O delegado José Antônio Peixoto, suspeito de tentar extorquir um empresário e cônsul honorário do Marrocos em Santa Catarina, está internado em uma clínica em Blumenau. A informação é do delegado-chefe da Polícia Civil, Maurício Eskudlark.
— Ele, desde que pediu o afastamento, teria voltado para a sua cidade, Itajaí, e estaria desde terça ou quarta-feira internado em uma clínica em Blumenau — contou.
A informação de que Peixoto estaria internado foi repassada a Eskudlark por policiais que entraram em contato com a família dele.
— Foi também determinado o recolhimento da arma e da carteira profissional. Tudo isso foi procedido — disse.
Desde que ficou sabendo que era alvo de investigações, o delegado, que trabalha na Polícia Interestadual (Polinter), em Florianópolis, entrou com pedido de férias. Uma portaria assinada semana passada determinou o afastamento oficial de Peixoto de suas funções.
A Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) investiga o caso. De acordo com Eskudlark, o inquérito deve ser concluído esta semana e a polícia poderá pedir a prisão preventiva do delegado. A Deic está tentando identificar a participação de mais uma pessoa no crime.
Em portaria assinada na última sexta-feira pelo delegado Nilton Andrade, foi definida também a instauração de procedimento administrativo.
Delegado era amigo da vítima
O delegado suspeito de extorsão era amigo da vítima e chegou a participar das investigações do caso. Segundo o cônsul, que pediu para não ser identificado, 10 cartas anônimas com ameaças graves a ele e à família foram entregues em sua casa. Para que nada acontecesse, o autor das correspondências exigia US$ 2 milhões.
A vítima disse que esteve com o suspeito do crime dia 29 de agosto. Na ocasião, o delegado, que freqüentava a casa do empresário há 15 anos, admitiu o crime.
Se as suspeitas forem comprovadas e o delegado condenado, ele poderá ser exonerado do cargo. Se já estiver aposentado, poderá perder a aposentadoria.
José Antônio Peixoto já foi diretor da Academia da Polícia Civil (Acadepol) de Santa Catarina e delegado assessor especial da chefia da Polícia Civil do Estado. Até então, não tinha antecedente criminal. ClicRBS
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