quarta-feira, 18 de junho de 2008

César Valente: Iprev sem surpresas

Até as maçanetas da Assembléia Legislativa sabiam que não haveria surpresa na votação do Iprev. Afinal, pra que LHS construiu uma sólida maioria no parlamento? Justamente para poder contar com ela nas horas difíceis.

Da base, só fugiu o Clésio Salvaro (PSDB, candidato a candidato a prefeito de Criciúma), movido por um incontornável e urgente desejo de se reunir com a direção da Embratel, em Brasília, para pedir que liguem de uma vez a internet da Polícia Federal em Criciúma. Pra constar, pediu dispensa por “compromisso inadiável”. Mas, como ninguém nasceu ontem, parece que não colou.

Os sindicatos berraram bastante, tentaram levar no grito, mas, novamente, não é à toa que o Executivo e o Legislativo são chamados de Poderes. Eles têm a força... policial.

Uma coisa que me incomoda desde o começo nessa discussão, é que aqueles que são publicamente contrários optaram simplesmente pela estratégia de retirada do projeto. Como se fosse possível fechar os olhos e fazer de conta que não existe o problema previdenciário.

Até o PT, cujo governo federal é o responsável pelas mexidas na Previdência, somou no time dos que são contra e pronto. Sem qualquer proposta alternativa, ficaram, sobre a mesa, apenas a proposta do governo e a retirada da proposta. E eles sabem que, se não mexer logo, a coisa estoura mais adiante.

“Ah, mas o projeto é neo-liberal”, poderia dizer alguém. Claro, não existe dúvida que o projeto de governo que o PT está levando a efeito, no país, agasalha, abriga, acaricia e internaliza alguns itens genericamente chamados de “neo-liberais”. Por exemplo, aqueles que reformulam a maneira como o Estado, desde Getúlio Vargas, tratava os trabalhadores e assalariados.

O que aconteceria se SC não aprovasse a mexida na sua previdência? O governo federal (esse mesmo, do qual PT, PMDB, PP e mais uma penca fazem parte) não forneceria o Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP), o que causaria uma série de problemas ao estado.

Portanto, acho que seria justo, se fosse o caso, descer o cacete em Lula e no LHS. Preservar Lula como se ele, como sempre, não tivesse nada com isso, é sacanagem. Que o PT, o PP e os sindicatos sejam contra, é compreensível. O que não se entende é que batam só no LHS. Afinal, Lula não é mais o pai da criança previdenciária? Blog De Olho na Capital
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