A oposição do governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), aproveitou o "dossiê" escrito por Ivonei Raul da Silva, que contém possíveis irregularidades praticadas por políticos ligados à administração estadual, e admitiu entrar com um pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da "matéria paga" na Assembléia Legislativa do Estado.O presidente do PP, Joares Ponticelli, deve se reunir com integrantes da bancada oposicionista, mas já declarou que o material seria contundente. "A denúncia é devastadora e além do pedido de CPI, estamos encaminhando o livro ao Tribunal Superior Eleitoral, onde o governador enfrenta um julgamento por propaganda irregular durante a campanha. A comprovação é feita por cópias de recibos e fotografias, algo muito contundente", disse, afirmando que o publicitário detido seria vítima de uma "armação".
"Ele tentou receber um valor que lhe era devido e acabou caindo numa cilada. Isso é coisa que só o Departamento de Ordem e Política Social (Dops) costumava fazer", afirma Ponticelli.
O governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) cumpriu agenda nesta tarde na cidade de Criciúma. O chefe do setor de imprensa do governo, José Gayoso, destacou que o governo não irá se manifestar oficialmente, pois o caso é considerado "da competência da polícia".
Caso
O publicitário Ivonei Raul da Silva foi preso suspeito de extorsão contra políticos ligados ao governo de Santa Catarina, em Florianópolis (SC). Ele teria descrito em um livro, prestes a ser publicado, possíveis irregularidades praticadas por políticos ligados à administração estadual. Chamada de "A descentralização no banco dos réus", a obra traz transcrições de supostas gravações envolvendo a negociação de R$ 500 mil para a publicação de matérias numa revista, com o intuito de "divulgar" as obras e realizações da administração estadual.
Ivonei Silva garantiu, ao ser levado à sede da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), que não praticou extorsão e estaria cobrando uma dívida referente à notícias e contratos publicitários veiculados na revista Metrópole, editada em Blumenau.
Trechos do livro acabaram distribuídos para parte da imprensa e foram divulgados na Internet. No material, ele cita abertamente políticos de primeiro escalão do governo e integrantes dos poderes Legislativo e Judiciário.
Segundo o delegado Renato Hendges, responsável pelas investigações, Silva teria exigido mais de R$ 1 milhão para não publicar o "dossiê". O policial pediu segredo de Justiça no caso e não forneceu mais detalhes. Redação Terra

Nenhum comentário:
Postar um comentário