O Brasil vai se isolar após a derrota por 2 a 0 para os paraguaios. Vinda de Assunção, a seleção ficará confinada no centro de treinamento do Atlético-MG para evitar a badalação de Belo Horizonte às vésperas do duelo ante a Argentina, na quarta-feira, no Mineirão.
A Cidade do Galo fica numa região isolada em Vespasiano, cidade da região metropolitana distante 22 km da capital.
A opção por blindar os jogadores foi do técnico Dunga. Na última sexta-feira, ele já fizera um treino secreto --pediu que cinegrafistas e fotógrafos parassem de registrar o evento.
"Nós sempre procuramos tirar a seleção do foco. Uma coisa é a festa que se cria lá fora. Já nós queremos é trabalhar. Por isso, será melhor assim", disse o técnico da seleção à reportagem.
A partir de hoje, a capital mineira terá a sua rotina alterada por causa do jogo. O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), promete fazer do evento uma festa para chamar a atenção ao seu Estado.
Pelé e uma série de ex-jogadores serão homenageados pelo governador no gramado do Mineirão no dia da partida.
Além de Neves ser um dos presidenciáveis, o Estado tenta impressionar a CBF para ser uma sede importante na Copa de 2014. Os ingressos para o clássico sul-americano --cerca de 57 mil-- se esgotaram em apenas dois dias de venda.
O último jogo entre a seleção brasileira e os argentinos no estádio foi marcado pela badalação fora do campo, que culminou com o início do namoro do atacante Ronaldo com a modelo mineira Daniella Cicarelli.
Em 2004, nos dias que antecederam o duelo ante os principais rivais do continente, os atletas ficaram hospedados em um hotel movimentado em Belo Horizonte, que lotou e atrapalhou a privacidade do grupo.
O governador foi um dos organizadores da festa. Ele chamou 134 pessoas de outros Estados para assistir ao confronto, além de personalidades mineiras, que receberam convites cedidos pelo político.
Autor dos gols da vitória da seleção, por 3 a 1, em 2004, Ronaldo foi um dos que dançaram até tarde numa festa dada por um empresário local após o clássico. Lá, ele engatou o namoro com Cicarelli.
"Queremos mesmo é evitar a badalação. Pensar no jogo é sempre mais importante. Lá, teremos tudo o que precisamos. Treino, privacidade, tranqüilidade e campo de futebol", afirmou o supervisor da seleção, Américo Faria.
Em setembro de 2006, a diretoria do Atlético-MG inaugurou a estrutura da Cidade do Galo, que conta com hotel. Folha Online
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