sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O sabido - Lula diz que, se a crise exigir, cortará investimentos do governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (10), em sua primeira entrevista exclusiva a portais de Internet, que o governo pode cortar gastos caso a crise financeira internacional se torne mais grave e exija esse tipo de medida.

O presidente voltou a descartar adotar um pacote para enfrentar as conseqüências da crise.

“Meu papel é passar serenidade para a sociedade brasileira. Falar a verdade absoluta ao povo brasileiro. Na medida em que essa crise chegar ao Brasil e tiver implicação na diminuição dos investimentos ou o governo for obrigado a diminuir os investimentos, com a mesma serenidade que estou dizendo que o Brasil está num momento bom, eu vou dizer: companheiros, amigos e amigas, a situação está se agravando e nós vamos ter que fazer isso, fazer isso e fazer aquilo. E anunciar as medidas”, disse.

O presidente reclamou das pessoas que criticam sua serenidade em relação a crise e comparou sua posição a de uma visita a um paciente no hospital.

Tem gente que fala: mas o presidente está muito otimista, não ta vendo a crise. Ora, meu Deus do céu. Eu sou o tipo de gente que quando vai visitar alguém no hospital, não fico contando para ele quantas pessoas já morreram daquela doença. Eu fico contando para ele daquelas pessoas que tiveram a doença e se curaram. Ou eu fico falando de outra coisa para não falar da doença. Porque tem gente que vai no hospital visitar um coitado que está quase na fase terminal e começa: ah, ontem morreram três com essa mesma doença, ontem morreram quatro. Eu não sou esse tipo de gente”, argumentou. (Captou? Eu não!)

Pacote

Ele voltou a negar que criará algum pacote para enfrentar a crise financeira internacional. “Tenho evitado trabalhar com pacote. Tenho dito ao Guido [Mantega] e ao [Henrique] Meirelles que pacote atrás de pacote esse país já quebrou a cara muitas vezes. Então, eu prefiro ir tomando as medidas pontuais, quando for necessário. Não é porque o médico fala que você tem que tomar 20 injeções que você toma todas de uma vez. Aí você vai se curar melhor do que tomar todas de uma vez. Comigo não tem pacote. Comigo será medida a medida quando for necessário tomar medidas”, salientou Lula. (Dás um banho!)

Programas Sociais

Lula voltou a dizer que não haverá restrições orçamentárias nos programas sociais do governo. Segundo ele, essas políticas custam barato e ajudam a acabar com a fome das pessoas.

“E os programas sociais vão continuar. Acho que a elevação e as conquistas sociais têm demonstrado que é capaz acabar com a fome. Todos os países do mundo podem fazer isso. Custa barato, muito barato e é muito eficaz. Ou seja, pouco dinheiro na mão de muita gente significa socializar as coisas nesse país. O Bolsa Família e os programas de investimento em educação, a saúde na escola, todos esses programas vão acontecer. O Pró-Jovem. Nós não iremos tirar um centavo desse dinheiro”, garantiu. G1


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