terça-feira, 6 de maio de 2008

Executiva do PDT diz que não há provas contra Paulinho e apóia deputado

A Executiva Nacional do PDT decidiu nesta terça-feira, por unanimidade, apoiar o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, nas acusações de envolvimento em esquema de desvio de empréstimos do BNDES. O partido entendeu que não há denúncias concretas contra o parlamentar que justifiquem punições a Paulinho - que variam desde a advertência verbal à perda de mandato.

"Doze integrantes [da Executiva] se pronunciaram no sentido de que não há elementos que nos levem a ter atitude que não seja de solidariedade ao deputado. O partido não viu elementos de prova que possam incriminá-lo", afirmou o presidente em exercício do PDT, deputado Vieira da Cunha (RS).

Aliviado com a decisão do partido, Paulinho disse que esperava obter o apoio da legenda. "O partido por unanimidade me deu total apoio porque não há nada contra a minha pessoa. Me coloquei à disposição da Corregedoria da Câmara para esclarecimentos e abri os meus sigilos. Era isso que eu esperava porque, como não há nada contra mim, existem apenas citações", afirmou.

Cunha disse que o discurso de Paulinho na tribuna da Câmara hoje à tarde, além da abertura de seus sigilos à PGR (Procuradoria Geral da República), pesaram na decisão da legenda de apoiá-lo. Além disso, o presidente do PDT ressaltou que as citações ao nome de Paulinho pela Polícia Federal, na Operação Santa Tereza, não comprovam o seu envolvimento no esquema de fraudes no BNDES.

O presidente do PDT reconheceu, no entanto, que as denúncias constrangem a legenda por envolverem uma de suas principais lideranças. "É evidente que o partido se constrange. Mas consideramos transparentes as atitudes do deputado."

O senador Jefferson Péres (PDT-AM), que defendeu o afastamento de Paulinho do partido, não participou da reunião da Executiva. Já o senador Osmar Dias (PDT-PR), que também havia se mostrado favorável ao seu afastamento, desistiu de pedir formalmente o desligamento de Paulinho apesar de estar presente na reunião.

"Eu perguntei a ele particularmente, antes da reunião, se estava disposto a se afastar. Mas ele disse que não se afastaria, por isso não fiz o pedido durante a reunião", justificou Dias.

Disputa eleitoral

Paulinho atribuiu as denúncias à disputa eleitoral pela Prefeitura de São Paulo, além de uma "conspiração de forças" contrárias ao direito dos trabalhadores na Câmara dos Deputados. Cotado para disputar a prefeitura da capital paulista pelo PDT, o deputado disse que o peso do bloco partidário nas eleições também pode ter influenciado o surgimento das denúncias.

"Se o bloco não tiver candidato e pender para um lado ou para o outro, decide as eleições em São Paulo", afirmou. O deputado disse, no entanto, que as denúncias não prejudicam a sua virtual candidatura à prefeitura de São Paulo. "Pode ser que comprometa, como pode ser que me dê mais voto. Eu tive apoio inédito de todas as seis centrais sindicais do país", ressaltou. Folha On Line
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