quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Bancários param por tempo indeterminado em todo o país

Agências bancárias em todo país não abriram as portas na manhã desta quarta-feira devido a greve deflagrada pelos funcionários, que reivindicam reajuste salarial. Segundo a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), assembléias realizadas na noite de ontem aprovaram uma paralisação por tempo indeterminado.

Segundo a Contraf, a categoria reivindica aumento real de 5%, além da reposição de inflação acumulada de 7,15% entre setembro de 2007 e agosto deste ano, valorização dos pisos salariais, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) maior e simplificado, fim das metas abusivas e do assédio moral.

A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), braço sindical da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), propôs em 24 de setembro, um dia após a paralisação de 24h da categoria, reajuste salarial de 7,5%. Os bancos ofereceram também participação nos resultados incidindo sobre os lucros do exercício de 2008 e uma parcela adicional incidente sobre o crescimento do lucro de 2007 para 2008.

"Os bancos são o setor que mais ganha dinheiro na economia e apresentaram uma proposta muito aquém das reivindicações, abaixo do que outras categorias profissionais já conquistaram neste semestre. E ainda propõem uma PLR que é menor do que a que foi paga no ano passado", afirmou o presidente da Contraf, Vagner Freitas.

Segundo o sindicalista, apesar da proposta ter sido rejeitada pela categoria, a Fenaban não apresentou um novo acordo. "Eles apostaram no confronto e os bancários reagiram com a greve por tempo indeterminado".

De acordo com a Contraf, "praticamente todos" os 140 sindicatos filiados em todo o Brasil aprovaram a greve ontem. Apenas as representações de Porto Alegre - do Banco do Brasil e Banrisul -, e de Blumenau e Concórdia, em Santa Catarina, não. No país, são 434 mil bancários em campanha salarial, sendo que 120 mil trabalham em São Paulo, Osasco e região.

O secretário-geral da Contraf, Carlos Cordeiro, afirmou uma reunião será realizada no início da tarde de hoje para avaliar a paralisação. Além disso, ele informou que assembléias serão realizadas a cada final de dia enquanto durar a greve.

Em nota, a Fenaban informou que "confia que chegará brevemente a um acordo com os sindicatos de bancários sobre a convenção coletiva de trabalho da categoria". A entidade patronal explicou que os clientes que tiverem dificuldades em pagar contas podem utilizar os serviços eletrônicos e telefônicos dos bancos.

A Fenaban diz que os canais de atendimento remoto, composto por 45,2 mil postos de atendimento e pela rede de 84,3 mil correspondentes não bancários, como casas lotéricas, agências dos correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos comerciais credenciados também podem receber os pagamentos. Folha Online


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