segunda-feira, 10 de março de 2008

Chávez ofereceu dinheiro e arma às Farc, diz guerrilheiro

Bogotá - O guerrilheiro que matou Iván Ríos, um dos membros da cúpula das Força Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), disse hoje à rádio colombiana Caracol que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, ofereceu dinheiro e armas ao grupo guerrilheiro. O rebelde Pablo Montoya, conhecido como Rojas, disse que em conversas que manteve com Ríos soube que o líder das Farc, Manuel Marulanda, estava muito contente com a promessa do presidente venezuelano.

Suas afirmações confirmam a alegação do governo colombiano de que cartas encontradas nos computadores de Raúl Reyes - o número 2 das Farc morto em uma ofensiva militar colombiana em território equatoriano no dia 1º - indicavam que Chávez havia dado armas e US$ 300 milhões à guerrilha. "Isso das armas é correto, Chávez ofereceu umas armas a Marulanda. Disse que não eram muito boas, mas agüentavam para uma guerra de guerrilha", disse Rojas, que se entregou ao Exército da Colômbia na quinta-feira, após ter assassinado Ríos.

Referindo-se à ex-candidata presidencial franco-colombiana Ingrid Betancourt, Rojas disse que "por nenhum motivo ela será libertada". Em outra entrevista, publicada pelo jornal El Tiempo, o rebelde disse que o chefe militar das Farc Jorge Briceño Suárez, conhecido como `Mono Jojoy', morrerá traído por seus subalternos. "Eu sei o que estou dizendo, estou por dentro dessa rede", disse Rojas. Ele acrescentou que a história das Farc foi mudada com a morte de Ríos e de Reyes e que o grupo está dividido, com líderes desconfiando de subalternos e vice e versa.

Ele também denunciou que as Farc "estão infiltradas". "Creio que haverá mais golpes de dentro para fora do que de fora para dentro", disse à rádio Caracol, ao advertir sobre o nível de infiltração. Rojas também disse que Marulanda pode estar escondido no sul da Venezuela, na localidade de Yarí, no Departamento de Caquetá. O rebelde disse ainda que espera receber a recompensa de US$ 2,5 milhões oferecida pelo Ministério da Defesa por informações que levem a líderes das Farc. (AE-AP)
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