Planilhas encontradas pela Polícia Federal na boate W.E. indicam que a casa de prostituição pagou passagens aéreas e hospedagens para o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB)(em destaque na foto), e o lobista João Pedro de Moura, consultor da Força Sindical que se apresenta como assessor do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP). É o que mostra reportagem de Ricardo Galhardo na edição desta terça-feira em 'O Globo'.
A planilha, apreendida no dia 24 de abril pela PF na Operação Santa Teresa, mostra os pagamentos feitos por "Celso" e "Washington" com dinheiro da casa de prostituição. Entre acertos e adiantamentos às garotas de programa que trabalhavam na casa, aparece uma série de nomes que teriam recebido passagens aéreas e estadas em hotéis de luxo. Celso Murad e Washington Napolitano estão na lista dos réus no processo por formação de quadrilha, fraudes em contratos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tráfico de pessoas e exploração de prostituição instaurado pela Justiça Federal.
Entre os nomes na planilha estão os do secretário de Obras de Praia Grande, Luiz Fernando Lopes, o do chefe-de-gabinete do prefeito, Jamil Issa Filho, e o do próprio prefeito Mourão. Todos são acompanhados da cifra 342, que seria o preço das passagens.
A Justiça determinou nesta segunda-feira o bloqueio dos valores de cinco contas correntes do construtor Manuel Fernandes de Bastos Filho e de três pessoas ligadas a ele. O empresário, que está foragido, é réu no processo criminal aberto para apurar os crimes da quadrilha investigada na Operação Santa Tereza, da Polícia Federal, que investiga o esquema de prostituição, tráfico de mulheres e fraudes em empréstimos do BNDES. O bloqueio das contas foi solicitado pelo Ministério Público Federal (MPF).
Dono do prostíbulo WE, Bastos Filho é apontado pelo MPF como líder tanto da quadrilha de prostituição e tráfico interno de mulheres, quanto do esquema que cobrava e dividia comissões em empréstimos junto ao BNDES.
O acusado está foragido desde 24 de abril, quando a operação foi deflagrada. Segundo relatório recebido pelo MPF, as contas do construtor e de três pessoas ligadas à ele sofreram movimentações atípicas, que indicam que o acusado pode estar dilapidando o patrimônio obtido com as atividades ilícitas e mascarando sua origem.
O relatório aponta movimentações superiores a R$ 500 mil nas contas-correntes da mulher de Bastos Filho e nas de duas pessoas que receberam aportes diretamente das contas dela.
As movimentações atípicas demonstram a ligação do construtor com essas pessoas e foram registradas entre janeiro e o início de maio deste ano, poucos dias após a operação policial. Por conta disso, a procuradora da República Adriana Scordamaglia pediu o bloqueio dos valores em regime de urgência.
Os interrogatórios do processo da Operação Santa Tereza estão marcados para os próximos dias 21 e 26 de maio na 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo, especializada em lavagem de dinheiro e crimes financeiros.
PF investiga denúncia de má utilização de recursos pela Força
A Polícia Federal de Marília (SP) investiga há três anos denúncia de má utilização de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) por parte da Força Sindical. O presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), já foi denunciado pelo crime. Segundo a polícia, a Força desviava recursos do fundo a partir de alunos fantasmas inscritos em cursos de qualificação profissional em Piraju, cidade onde nasceu a mulher de Paulinho, Elza Pereira. Ela é presidente da Meu Guri, ONG citada na investigação sobre fraudes em financiamentos do BNDES .
Segundo a PF, a Força contratava a Fundação João Donini, com sede em Piraju, mas muitos dos alunos eram matriculados duas vezes no mesmo curso. Alguns cursos teriam sido registrados em cidades da região, na divisa com o Paraná, mas não teriam saído do papel. A fundação, com sede em Piraju, seria a responsável pela formatação dos cursos.
O contrato entre a Força Sindical e a Fundação João Donini era de R$ 215 mil. O desvio ocorreu em 2002, ano seguinte à compra considerada superfaturada da Fazenda Ceres, em Piraju. Adquirida por R$ 2,8 milhões com intermediação da Força Sindical para assentamento de produtores rurais, há sete anos que o local está improdutivo. A dívida já chega a R$ 5,4 milhões. Globo On Line
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