Depois do vexame da seleção no Engenhão, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, vai aproveitar os próximos dias para avaliar o trabalho de Dunga no comando do time nacional.
O dirigente ficou irritado com a apatia da equipe em campo no empate contra a Bolívia, por 0 a 0, e cogita colocar uma espécie de interventor na comissão técnica da seleção.
Sem criatividade e lenta, a equipe não conseguiu superar os bolivianos, que atuaram com dez jogadores desde o início do segundo tempo, no Rio. A Bolívia ocupa a lanterna das eliminatórias e não pontuava fora de casa havia sete anos.
Apesar da situação confortável da seleção na tabela, Teixeira acredita que o time de Dunga não pode permanecer tão irregular na competição e estuda mudanças no comando técnico no restante das eliminatórias.
Com o empate no Engenhão, a equipe está em segundo lugar nas eliminatórias, com 13 pontos, atrás apenas do Paraguai, com 17 pontos. Mesmo assim, o time ainda não conseguiu vencer os dois jogos que disputou em cada mês no torneio.
Além da campanha inconstante nas eliminatórias, o time comandado por Dunga fracassou nos Jogos de Pequim, no mês passado. Com Ronaldinho, convocado por Teixeira, em campo, a equipe olímpica ficou com o bronze e não teve nenhuma atuação empolgante no torneio realizado na China.
O dirigente avalia que um treinador experiente poderá ajudar Dunga até o Mundial da África do Sul, que será disputado em 2010. Antes de assumir o cargo após o Mundial de 2006, o capitão da seleção no Mundial dos EUA em 1994 nunca tinha trabalhado como técnico.
Para dar mais força aos partidários da intervenção na CBF, o principal auxiliar de Dunga na CBF é o ex-lateral Jorginho, que tem pouco experiência como treinador. Ele apenas comandou o América, quando o time foi vice-campeão da Taça Guanabara em 2006.
Por isso, Teixeira estuda a possibilidade de incluir um treinador experiente na comissão de Dunga. Ele já foi aconselhado por amigos a tomar tal atitude, mas o dirigente quer aguardar pelo menos uma semana. O nome do profissional ainda não está fechado.
A nomeação de um interventor no trabalho da comissão técnica da seleção não será novidade na administração de Ricardo Teixeira. Ele já interveio em outras oportunidades. Em 1998, nomeou Zico às vésperas do embarque da seleção de Zagallo para a França.
Em 2002, nas conturbadas eliminatórias para o Mundial de 2002, o presidente da CBF nomeou Antônio Lopes como "seu representante" na comissão técnica que tinha Emerson Leão como comandante.
Nos dois casos, o trabalho dos interventores não deu muito resultado. Eles ficaram praticamente isolados.
Quarta-feira, no Engenhão, Dunga disse que não pediria demissão e debitou o péssimo desempenho da equipe da ansiedade dos jogadores.
No final da partida, como já acontecera em outras oportunidades, o treinador foi hostilizado pelo torcedores. Além dos gritos de "burro", Dunga teve que ouvir a torcida pedir sua saída do cargo. Folha Online
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