De duas, uma: faltava preparo ao Exército para cumprir a missão que lhe foi confiada no Morro da Providência, no centro do Rio - e nesse caso ele deveria ter ficado fora de lá.
Ou não: o Exército está preparado para dar conta de missões semelhantes - então carece de sentido evacuá-lo depois que 11 militares entregaram três jovens para ser mortos por traficantes de outro morro. Afinal, a ação bandida, criminosa de 11 militares não diminui o respeito que se deve ao Exército nem lhe subtrai a competência para agir como polícia de morro.
De fato, o governo Lula coleciona trapalhadas, lambanças, escândalos de todos os calibres, mas erro algum se compara a esse de empregar tropas do Exército para garantir a execução de um projeto social concebido pelo senador Marcelo Crivella (PRB), e que certamente lhe renderia votos como candidato a prefeito.
O despreparo do Exército foi apontado pelo Comando Militar do Leste e encampado pelo Comando do Exército em Brasília. Em documento, o general-de-exército Luiz Cesário da Silveira Filho alertou seus superiores para todos os perigos inerentes à missão. Não eram poucos.
Um: a contaminação dos soldados pela convivência com traficantes de drogas - foi o que acabou ocorrendo. Outro: a possibilidade de morte de civis devido a confrontos entre traficantes e militares. Mais um: a falta de limite legal para o uso da força.
Dariamente, traficantes e civis são mortos nos morros do Rio pelas Polícias Civil e Militar. Como ficaria a imagem do Exército se de repente ele também começasse a matar?
Prevaleceram os interesses políticos do governo.
Contra, portanto, a opinião dos generais, supostamente os que mais entendem do assunto, Lula decidiu pôr o Exército a serviço dos objetivos eleitoreiros de um senador. Deu na tragédia que ele agora deplora - que todos deploramos. Blog do Noblat
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(*) Ucho Haddad Após décadas de jornalismo, a maior parte do tempo dedicado
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