O empresário venezuelano Guido Antonini Wilson complicou hoje a situação do governo da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, no escândalo que ficou conhecido como "caso da mala". Ele confirmou o envio clandestino, em agosto de 2007, de US$ 6 milhões de Caracas para Buenos Aires (e não mais US$ 5 milhões, como havia afirmado antes) e disse que o destino do dinheiro era a campanha de Cristina, eleita em outubro. À Justiça Federal norte-americana, em Miami, Antonini confirmou as conversas gravadas pelo FBI (a polícia federal dos Estados Unidos) entre ele e agentes do governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Segundo Antonini, o total de dinheiro estava dividido em uma maleta com US$ 790 mil, que ele carregava, e outra com US$ 4,2 milhões - o empresário, porém, não soube explicar a diferença de US$ 1 milhão. O envio seria um indício das conexões irregulares entre o governo Chávez e o casal Kirchner.
Antonini disse que as malas foram embarcadas em Caracas em um vôo fretado por funcionários do governo do então presidente argentino Néstor Kirchner. As malas foram colocadas no avião por Claudio Uberti, homem de confiança dos Kirchners, e Rafael Reiter, chefe de segurança da estatal venezuelana Petróleos de Venezuela SA (PdVSA).
O "caso da mala" veio à tona em agosto do ano passado, quando Antonini tentou desembarcar em Buenos Aires com os US$ 790 mil.
Acompanhado por executivos da PdVSA, o empresário chegou à cidade em um vôo fretado pela estatal energética argentina Enarsa. Um dos passageiros argentinos, Claudio Uberti, diretor do organismo de fiscalização de pedágios, teria pedido a Antonini que carregasse uma mala para ele. Ao passar pela Polícia Alfandegária, o venezuelano afirmou que havia livros na mala, que foi confiscada em seguida.
Mesmo após o escândalo, Antonini foi ao palácio presidencial para participar de um coquetel. Ele contou que ali foi apresentado ao ministro do Planejamento da Argentina, Julio De Vido, que nega conhecer o empresário. Após três dias na capital do país, Antonini partiu para Miami, onde foi convencido pelo FBI a colaborar. O órgão norte-americano gravou conversas do empresário com agentes venezuelanos, que tentavam convencê-lo a manter silêncio. Agência Estado
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