segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Cristovam cobra do governo pagamento da "dívida social que o país tem com milhões de brasileiros"


O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou em Plenário, nesta segunda-feira (25), que o governo - depois de conseguir dólares suficientes para pagar a dívida externa do Brasil - deve se dedicar ao pagamento da "dívida social" que o país, em sua opinião, tem com milhões de brasileiros.

Para Cristovam, o governo ainda precisaria acumular dólares para cobrir três meses de importações para, de fato, dizer que resolveu o problema da dívida externa. E lembrou, em seguida, que o governo tem uma dívida pública interna de aproximadamente R$ 1,2 trilhão.

Cristovam Buarque considerou um avanço o governo Lula "ter compreendido" que não existem mais governos de esquerda ou de direita, mas governos "responsáveis ou irresponsáveis", em termos fiscais. O senador atribui o sucesso econômico do governo à sua responsabilidade fiscal, mas lamenta que a educação ainda não receba o necessário para superar as carências do país.

O parlamentar observou também que, enquanto o projeto de orçamento em tramitação no Congresso estipula verbas para a construção de "verdadeiros palácios" no Poder Judiciário, a educação não recebe o necessário para promover "uma verdadeira revolução" no país. Embora reconheça a legalidade das verbas para a construção desses "palácios", indagou se isso não pode ser questionado do ponto de vista moral, ao se constatar a existência de crianças fora da escola e a precariedade do sistema pública de ensino.

UnB e Cuba

Cristovam Buarque disse não ter sido bem compreendido, semana passada, ao comentar a compra da mobília para o apartamento funcional do reitor da Universidade de Brasília (UnB), Timothy Mulholland. Conforme ponderou, o reitor pode ter cometido "um crime de prioridade" ao comprar mobiliário caro para uso próprio enquanto os alojamentos dos estudantes encontram-se em situação precária.

Ainda no mesmo discurso, Cristovam comentou a decisão de Fidel Castro de se afastar do comando de Cuba. Segundo considerou, a imprensa brasileira se dividiria ao retratar Fidel como "santo ou demônio", recebendo a última atribuição por exercer o controle dos meios de comunicação e manter em atuação um partido único, de apoio ao governo.

- Claro que a gente não quer um partido único. Claro que a gente não pode aceitar uma imprensa controlada. Mas é preciso reconhecer que os indicadores sociais de Cuba, hoje, 50 anos depois de imposto o bloqueio econômico pelos Estados Unidos, são melhores que os dos países escandinavos. Tem de se reconhecer que lá toda criança tem escola - observou. Agência Senado
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