O subsecretário de Estado norte-americano, John Negroponte, disse na segunda-feira que não tem dúvidas de que membros da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) buscaram refúgio na Venezuela.
O funcionário manifestou que é necessário fortalecer as reações bilaterais entre os governos de Caracas e Bogotá, que se deterioraram paulatinamente em meio a discursos fortes do presidente venezuelano, Hugo Chávez, acusando o seu colega colombiano, Alvaro Uribe, de simpatizar com grupos de narcoparamilitares.
"Ao que se refere ao governo da Venezuela, não creio que exista alguma dúvida de que há membros das Farc que buscaram refúgio em solo venezuelano", afirmou Negroponte em uma conferência de imprensa durante a 38a Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Medellín.
Apesar de o tema central da assembléia da OEA ser sobre a juventude e os valores democráticos, a reunião de chanceleres serviu de cenário de debate da crise nas relações entre Colômbia, Equador e Venezuela, deterioradas por supostos vínculos das Farc com os governos de Quito e Caracas.
"Eu sugeriria que aqueles que estão em posição de fazer algo a respeito devem pensar na relação bilateral a longo prazo entre os dois países e se permitir que esse tipo de situação continue realmente é de interesse do seu país", acrescentou.
O governo do presidente Alvaro Uribe afirmou em várias ocasiões que os guerrilheiros das Farc se refugiam em território venezuelano para fugir dos cercos das Forças Militares colombianas na fronteira entre os dois países.
A atual crise foi detonada quando militares colombianos invadiram território equatoriano, em 1o de março, em um ataque no qual morreu Raúl Reyes, um dos máximos comandantes das Farc.
O governo do presidente equatoriano, Rafael Correa, classificou o incidente de violação da soberania do seu país e rompeu relações diplomáticas com Bogotá.
Chávez e Correa rejeitam as acusações de Bogotá, sustentadas em centenas de arquivos encontrados nos computadores de Reyes, que sugerem vínculos das Farc com seus respectivos governos. Reuters
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