O líder cubano Fidel Castro acusou nesta segunda-feira o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de ter instigado o governante da Geórgia, Mikhail Saakashvili, a lançar o que qualificou como uma aventura militar na Ossétia do Sul.
Segundo Fidel Castro, Bush "prometeu seu apoio ao presidente Saakashvili para a entrada da Geórgia na Otan, o que equivale a um punhal afiado que se tenta cravar no coração da Rússia". "A Geórgia jamais teria lançado suas forças armadas contra a capital da República Autônoma da Ossétia do Sul (...) sem a anuência prévia de Bush", afirma.
Em artigo publicado no site oficial Cuba Debate, o ex-líder cubano diz que "muitos Estados europeus que pertencem a essa organização militar se preocupam seriamente com a manipulação irresponsável do tema das nacionalidades, prenhe de conflitos potenciais".
"A Iugoslávia foi dissolvida por essa via", afirmou.
Segundo o líder cubano, Saakashvili, por sua própria conta, "jamais teria se lançado à aventura de enviar o Exército georgiano à Ossétia do Sul, onde se chocaria com as tropas russas postadas lá como força de paz".
"Não se pode brincar com a guerra nuclear, nem premiar a provisão de carne de canhão para o mercado. Que necessidade havia de acender o pavio do Cáucaso? A Rússia continua sendo uma poderosa potência nuclear", lembra o artigo.
Conflito no Cáucaso
A crise começou na quinta-feira (7), quando a Geórgia, aliado próximo de Washington, enviou tropas para retomar a Ossétia do Sul, uma região aliada da Rússia que declarou sua independência da Geórgia em 1992. Moscou, que apóia a secessão do pequeno território, respondeu enviando tropas ao país vizinho.
A Ossétia do Sul é considerada uma importante rota de transporte de petróleo e gás natural na fronteira russa. A Cruz Vermelha relata que mais de 40 mil refugiados já deixaram a região, enquanto 2.000 pessoas morreram no conflito, segundo dados do governo de Moscou.
A Rússia continuou avançando para além dos territórios separatistas em direção à Geórgia, no quinto dia do combate. Ontem, o presidente georgiano assinou uma promessa de cessar-fogo, que foi ignorada pelo país vizinho.
Além da Ossétia do Sul, a Rússia também abriu uma segunda frente para proteger a Abkházia, no oeste da Geórgia. Um oficial do Ministério da Defesa russo disse que o objetivo é "prevenir ataques das unidades militares georgianas contra a Ossétia do Sul [e a Abkházia]". Agência EFE em Havana
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