
Segundo ele, no inquérito da Polícia Federal há a cópia de um cheque de R$ 400 mil do empresário Lair Ferst - filiado ao PSDB e que foi um dos coordenadores da campanha de Yeda Crusius em 2006. O cheque foi pago a Eduardo Laranja da Fonseca, antigo proprietário do imóvel. "Não perguntem como sei disso. Eu sou delegado e tenho minhas fontes", disse Tubino na Assembléia Legislativa.
As declarações foram dadas em depoimento de mais de quatro horas à CPI, que entrou pela madrugada de ontem. Segundo ele, a denúncia já foi encaminhada ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público Especial do TCE (Tribunal de Contas do Estado). "A CPI não deve perder a oportunidade de destampar algumas panelas", disse Tubino.
A casa da governadora foi comprada no dia 6 de dezembro de 2006, 37 dias depois do segundo turno das eleições. Segundo certidão do Cartório de Registro de Imóveis da 4ª Zona de Porto Alegre, custou R$ 750 mil. Em 18 de outubro de 2007, foi alienada no Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul) para garantir um empréstimo de R$ 50 mil tomado pela governadora. O imóvel, localizado numa zona nobre da capital gaúcha, tem 467 metros quadrados de área construída.
Lair Ferst foi um dos 39 indiciados pela PF na Operação Rodin. Segundo a PF, era um dos líderes do esquema - ele nega e disse que não existia esquema. A reportagem não conseguiu falar com eleaté as 21h de ontem.
Por meio da Fatec (Fundação de Apoio à Ciência e à Tecnologia) e das empresas Rio del Sur Consultoria e Newmark, de propriedade de sua família, o esquema superfaturava os exames teóricos e as provas práticas para a concessão de carteiras de motorista.
As empresas foram contratadas pelo Detran sem licitação, de acordo com a PF.
Segundo o porta-voz da governadora, Paulo Fona, as declarações de Tubino são inconsistentes. "O que há no inquérito da PF é a informação de uma retirada de R$ 400 mil das empresas de Ferst numa data próxima da compra da casa pela governadora, que não prova nada", disse o porta-voz.
"Quantas retiradas desse tipo foram feitas ao longo do ano?", questionou.
Paulo Fona disse que o delegado que foi chefe de polícia no governo (1999-2002) de Olívio Dutra (PT) não é confiável. "No mesmo depoimento ele elogiou a governadora e disse que apóia seu projeto de governo." Folha On Line

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