César Valente
Os enormes engarrafamentos que têm infernizado a vida da capital, resultado de um acúmulo mal planejado de obras nesta época para mostrar serviço, aparentemente não incomodam os eleitores do Dário. A julgar pelos resultados da pesquisa Ibope divulgada no final de semana, a turma que reclama não é suficiente para abalar a liderança do prefeito.
Vai dando a lógica, como diriam os comentaristas esportivos. O esforço do governo do estado e a própria “máquina” municipal (na verdade máquinas, colocadas a fresar, asfaltar e enfeitar as ruas) certamente teriam que fazer alguma diferença. Embora ainda seja cedo para saber se há uma tendência de descolamento dos demais candidatos ou se foi um pico.
Defesa prévia
Na campanha do Dário se nota que a grande preocupação é o Cesar Souza Jr. Tradicionalmente, nas campanhas eleitorais, quem bate, critica e provoca, é o candidato que está em situação inferior, para tentar minar o líder. Foi o que Cesar Souza Jr. começou a fazer. Surpreendentemente, Dário resolveu também bater em César Souza Júnior (que está em terceiro lugar e a quem, por pura provocação, só chama de “Júnior”).
Além disso, Dário lançou uma espécie de defesa prévia: “vêm mais ataques por aí”. Isso também é um passo temerário, numa campanha, porque supõe a admissão tácita de que há o que atacar. O problema seria o eleitor entender que, se o próprio candidato avisa que receberá mais ataques, é porque deve ter feito coisas que ainda não foram exploradas.
Esse “approach” inovador, que começou há pouco, talvez ainda não tenha sido avaliado pela pesquisa. Mas se o eleitor do Dário não liga que ele engarrafe a cidade às vésperas da eleição, certamente não vai ligar para sutilezas desse tipo. Vários outros políticos brasileiros já surfaram, com sucesso, nessa onda eleitoral que não liga muito para o que digam do prefeito, desde que ele faça viadutos e asfalte ruas. De Olho na Capital
Nenhum comentário:
Postar um comentário