Com o fim do Pan/2007, as atenções voltam-se às Olimpíadas que serão disputadas ano que vem, na capital da China. Pois surge a pergunta do amigo Sergio Patrick, coordenador de esportes da Rádio Bandeirantes: “é Pequim ou Beijing”?
A resposta é bem mais complexa do que parece.
Beijing significa “Capital Setentrional” e recebe essa grafia especialmente em idiomas anglo-saxões, como o inglês, por exemplo. Há dois modos de se ocidentalizar a escrita chinesa: a Romanização Cartográfica Postal - “Yóuzhèngshì P´ny´n” e a Romanização do Mandarim Moderno, mais conhecida como Pinyin - “Hàny´P´ny´n”.
A primeira, datada de 1906, é anterior à Revolução Cultural Chinesa e foi idealizada pelos ingleses Thomas Wade e Herbert Giles, por isso também é chamada de Wades-Giles. Nela, são eliminados todos acentos de pronúncia ou símbolos de palatização (como teríamos no nome da cidade de Xi´an, que seria escrita Shian) e todas as simbologias que não existem no inglês (como o “qu”, que se transforma em “kw”), além de escrever as palavras, de forma geral, como elas são pronunciadas. Desta forma, o nome “Bei-ching” tornou-se “Peking” (Pequim, em português). É uma chamada “anglicização” e não exatamente uma romanização, pois utiliza os princípios fonéticos do inglês e não do latim. No entanto, hoje em dia, Pequim é chamada, em inglês, de Beijing.
A segunda, cujo nome significa “soletração de sons”, ou tecnicamente falando, “foneticismo”. O pinyin foi adotado em 1979 pela Organização Internacional de Padronização (International Organization for Standarzation - ISO) como a romanização oficial padrão do chinês moderno. Então, supõe-se, o correto seria usá-la sempre (e então, seria Beijing).
No entanto, as palavras em pinyin, são escritas não como são lidas, mas usando uma correlação entre os ideogramas e as letras chinesas. Por isso, as palavras exigem um conhecimento da pronúncia do chinês, enquanto na Wade-Giles, isso não é necessrio. Por isso, a palavra Beijing é lida “Pequim”.
Desta forma, usar Pequim ou Beijing é uma questão de escolha na hora de escrever, mas para falar, é sempre Pequim. Ou seja, não existe a pronúncia “beijing”. Pessoalmente, por isso, prefiro usar Pequim, por ser mais familiar e mais palatável ao brasileiro. Afinal, quantos brasileiros conhecem a cidade de Beijing?
Considero usar “Beijing” um preciosismo algo desnecessrio. Porém, é importante padronizar: usou Pequim, use Nanquim, Shian, Tiananmen e Tientsin. Usou Beijing, use Nanjing, Xi´an, Tiān'ānmén e Tianjin. (Para saber mais, clique aqui).
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