O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) afirmou hoje (9) que não teve tempo de anunciar publicamente que havia recebido cópia de documentos provenientes da Casa Civil contendo gastos de cartões corporativis do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso antes de se pronunciar sobre o assunto no Senado, no dia 31 de março.
"Na segunda-feira [31 de março], quandou fui à tribuna [do Senado], reafirmei que vi o documento, comprovei a existência do dossiê. A [revista] Veja já havia divulgado na véspera [as informações de que a Casa Civil teria produzido um dossiê sobre os gastos com cartões na administração de Fernando Henrique]", disse o senador.
"Não tive tempo [de anunciar publicamente], a imprensa foi mais rápida. Eu recebi a informação de que estavam fazendo o dossiê algum tempo atrás. Mas apenas na semana em que o documento foi divulgado é que eu tive acesso a ele. [Recebi] na semana anterior, não houve tempo. Não houve tempo porque na quinta-feira habitualmente nós viajamos”, acrescentou, em entrevista no aeroporto de Congonhas (SP).
Dias voltou a negar que tenha vazado o documento para a imprensa. Também negou que tenha sido seu assessor, André Fernandes, quem recebeu cópias enviadas da Casa Civil.
Questionado a respeito das providências que tomou ao ser informado por Fernandes sobre o recebimento desse material, Dias afirmou que pediu a ele o documento.
“Pedi a ele, queria ver o documento. Ele me forneceu as cópias e pediu que fizesse sigilo da fonte. Eu, claro, com a prerrogativa constitucional de que disponho, guardei sigilo da fonte. Eu não seria digno da confiança dele se revelasse a fonte".
Perguntado se está incomodado com essa situação, o senador respondeu que não. “Estaria incomodado se eu recebesse um documento, um dosssiê, com objetivos excusos e me silenciasse sobre ele".
Ontem (8), Dias afirmou à imprensa que os documentos foram repassados por seu assessor, que teria recebido via e-mail do secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Pires.
O e-mail teria sido localizado na perícia que está sendo feita Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) em nove computadores da Casa Civil, a pedido da própria pasta.
Por meio da assessoria de imprensa, a Casa Civil reafirmou hoje que só se pronunciará sobre o assunto após o término das investigações da Polícia Federal (PF).
Em nota divulgada hoje em seu site, o ITI informa que "procedeu à auditoria" dos computadores conforme as questões apontadas pela Comissão de Sindicância Investigativa da Casa Civil e que “caberá, somente, a essa Comissão elaborar e encaminhar relatório conclusivo à autoridade instauradora, bem como, manifestar-se sobre o assunto”.
O ofício de solicitação dessa auditoria foi feito no dia 2 de maio e, segundo a assessoria de imprensa do ITI, o relatório foi entregue à comissão no início desta semana. Agência Brasil
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