Guilherme Scarance - O Estado de S. Paulo - 10/02/2008O escândalo dos cartões começou em 13 de janeiro, quando o Estado revelou que essa modalidade de despesas havia batido o recorde no governo Lula, atingindo R$ 75,6 milhões em 2007, aumento de 129% em relação a 2006. A ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, liderava a fatura do primeiro escalão. A revelação fez surgirem novas suspeitas: ela fizera gastos até em free shop. Cobrada pela oposição e pelo próprio Lula, Matilde se demitiu no dia 1º de fevereiro.
Dias antes, o deputado Carlos Sampaio (SP) começara a recolher assinaturas para abrir uma CPI mista destinada a investigar o uso do "dinheiro de plástico". O Tribunal de Contas da União (TCU) resolveu esmiuçar os dados e o Ministério Público decidiu apurar os gastos de Matilde e dos ministros Altemir Gregolin (Pesca) e Orlando Silva (Esporte).
Um dia antes da queda de Matilde, o governo baixou um pacote - reduziu os saques a 30% do limite do cartão e vetou o uso para aluguel de carro, salvo em caso excepcional. A crise não cedeu e o titular dos Esportes se antecipou, devolvendo cerca de R$ 31 mil. Vieram à tona gastos dos cartões da Presidência e o governo, por meio de seu líder Romero Jucá (PMDB-RR), coletou assinaturas para abrir uma CPI no Senado abrangendo o governo Fernando Henrique. A oposição ainda insiste na CPI mista.
Escândalo começou com recorde de gasto em 2007
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