terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Crime em Criciúma: Polícia Civil prende dois torcedores que jogaram bomba


Juliano Marinho de França

A Polícia Civil prendeu nesta manhã Franklin Roger Pereira, de 22 anos e Juliano Marinho de França, de 22, acusados de envolvimento na explosão de uma bomba caseira durante o jogo entre Criciúma e Avaí, na tarde do último domingo, no estádio Heriberto Hülse, em Criciúma, no Sul do Estado. Em depoimento, Franklin confessou que entrou no estádio com duas bombas escondidas na cueca. O soldado do Exército, Juliano é apontado por Franklin, à pessoa que teria arremessado o artefato contra torcida do Criciúma, atingindo o aposentado Ivo Costa, de 62 anos, que teve a mão direita amputada. A polícia investiga ainda o envolvimento de mais uma pessoa no caso.


Franklin Roger Pereira


De acordo com o Delegado André Milanese, da Central de Criciúma, Franklin foi preso em seu local de trabalho, uma oficina mecânica, localizada em Capoeiras. Juliano foi preso no próprio quartel do Exército, no bairro Estreito, na Capital. “Chegamos até eles através das denúncias feitas pelos próprios integrantes da torcida organizada do Avaí", explica.

Segundo o Delegado, um computador do soldado foi apreendido. Em sua página em um site de relacionamentos havia mensagens sobre briga entre torcidas e fotos de armas. "Estamos analisando o material, pois em suas páginas de relacionamentos havia incitações à violência nos estádios. Numa conversa informal, ele negou ter jogado a bomba, mas o depoimento de seu companheiro é claro”, afirma.

Milanese ainda faz um alerta: “Outras pessoas poderão ser indiciadas por supostamente auxiliarem a dupla a fugir em um carro logo após a bomba ter sido jogada na arquibancada adversária. Continuamos as investigações e quem foi apontado como cúmplice poderá ser indiciado", garante.

O caso gerou grande repercussão no Estado e fez com a Federação Catarinense de Futebol decidisse proibir a entrada de torcedores de times visitantes em jogos válidos pelo restante do campeonato estadual. A decisão foi anunciada na noite de segunda-feira, após reunião entre dirigentes da própria federação, representantes das torcidas organizadas, Ministério Público e Polícias Civil e Militar.

Participaram das prisões policiais civis da Central de Criciúma, com apoio da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), Central da Capital e 4º DP. Fonte: Polícia Civil/SC

Comentário: Este blog, no início da tarde de ontem (25) já tinha o nome do primeiro envolvido nesse crime que cometeram no estádio Heriberto Hülse, e o havia informado durante o programa "Debate Diário" que vai ao ar a partir das 13 horas na CBN/Diário de Florianópolis. Infelizmente foi ignorado pelos apresentadores, mesmo com a certeza de que o nome fora dito pela própria Polícia Militar de Criciúma através da Rádio Eldorado, na mesma noite em que ocorreram as barbaridades na Capital do Carvão.

Nota Oficial do Avaí FC

NOTA DE REPÚDIO
26/02/2008 - 16:23

O AVAÍ FUTEBOL CLUBE, em nome de seus sócios, atletas, colaboradores e torcedores, vem a público REPUDIAR veementemente o ato praticado na cidade de Criciúma, solidarizando-se com o torcedor IVO COSTA em seu sofrimento, causado pelo ato desumano de um pseudotorcedor que detonou artefato explosivo em plena praça de desporto.

O isolado ato criminoso contrasta com a tradição pacífica das torcidas de Santa Catarina, entristece a todos e impões às autoridades constituídas a pronta apuração dos fatos, com a mais rígida aplicação da Justiça aos responsáveis.

O AVAÍ FUTEBOL CLUBE entende que, além de sujeitarem-se às sanções de nossa legislação penal, os responsáveis pela violência praticada em Criciúma precisam ser banidos dos estádios de futebol, como medida de proteção e respeito aos verdadeiros torcedores.

A Diretoria do Avaí tinha a obrigação de ter emitido uma nota oficial no mesmo dia em que as ocorrências foram registradas. Não fosse a insistência de repórteres e da mídia de forma geral (ontem na Federação Catarinense de Futebol), ainda estaria calada. E mesmo que os acontecimentos não tivessem como autores torcedores de sua agremiação, no mínimo um voto de solidariedade em favor de uma pessoa que foi criminosamente atingida em todos os seus direitos e não tinha qualquer envolvimento em brigas de torcidas. Lamentável a posição tardia tomada pela diretoria azurra.
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