Betancourt, 46, a refém mais importante das Farc, foi seqüestrada em 2002, quando fazia campanha eleitoral como candidata à Presidência. Sua dupla nacionalidade ajudou a trazer a atenção da comunidade internacional para o caso dos reféns colombianos. Estima-se que cerca de 3.000 pessoas estejam sob o poder de grupos insurgentes no país.
"A operação foi absolutamente impecável", disse Betancourt. "Creio que é um sinal de paz para a Colômbia."
A franco-colombiana, os três americanos, três políticos e dezenas de militares e policiais colombianos integravam o grupo de cerca de 40 reféns que a guerrilha propunha trocar por 500 rebeldes presos, após a criação de uma zona desmilitarizada no país.
Logo após ser resgatada, ela agradeceu o Exército em declaração à Rádio Caracol e, minutos depois, chegou a Bogotá, onde se encontrou com sua mãe, Yolanda Pulecio.
O ministro da Defesa Juan Manuel Santos declarou que todos os ex-reféns estão em um estado de saúde razoavelmente bom, apesar das péssimas condições em que viveram no cativeiro, por vezes acorrentados pelo pescoço.
O resgate ocorreu na floresta do departamento de Guaviare, segundo o ministro. Militares colombianos fingiram ser membros de uma organização fictícia que supostamente iria levar os reféns de helicóptero a outro local, para se encontrarem com o líder rebelde Alfonso Cano.
"Os helicópteros, que na realidade eram do Exército pegaram os reféns em Guaviare e os levaram à liberdade", afirmou Santos. Dois guerrilheiros foram capturados na operação.
"Essa foi uma ação sem precedentes", declarou o ministro, em coletiva na sede do Ministério da Defesa, em Bogotá. "Isso entrará na história por sua audácia e efetividade."
Americanos
Os três americanos libertados trabalhavam para a empresa Northrop Grumman e foram capturados quando o pequeno avião em que estavam caiu no meio da floresta. A serviço do Departamento de Defesa dos EUA, eles participavam de uma operação de erradicação de campos de cultivo de coca no país.
Os três seguiram aos EUA ainda nesta quarta, segundo o governo colombiano.
Em paris, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, declarou que seu ministro das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, o filho e a filha de Betancourt iam partir na noite desta quarta-feira rumo à Colômbia.
"Hoje, um pesadelo de mais de seis anos acabou", declarou o francês.
O gabinete do presidente havia dito anteriormente que Sarkozy teve uma longa conversa com Uribe. A França vinha pressionando pela libertação de Betancourt, dada sua dupla nacionalidade. Folha Online
A nota tacanha do presidente Lula
"O presidente da República tomou conhecimento da libertação da senadora Ingrid Betancourt e de outros 14 reféns que se encontravam sequestrados pelas Farc. Ao enviar seu abraço fraternal aos reféns hoje libertados e a seus familiares, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou satisfação com esta notícia tão aguardada pela comunidade internacional. Expressou a esperança de que tenha sido dado um passo importante para a libertação de todos os demais sequestrados, a reconciliação de todos os colombianos e a paz na Colômbia." Secom/PR
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