terça-feira, 8 de abril de 2008

Arthur Virgílio rebate falta de cumprimento de acordo

O texto abaixo é parte de intervenção do senador Arthur Virgílio ao presidente Garibaldi Alves, rebatendo crítica do líder do governo, Romero Jucá

O líder do governo, Romero Jucá, se esquece de um compromisso não honrado pelo governo muito grave. Eu estava do outro lado do rio Negro (AM), em recesso parlamentar, quando tive a notícia de que o Governo editava um pacote tributário. E ele tinha jurado de pé junto que isso não aconteceria, para obter nossos votos para a aprovação da DRU. E nós iríamos votar a favor da DRU de qualquer jeito, até por entender que isso aí era muito bom para o equilíbrio macroeconômico do país. Mas o fato é que foi feita a promessa, e a promessa não foi cumprida. Nós não entraríamos na Ordem do Dia do dia de amanhã, se eu fosse aqui desfilar cada palavra não cumprida pelo governo nesta Casa. Nós não falhamos com compromisso qualquer, não temos compromisso com varrer sujeira para debaixo do tapete, não temos compromisso com não investigar, não temos compromisso com desmoralizar esta Casa.

É só as pessoas perceberem que não existe essa coisa de maioria não deixar aprovar. A minoria tem o direito de pedir. Uma vez que a minoria pede e que se constrói uma CPI, é obrigação da maioria ajudá-la a investigar. Esse é o fundamento da democracia, se estamos diante de uma minoria ativa, de uma maioria de boa fé – que não sei se é o caso, neste momento.

Portanto volto a dizer de maneira muito fria, muito tranqüila: se o critério é de bloco, o principal bloco é o nosso; se o critério é de partido, o segundo maior partido é o DEM. Então, não há critério decente nenhum, a não ser o da violência – e a violência traz resposta neste plenário – que justifique tirarem uma das posições diretivas da CPI de alguém da Oposição.
Se é bloco, o nosso é maior; se é partido, o DEM é o segundo Partido. Fora disso é estabelecermos uma relação selvagem aqui; e não é o que desejo, não é o que pretendo, não é o que pretende meu partido, não é o que pretende a oposição.

Portanto, queremos muito ver as definições do governo. Vamos nos definir em relação ao comportamento em plenário das comissões a partir da definição do governo.
Um terceiro critério é a selvageria. O segundo maior partido indica um dos dirigentes da CPI: o DEM. O primeiro critério é o maior bloco, que é o nosso (PSDB), indicar um dos dois dirigentes. Fora disso, teremos problemas, e vamos deixar bem claro que o governo, a cada dia mais, está mostrando suas manguinhas.

Vamos ver as coincidências: em relação àquele dossiê Vedoin, até hoje está todo mundo impune; ninguém pagou coisa alguma por aquela falsidade. Depois, tivemos esse rapaz que, agora, é suplente do PT – lá de Santo Ângelo –, bisbilhotando as contas do PSDB na Receita Federal. Está aí, desmascarado pela revista Época. E, agora, temos esse caso em que, de maneira falsa, pretendem investigar vazamento para não chegar a conclusão nenhuma, porque não querem investigar aquilo que, a meu ver, é uma verdade. Isso partiu da Casa Civil. Temos de dizer isso com clareza.

É por isso que estou pedindo, junto com o Senador José Agripino,que a Polícia Federal investigue a origem do dossiê. E mais: que o Ministério Público entre nisso também, para não ficarmos com meias verdades, culpando o “sofá do adultério”. Queremos saber de onde partiu a idéia criminosa de se liberarem dados, ditos sigilosos, para prejudicar adversários. Queremos saber isso." Senado Federal
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