terça-feira, 20 de maio de 2008

Boato sobre "dossiê" causa desentendimento entre Arthur Virgílio e Tião Viana

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), e o senador Tião Viana (PT-AC) se desentenderam em Plenário, nesta terça-feira (20), por causa da autoria de um boato sobre a participação do parlamentar amazonense no vazamento do suposto dossiê sobre gastos com cartões corporativos do governo Fernando Henrique Cardoso. Arthur Virgílio acusou Tião Viana de comandar a repercussão do boato em plena reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos, realizada nesta terça-feira.

Segundo o relato do líder do PSDB, Tião Viana o procurou, nesta terça-feira (20), para lhe dizer que um funcionário do gabinete do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse a funcionários do gabinete de Tião Viana que o documento (dossiê) vazado do Palácio do Planalto para André Fernandes, assessor de Alvaro Dias, também fora encaminhado ao gabinete da liderança do PSDB. Dali, teria seguido para o jornal Folha de S. Paulo. Tião Viana teria dito ainda a Arthur Virgílio achar que se tratava de "fogo amigo".

- Decidi tornar isso claro no Plenário e avisei ao senador Tião Viana que o faria, mas desisti porque o funcionário do senador Alvaro Dias negou o fato - contou Arthur Virgílio.

Entretanto, o líder do PSDB no Senado mudou de idéia após o deputado Nilson Mourão (PT-AC) ter tocado no assunto, durante a reunião da CPI Mista. Segundo Arthur Virgílio, Mourão é "ligado a Tião Viana".

- Estou decepcionado. Não esperava essa deslealdade de um amigo - reclamou Arthur Virgílio, na presença de Tião Viana, acrescentando que o parlamentar do PT o alertara também sobre o fato de que o boato estava sendo apurado pelo jornal Correio Braziliense, o que teria sido negado a Arthur Virgílio pelo repórter Gustavo Krieger.

- Decepcionado estou eu. Eu avisei ao senador Arthur Virgílio, e a mais ninguém, de que isto me havia sido dito por dois assessores, que ouviram do chefe de gabinete de Alvaro Dias, e que isso já estava circulando entre jornalistas - defendeu-se Tião Viana.

E frisou:

- Agi com lealdade para com um amigo e não aceito suspeitas sobre a minha conduta.

Arthur Virgílio, contudo, manteve sua acusação, o que levou os senadores Gerson Camata (PMDB-ES), Wellington Salgado (PMDB-MG) e Papaléo Paes (PSDB-AP) a pedirem que os dois se reconciliassem. Agência Senado
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