O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que as denúncia de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estaria infiltrada na Polícia Federal (PF) serão esclarecidas no âmbito do próprio inquérito que a PF já vem coordenando sobre escutas ilegais contra autoridades.
Segundo o ministro, que participou do desfile de comemoração do 7 de setembro, em Brasília, "agora é uma questão de apuração pelo inquérito da polícia".
Segundo reportagem da revista IstoÉ, o ex-agente do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) Francisco Ambrósio do Nascimento coordenou a atuação de um grupo de agentes da Abin na Operação Satiagraha, realizando escutas a partir do prédio da PF em Brasília.
"Isso é uma questão que está sendo resolvida pelo inquérito aberto pela Polícia Federal e é assunto exclusivo para o inquérito. O problema vai ser examinado e vai esclarecer. Vamos aguardar o resultado", disse o ministro.
Questionado, Jobim evitou tecer opiniões próprias sobre as suspeitas de atuação irregular da Abin e também não quis opinar sobre a hipóteses de eventualmente poder estar sendo grampeado.
Outro grampo
Na semana passada, reportagem da revista Veja divulgou que a Abin teria gravado conversa telefônica do ministro Gilmar Mendes com o senador Demóstenes Torres. A reportagem traz a transcrição do diálogo e diz que teve acesso aos documentos por meio de um servidor da agência, que pediu anonimato.
O diálogo telefônico de pouco mais de dois minutos entre Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) teria ocorrido no fim da tarde do último dia 15 de julho. A revista diz que, mesmo sem ter relevância temática, o diálogo prova a ilegalidade da espionagem.
No telefonema, Demóstenes pede ajuda a Gilmar contra a decisão de um juiz de Roraima que teria impedido o depoimento de uma importante testemunha na CPI da Pedofilia, da qual é relator. Mendes agradece a Demóstenes por ter criticado, na tribuna do Senado, o pedido de impeachment do presidente do STF feito por um grupo de promotores descontentes com o habeas-corpus concedido ao banqueiro Daniel Dantas. Na época, a Polícia Federal acabara de concluir a Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro duas vezes. A assessoria de Mendes confirma a conversa com o senador. Redação Terra
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