O juiz da 1ª Vara Cível de Londrina, no norte do Paraná, Mauro Ticianelli, determinou hoje o afastamento de mais três vereadores, acusados de improbidade administrativa, por, supostamente, terem recebido propina para aprovar projeto de interesse de um empresário da cidade. Ticianelli justificou a decisão como garantia para o "bom andamento" das investigações. Com mais essa atitude, são oito os vereadores afastados das funções por causa de quatro ações civis públicas e cinco denúncias criminais feitas desde o início do ano pelo Ministério Público (MP). O município tem 18 parlamentares.
Desta vez, foram suspensos o presidente da Câmara Municipal, Sidney de Souza (PTB), o corregedor Luiz Carlos Tamarozzi (PTB) e o vereador Jamil Janene (PMDB). A sentença inclui ainda o vereador Flávio Vedoato (PSC), mas ele está afastado em função de outro processo. Segundo a denúncia da Promotoria de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público, os nomes dos acusados constavam de uma lista de vereadores que teriam dividido R$ 38 mil dados pelo empresário Marcelo Caldarelli para aprovar a doação a ele de um terreno público às margens do Lago Igapó. A Justiça reverteu a doação, posteriormente.
Segundo o promotor Cláudio Esteves, Caldarelli confirmou que deu o dinheiro. Pela mesma denúncia, estavam afastados, além de Vedoato, os vereadores Renato Araújo (PP) e Osvaldo Bergamin (sem partido). Os vereadores Henrique Barros e Orlando Bonilha, que eram do PMDB, renunciaram aos mandatos. Bonilha foi preso e confirmou que ele e os colegas denunciados receberam o dinheiro. O MP pediu também o afastamento do líder do governo na Câmara, Gláudio Renato de Lima (PT), mas Ticianelli não atendeu. Ele alegou que a cassação de Bonilha teve participação decisiva de Lima, e, por isso, há possibilidade de "represália ou perseguição" nas denúncias feitas pelo ex-vereador.
Os vereadores que tinham sido afastados, anteriormente, por causa dessa acusação negaram as suspeitas. Os que receberam a sentença hoje foram procurados, mas os assessores deles disseram que ou estavam em reunião ou tinham saído e não retornariam. Eles também não informaram quem são os advogados que os representam. Os afastados podem recorrer da decisão ao Tribunal de Justiça (TJ). Estadão Online
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