quinta-feira, 5 de junho de 2008

É uma atrás da outra: Múcio diz que "ressentimento" de Denise Abreu pode estar por trás de denúncias

O ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) disse nesta quinta-feira que o ressentimento pode estar por trás das denúncias feitas pela ex-diretora da Anac (Agências Nacional de Aviação) Denise Abreu contra a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).

"Vamos torcer para que a carga emocional e a dosagem de ressentimento não atrapalhe os fatos que deverão surgir e que precisam ser esclarecidos", disse Múcio em relação ao convite para que a ex-diretora deponha no Senado.

Sobre a possibilidade de convocação da ministra Dilma, Múcio afirmou que é preciso primeiro ouvir os esclarecimentos de Denise Abreu.

"Nós vamos primeiro ouvir as denúncias, sem ser através da imprensa. O Senado, eu soube, que ia convidar para que a doutora Denise venha dizer verdadeiramente o que aconteceu, para separar o ressentimento e, de posse dos fatos, podermos responder a todas as questões", disse Múcio.

"A doutora Denise vai ter a chance de, com tranqüilidade, diante do Congresso Nacional, dizer quais foram os motivos que levaram a fazer essa denúncia."

O ministro afirmou ainda que há uma "dosagem alta de ressentimento" nas denúncias. "Mas isso não significa que absolutamente tudo é ressentimento. O que não for ressentimento será esclarecido. O que nós precisamos é não ter medo dos fatos."

Denúncias

Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", a ex-diretora da Anac Denise Abreu afirma que a Casa Civil favoreceu a venda da VarigLog e da Varig ao fundo Matlin Patterson e aos três sócios brasileiros.

Ela afirma que Dilma a desestimulou a pedir documentos que comprovassem a capacidade financeira dos três sócios (Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel) para comprar a empresa, já que a lei proíbe estrangeiros de possuir mais de 20% do capital das companhias aéreas.

A ex-diretora, que se diz vítima de uma armação, afirmou ainda que a filha e o genro do advogado Roberto Teixeira usaram sua influência para pressioná-la.

Ontem, a ministra Dilma Rousseff negou as acusações de Abreu. "As acusações feitas pela doutora Denise Abreu são falsas', disse a ministra. Ela afirmou que estranha as declarações da ex-dirigente da Anac, que inclusive já trabalhou na Casa Civil do atual governo durante a gestão de outro ministro, José Dirceu.

"Eu queria destacar que este tema foi tratado no âmbito da Anac e também no âmbito do processo de falência da Varig. O governo teve uma grande preocupação com a falência da Varig e com a descontinuidade do serviço. As acusações serão respondidas no âmbito da Anac e do processo de falência", afirmou Dilma. Folha Online
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