segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Simpatia - Jobim defende que Abin permaneça ligada à Presidência da República

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, defendeu hoje (8) a permanência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sob a subordinação da Presidência da República. O ministro descartou a possibilidade de o órgão responsável por planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar a atividade de inteligência poderia ser transferido do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para a sua pasta.

“A Abin tem que ficar junto à Presidência. A agência é um organismo de informação, não é militar e não haveria razão nenhuma para ela estar no Ministério da Defesa”, afirmou o ministro depois da cerimônia de posse do novo corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp.

Perguntado se o governo está convencido de que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) foram alvos de grampos telefônicos supostamente realizados por agentes da Abin, Jobim se limitou a responder que caberá à apuração da Polícia Federal elucidar a questão.

Segundo Jobim, durante as reuniões ministeriais para discutir as denúncias, os participantes trataram apenas “da necessidade de uma manifestação forte [por parte do governo] sobre o assunto e do afastamento temporário da direção da Abin durante o tempo que durar as investigações sobre o caso.

Assim como o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix, já havia feito ao depor à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas Clandestinas, na semana passada, Jobim classificou como “política” a decisão do presidente Lula de afastar temporariamente o comando da Abin.

“Isso é uma decisão política. E quando você afasta alguém para realizar este tipo de investigação você não está atribuindo culpa a ninguém. A culpa decorre do inquérito. Você não pode antecipar juízo de culpa”, declarou.

O ministro também voltou a afirmar que terá pouco a contribuir com a CPI durante seu depoimento, que, a seu pedido, deverá ser remarcado para a semana que vem.

“A única coisa que eu tenho são informações sobre a compra [dos equipamentos capazes de interceptar ligações telefônicas]. Estou fora desse assunto”, disse o ministro.

Ele foi convocado a prestar esclarecimentos após ter revelado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a Abin utilizou a Comissão de Compras do Exército, em Washington, para adquirir equipamentos de escuta. Agência Brasil


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