
A reunião conciliatória será realizada na residência oficial de Garibaldi. Entre os parlamentares, é quase unânime a avaliação de que o clima na Casa foi prejudicado desde o ano passado, após o desgaste provocado pelos processos de cassação contra o então presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Neste ano, a disputa política foi agravada em março, durante a votação da medida provisória que criou a TV Pública. Na ocasião, o governo retirou de pauta outra MP que trancava as votações para agilizar a aprovação da TV Pública --o que provocou a irritação do DEM e PSDB.
A oposição chegou a ameaçar obstruir os trabalhos do Senado, mas voltou atrás depois de pressionada por líderes governistas.
O clima de disputa também se repetiu na CPI mista (com deputados e senadores) dos Cartões Corporativos depois que a base aliada do governo decidiu "blindar" o Palácio do Planalto nas investigações. Sem número de parlamentares suficiente para derrotar os governistas, a oposição pediu a criação de outra comissão no Senado para investigar o uso dos cartões corporativos por autoridades do governo Lula.
Além dos embates na CPI dos Cartões Corporativos, governo e oposição também vêm travando sucessivas batalhas no plenário do Senado --com direito a ofensas públicas, ameaças e bate-bocas. Na semana passada, o senador Mão Santa (PMDB-PI) chegou a chamar a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) de "galinha cacarejadora", o que provocou diversos debates no plenário da Casa sobre a expressão do colega.
Já o senador Mário Couto (PSDB-PA) prometeu iniciar uma "greve de banho" para "feder" no plenário do Senado até que consiga incluir na pauta de votações do Senado um projeto de reajuste do INSS.
Desabafo
Irritado com o clima de disputa política na Casa, Garibaldi fez um desabafo no plenário do Senado na semana passada depois de ser questionado pela oposição sobre os motivos que o levaram a adiar para amanhã a leitura do requerimento de criação da CPI dos Cartões Corporativos do Senado.
"Eu, definitivamente, às vezes não entendo os rumos que os parlamentares querem dar a esta Casa. Estamos debatendo por nada. O que vai trazer prejuízos para o Senado se a leitura for feita na terça-feira? Estou sendo um presidente mal compreendido, meus apelos não estão sendo acolhidos pelos meus pares. Espero que os senadores da oposição e do governo esfriem a cabeça para nos reunirmos nesta terça-feira", afirmou. Folha
Comentário: Por que a leitura do requerimento não foi feita na quinta-feira passada como Arthur Virgílio e Agripino Maia pediram? Tem coisas que a gente já sabe a resposta, mas pergunta de bobo mesmo!

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