras commodities podem ser afetados tanto pela insegurança dos investidores quanto pela redução do comércio, resultante do esfriamento da economia mundial. O efeito da insegurança já é sensível. As projeções mais pessimistas apontam recessão nos Estados Unidos e noutras grandes economias do Primeiro Mundo, mas nem os mais otimistas descartam a hipótese de uma severa redução do crescimento nos países mais avançados.

O governo brasileiro já detectou sinais de perigo, como a escassez de crédito para o plantio da safra de verão de cereais, oleaginosas e fibras, como arroz, feijão, soja, milho e algodão. Já identificou, também, a redução do financiamento para exportação e o encurtamento do crédito ao consumo.

Pelas informações disponíveis até ontem, no entanto, o governo continuava estudando várias possíveis medidas para garantir o financiamento aos agricultores. É conveniente abreviar os estudos, porque o tempo adequado ao plantio é limitado. Da mesma forma, é urgente ampliar o apoio financeiro aos exportadores, porque o comércio é um dos canais de transmissão da crise. Se as exportações continuarem crescendo muito mais lentamente que as importações, como ocorre há mais de um ano, o País se tornará muito mais vulnerável. Reservas elevadas podem ser uma proteção, mas é tolice queimá-las quando isso é evitável.


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Florianópolis - Ainda sobre a Avenida Madre Benvenuta

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Em 18 de junho deste ano publiquei matéria enviada por um amigo intitulada “Avenida Madre Benvenuta - Como é fácil jogar dinheiro público no lixo” mostrando, num breve comparativo, o custo para a colocação de 1,2 km de um piso asfáltico de não mais do que 2 cms de espessura na Avenida Madre Benvenutta, no Bairro Santa Monica, com o custo da construção de cerca de 15 kms de estrada no interior do município de Biguaçu.

Volta o meu amigo com novidades nada boas, como já era de se esperar. Eis o relato da tragédia anunciada:

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Nem se passaram dois meses e em pleno domingo de eleição rompeu um ramal da rede de abastecimento da Casan bem na esquina da Madre Benvenutta com a Rua Coronel Mauricio Spalding de Souza. Um espetacular buraco, colocando por terra todo aquele asfalto (estilo lama, não tem?) espalhado com o rico dinheirinho arrecadado com impostos cobrados da população.

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É duro ver o nosso suado dim-dim uma vez mais jogado na lata do lixo. Como essa, temos quase 8 mil obras do prefeito da Capital.

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É o que ele vai dizer no segundo turno!

Dás um banho, Dáro!


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terça-feira, 7 de outubro de 2008

A vingança: Agripino critica presidente Lula por "insultos" na campanha eleitoral em Natal

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Depois de tratar da crise financeira internacional, o senador José Agripino (DEM-RN) completou seu discurso criticando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter "insultado a oposição", e a ele próprio, ao participar da campanha eleitoral em Natal (RN). Para o senador, as palavras e os "insultos" do presidente caracterizam uma "tentativa de calar e intimidar a oposição". Em apartes, 15 senadores comentaram o pronunciamento e solidarizaram-se com o colega.

De acordo com o senador, o presidente Lula, em comício na capital potiguar, proferiu insultos contra ele, contra a oposição, e contra a então candidata Micarla de Sousa (prefeita eleita de Natal, pelo PV, com apoio de Agripino).

- O presidente da República demonstrou mais uma vez para a Nação que é presidente pelos êxitos da sua política econômica, porque pelas suas virtudes pessoais ele estaria numa posição de muito menor destaque - disse Demóstenes Torres.

Para Agripino, a grande vencedora da eleição foi Micarla de Sousa, tendo ele apenas apoiado a candidata.

- O mérito é dela. Eu fui o apoiador cuidadoso, eu tenho a preocupação em que ela tenha êxito administrativo. Agora, uma preocupação que tive e que continuo a ter: não nacionalizar fatos municipais. O presidente foi lá com o objetivo claríssimo de, julgando-se acima do bem e do mal, nacionalizar um pleito para transformar a disputa municipal em uma disputa entre o presidente Lula e o senador José Agripino - disse o líder do DEM.

Rosalba Ciarlini disse que não existe democracia sem oposição e que as eleições municipais demonstraram que a democracia brasileira está mais fortalecida.

- O objetivo de esmagar a oposição não foi alcançado por uma razão muito simples: a democracia, que é o melhor sistema político que até hoje se inventou, dá ao povo o direito de escolher, e o povo escolheu e vai seguir o seu caminho - afirmou Agripino.

Garibaldi enseba mas defende Lula

O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, preferiu apartear o colega falando do Plenário, e não da Mesa. Garibaldi apoiou a candidata Fátima Bezerra (PT), que perdeu para Micarla de Sousa a Prefeitura de Natal. Garibaldi concordou que Agripino tem razões para queixar-se do presidente Lula, porém disse que o presidente também tem motivos para discordar de Agripino, pelas diversas críticas que o líder do DEM faz ao seu governo nos discursos em Plenário.

- Eu apenas queria dizer, como seu colega de bancada, seu companheiro, que acho que vossa excelência, como vitorioso, deveria ser mais generoso. A generosidade é um traço, faz parte do sentimento daqueles que ganham uma eleição. Tripudiar sobre os vencidos não é o melhor caminho dos vencedores e nem faz parte do seu perfil, que tem exercido, na vida pública do Rio Grande do Norte, papel moderador, conciliador - disse Garibaldi.

- Não estou me vangloriando de vitória nenhuma. Apoiei alguns candidatos e quem ganhou a eleição foram os candidatos. Agora, o que estou denunciando é a tentativa de esmagamento da oposição. O que foi feito, em Natal, para mim é claríssimo: a tentativa de me excluir da vida pública numa atitude patrocinada pelo presidente. E a raivosidade dele, pessoal, que não cabe num pronunciamento público, traduz esse sentimento que guardo; guardo, mas não tenho nenhum rancor - respondeu Agripino. Agência Senado


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Brasil, um país deles!

Minha filha perguntou semana passada quantos ministérios tinha o governo Lula. Não soube responder, até porque muda todos os dias. Lembrei então de um pronunciamento de Mão Santa (PMDB/PI) esses dias na tribuna do Senado. Contou 37 os ministros da atual estrutura federal.

Como esse ministério muda de acordo com o vento, estou publicando hoje a lista atualizada. Por favor não me peçam para conferí-la semanalmente porque não vou me dar a esse trabalho.

Faço isso hoje com um esforço sobre-humano. Mas depois tomo um banho frio com sal grosso e arruda. Saravá!

Ministério

Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Titular

Reinhold Stephanes
Filiação

PMDB

Cidades

Márcio Fortes

PP

Ciência e Tecnologia

Sérgio Machado Rezende PSB

Comunicações

Hélio Costa

PMDB

Cultura

Juca Ferreira

PV

Defesa

Nelson Jobim PMDB

Desenvolvimento Agrário

Guilherme Cassel PT

Indústria e Comércio Exterior

Miguel Jorge  

Combate à Fome

Patrus Ananias PT

Educação

Fernando Haddad PT

Esporte

Orlando Silva Junior

PCdoB

Fazenda

Guido Mantega PT

Integração Nacional

Geddel Vieira Lima

PMDB

Justiça

Tarso Genro PT

Meio Ambiente

Carlos Minc

PT

Minas e Energia

Edison Lobão

PMDB

Planejamento, Orçamento e Gestão

Paulo Bernardo

PT

Previdência Social

José Pimentel

PT

Relações Exteriores

Celso Amorim  

Saúde

José Gomes Temporão PMDB

Trabalho e Emprego

Carlos Lupi

PDT

Transportes

Alfredo Nascimento PR

Turismo

Luiz Barretto Filho  

Secretaria de Aqüicultura e Pesca

Altemir Gregolin PT

Secretaria de Comunicação Social

Franklin Martins  

Secretaria dos Direitos Humanos

Paulo Vannuchi  

Secretaria Promoção da Igualdade Racial

Édson Santos PT

Secretaria de Políticas para as Mulheres

Nilcéia Freire PT

Secretaria Especial de Portos

Pedro Brito PSB

Secretaria-Geral da Presidência

Luiz Dulci

PT

Secretaria de Relações Institucionais

José Múcio Monteiro PTB

Advocacia-Geral da União

José Antônio Toffoli  

Banco Central

Henrique Meirelles  

Casa Civil da Presidência da República

Dilma Rousseff PT

Controladoria-Geral da União

Jorge Hage Sobrinho  

Núcleo de Assuntos Estratégicos

Roberto Mangabeira Unger PRB

Gabinete de Segurança Institucional

Jorge Armando Felix  

As secretarias citadas têm status de ministério e a foto acima não espelha a realidade dos atuais titulares de todas as pastas.


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No Rio, PT vai declarar apoio à candidatura de Eduardo Paes

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O PT do Rio de Janeiro deve fechar, nos próximos dias, apoio ao candidato do PMDB à prefeitura da cidade, Eduardo Paes. A orientação foi transmitida nesta segunda-feira pela Executiva Nacional do partido ao Diretório Municipal do PT no Rio.

A Folha apurou que o que pesou em favor do peemedebista foi o passado de divergências explícitas do candidato do PV à prefeitura, Fernando Gabeira, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a política social do governo federal.

Na primeira fase do governo Lula, Gabeira ainda estava no PT, mas trocou de legenda pelo PV, depois de criticar publicamente o governo e seus integrantes.

No entanto, oficialmente, o discurso que será adotado pelos petistas para fechar o apoio a Paes será de que Gabeira fez parceria com o PSDB e DEM - partidos que fazem dura oposição ao governo Lula no cenário nacional - o que inviabilizaria um acordo no Rio de Janeiro.

No entanto, esse argumento de que seria impossível uma aliança em torno de partidos que fazem oposição a Lula não se sustenta porque há vários municípios em que PT, DEM e PSDB se uniram em torno de um único nome.

O comando nacional do PT se reuniu hoje para discutir as eleições municipais e as estratégias para o segundo turno. Na reunião, as principais discussões ficaram em torno de Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Minas Gerais e Salvador.

Integrantes do PT que participaram da reunião nesta segunda-feira informaram que outro aspecto que será adotado no discurso oficial em favor de Paes é que há uma relação positiva e sólida construída na união do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), com o presidente Lula. Folha Online

Comentário meu: Esse PT é um partido safado mesmo. Quem mais do que esse Eduardo Paes malhou o presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores quando era deputado federal pelo PSDB. É mentira? Então vamos rememorar:

Eduardo Paes começou a carreira de forma relâmpago, pulando do PV para o PFL para ser subprefeito e depois secretário do Meio Ambiente do prefeito do Rio César Maia. Ambicioso, Paes queria mais. Ele traiu seus maiores apoiadores, tornando-os seus inimigos e bandeou-se para o PSDB. No PSDB foi líder do partido na Câmara e teve atuação forte na CPI dos Correios, batendo forte e raivosamente no Governo Lula. Se apresentou como a cara da oposição na TV e jornais, até que finalmente traiu o partido, que contava com ele para ser seu candidato à Prefeitura do Rio e foi para o PMDB de Garotinho e Cabral. Hoje ele é candidato a Prefeito pelo PMDB, base do Governo Lula.

Na verdade, eles se merecem. Tanto o PT como Eduardo Paes são farinha do mesmo saco.


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