O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, quer suspender as preferências tarifárias oferecidas a produtos bolivianos sob a justificativa de que o governo da Bolívia não está colaborando com a luta contra o narcotráfico. A decisão foi anunciada ontem pela Representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, 16 dias após a expulsão do embaixador americano na Bolívia, Philip Goldberg, acusado de conspiração contra o governo de Evo Morales.
“O fracasso da administração de Evo Morales para cooperar nos esforços antinarcóticos nos últimos 12 meses indica que a Bolívia não está cumprindo com os requisitos para beneficiar-se da Lei de Preferências Tarifárias Andinas (ATPDEA)”, justificou Schwab, segundo a Agência Boliviana de Informação.
A ATPDEA prevê tarifa zero para a entrada de 6 mil produtos no mercado americano em troca da erradicação de drogas na Comunidade Andina. O programa foi implementado em 1991, como um reconhecimento dos Estados Unidos ao combate às drogas do Peru, Colômbia, Bolívia e Equador.
O governo boliviano garante que está cumprindo sua parte. Segundo a Agência Boliviana, entre janeiro e setembro deste ano foram erradicados 4,1 mil hectares de coca ilegal no país – a meta anual é de 5 mil hectares. Também foram apreendidas 23 toneladas de cocaína e maconha.
Em coletiva à imprensa em La Paz, ontem (25), o ministro boliviano de Relações Exteriores e Culto, David Choquehuanca (foto), avaliou o corte dos benefícios à Bolívia como “vingança” pela expulsão do embaixador americano e assegurou que continuará negociando com os Estados Unidos e com a Comunidade Andina para que a proposta não seja levada adiante. A suspensão da Bolívia da ATPDEA ainda precisa passar pelo Congresso americano.
Segundo dados da Câmara de Exportadores de La Paz, divulgados pela BBC Brasil, a Bolívia exportou US$ 377 milhões para o mercado americano em 2007. Os produtos com preferências representado por produtos com preferências tarifárias. Agência Brasil
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