domingo, 5 de outubro de 2008

Saiba o que muda com o novo acordo ortográfico da língua portuguesa

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As mudanças estabelecidas pelo acordo ortográfico atingem em menor escala a grafia utilizada no Brasil: aproximadamente 0,5% das palavras, enquanto em Portugal chegam a 1,6%.

"As alterações dizem respeito ao uso de sinais diacríticos (trema, acentos agudo e circunflexo) e hífen", explica José Carlos de Azeredo, doutor em letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador do livro "Escrevendo Pela Nova Ortografia", feito pelo Instituto Houaiss em parceria com a Publifolha. Saiba mais sobre o livro.

"O acordo procura eliminar particularidades sentidas como supérfluas nas duas normas, em nome da uniformidade ortográfica no mundo da lusofonia", afirma Azeredo. Ainda segundo o autor, "a ortografia do português, no Brasil como em Portugal, continua a ser predominantemente fonética, com razoável correspondência entre forma gráfica e pronúncia". E é este critério que rege a eliminação das "letras mudas", muito utilizadas em Portugal em palavras como direcção (que passa a direção) e adoptar (que passa a adotar), assim como a supressão do trema.

Alfabeto

O alfabeto da língua portuguesa passa a ter 26 letras, com a inclusão oficial do k, w e y.

Acentuação

As paroxítonas com ditongos abertos tônicos éi e ói, como "idéia" e "paranóico" perdem o acento agudo. Palavras como crêem, dêem, lêem e vêem também perderão o acento, assim como as paroxítonas com acento circunflexo no penúltimo o do hiato oo(s) (vôo, enjôo).

Palavras homógrafas (com a mesma grafia, mas com pronúncia diferente) como pára, pêlo, pélo e pólo também não serão mais acentuadas. Paroxítonas cujas vogais tônicas i e u são precedidas de ditongo decrescente, como "feiúra" e "baiúca", também não levarão acento.

Trema

O trema será totalmente eliminado das palavras portuguesas ou aportuguesadas, como "cinqüenta" e "tranqüilo". A única exceção fica por conta de nomes próprios estrangeiros, como "Müeller", por exemplo.

Hífen

As novas regras para o hífen são as que têm causado mais dúvidas. "Alguma dificuldade por advir de umas tantas mudanças no uso de hífen. Mas, se considerarmos que este sempre foi um domínio de zonas obscuras, os usuários podem até vir a sentir-se aliviados com a possibilidade de alguma simplificação", diz Azeredo.

O hífen não será mais empregado em prefixos terminados em vogal seguidos de r ou s. Neste caso, dobra-se o r ou o s. Exemplos: antirreligioso, antissocial e minissaia.

O hífen será utilizado com os prefixos hiper, inter, super seguidos de palavras iniciadas por r, como "hiper-resistente". O sinal também será utilizado em prefixos terminados em vogal como ante, contra e semi seguidos de vogal igual ou h no segundo termo. Exemplos: micro-ondas, anti-higiênico e pré-histórico. Folha Online


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