segunda-feira, 10 de março de 2008

Virgílio rebate Lula: derrubada de anexo é questão de ética

Brasília - O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), rebateu declarações do presidente Lula e afirmou nesta segunda-feira que a proposta orçamentária para 2008 só não foi votada ainda porque o Planalto e a base governista se deixam conduzir por um pequeno grupo da Comissão Mista de Orçamento - os pais do "contrabando" de R$ 534 milhões do Anexo de Metas e Prioridades. Segundo o tucano, a derrubada desse adendo é uma "questão de ética", não de "jogo político".

Desonestidade

No programa Café com o Presidente que foi ao ar hoje, o petista atribuiu aos congressistas a responsabilidade pelo atraso na votação. "É feio e antidemocrático tentar colocar a opinião pública contra o Parlamento. Melhor faria o presidente Lula se desse os nomes dos 300 picaretas que ele disse haver no Congresso", assinalou Virgílio. Ele negou qualquer intransigência por parte da oposição. "Denunciamos essa manobra, que é inaceitável", protestou, ao se referir ao anexo de metas.

O tucano reiterou o aviso de que a oposição não votará essa "espécie de Orçamento paralelo, criado para privilegiar emendas daqueles poucos parlamentares". "Nisso não transigimos: esse anexo nós não votamos", ressaltou. Em uma demonstração de boa vontade, Virgílio garantiu que o PSDB aceita ratear os R$ 534 milhões entre as bancadas das 27 unidades da federação, conforme proposta do líder petista na Câmara ou ainda a aplicação da integralidade desses recursos na área de Saúde.

Em discurso no plenário, o senador Alvaro Dias (PR) endossou a argumentação do líder e cobrou a extinção da Comissão Mista a fim de evitar um escândalo de grandes proporções. Isso porque, segundo ele, "são bilhões de reais que acabam sendo destinados de forma desonesta". Para o tucano, o anexo é um desrespeito à população. "É desonestidade mesmo. Não há cuidado. Na verdade, há falta de escrúpulo. Corre-se o risco do escândalo, mas não se abre mão da corrupção", condenou.

Ao rebater o presidente, Alvaro lembrou que o próprio Planalto alegou o fim da CPMF como motivo para atrasar a votação do Orçamento deste ano e ressaltou que os prazos constitucionais para análise da matéria são constantemente desrespeitados "por incompetência e incapacidade do governo de planejar". Ainda de acordo com o tucano, mesmo com a peça orçamentária aprovada, a execução do montante autorizado é pífia. "Não cabe ao presidente jogar sobre os ombros do Congresso toda a responsabilidade pela ausência de Orçamento e pela inexistência da sua gestão", concluiu. Agência Tucana
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