quarta-feira, 21 de maio de 2008

Começou o delírio - Unger: Amazônia é uma fronteira 'também da imaginação'

O ministro do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Mangabeira Unger, coordenador do Plano Amazônia Sustentável (PAS), expôs à Comissão da Amazônia e Meio Ambiente, na Câmara dos Deputados, o plano que está discutindo com os governadores para a Amazônia. Ele disse que a região é uma fronteira não apenas "da geografia", mas "também da imaginação". "O que for feito nela será também o que será feito para o Brasil. Ela não pode ser uma retaguarda, ela é uma vanguarda", declarou.

Na avaliação de Mangabeira, para resolver os problemas da Amazônia é indispensável a imediata regularização fundiária da região, o zoneamento econômico e ecológico e a aplicação do desmatamento zero. Ele disse que a Amazônia só pode ser desenvolvida se for pensada em duas: a Amazônia com floresta e a sem floresta. "Ela precisa ser entregue não às formas predatórias, mas à forma de desenvolvimento sustentável."

Para a Amazônia com floresta, Mangabeira defendeu a necessidade de se providenciar tecnologia, permitindo-se o manejo sustentável com equipamentos específicos para uma floresta tropical, a implantação de serviços ambientais avançados, a manutenção de pessoal qualificado na região e a realização de um reordenamento jurídico. O ministro elogiou a licitação para exploração de Florestas Nacionais (Flonas), mas fez a ressalva de que a legislação a respeito tem de ser mais específica. Flona é uma área de espécies nativas para uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e para pesquisa científica.

Para a Amazônia sem floresta, Mangabeira Unger defendeu a adoção de um modelo econômico que não inclua a pecuária extensiva, que ocupa grandes áreas e é um dos grandes fatores de desmatamento. No entender do ministro, o que precisa ser implantado na Amazônia e levado depois a outros pontos do País é a pecuária intensiva (com o confinamento do gado). Ele disse que é necessário também organizar a agricultura na Amazônia de forma que tenha um alto valor agregado, combinando isso com a pecuária intensiva, e reorganizar os mercados agrícolas para que os produtores não fiquem na dependência de especuladores.

Mangabeira disse que, uma vez adotadas essas medidas, será possível ao governo dedicar-se à melhoria da infra-estrutura na região, principalmente de transportes, implantando o sistema intermodal e estradas ferroviárias. Agência Estado
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