
Antes de fazer um discurso considerado "emotivo" pelos participantes do encontro, o presidente não escondeu o desconforto de colocar na cabeça um boné do movimento gay, oferecido pelo travesti Fernando Bevenute. Lula ficou pouco tempo com o boné. Em seguida, posou com uma pequena bandeira do movimento.
Só depois ele ficou mais descontraído. Lula abriu o discurso reconhecendo a dificuldade de participar de um evento voltado para gays. "Não é fácil para um presidente da República no Brasil ou em outro país do mundo participar de um evento que envolve um segmento tão grande, heterogêneo e com pessoas que sofrem preconceitos, não é fácil", disse. "Quando o Toni [Reis] disse que nunca antes na história deste planeta foi realizado um evento como este, eu fico orgulhoso."
O presidente propôs o dia do combate à hipocrisia. "Quando se trata de preconceito, eu conheço nas minhas entranhas", disse. "Talvez seja a doença mais perversa impregnada na cabeça do ser humano", completou. "Nós precisamos gostar de nós do jeito que somos."
Luiz Mott, do movimento gay da Bahia, avaliou que o presidente, num primeiro momento, "resistiu" em colocar o boné. "Senti um pouco uma certa dificuldade, mas em seguida ele foi completamente dominado pela emoção", afirmou. Mott lembrou que Fernando Henrique Cardoso, em 2002, foi o primeiro presidente a posar com bandeira do movimento gay. "E ele estava mais tímido que o presidente Lula." Estadão Online

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