
Esse jogo de pressões fica evidente em gravação do dia 26 de junho de 2006, feita durante uma reunião de diretoria da Anac pela então diretora Denise Abreu (clique aqui e ouça a gravação). O encontro aconteceu dois dias após a tumultuada tarde de trabalho que levou a Anac a aprovar a operação com a Volo, que repassou o controle indireto da VarigLog a sócios estrangeiros, o que não é permitido pela lei brasileira.
Durante uma reunião da diretoria da agência, o brigadeiro José Carlos telefona para a então diretora Denise Abreu, em busca de esclarecimentos sobre o caso. Ele já havia declarado que considerava o negócio "impatriótico". Porém, afirma que seguirá a instrução da Casa Civil.
A Infraero, hoje, sequer informa o valor da dívida, ainda pendente. A velha Varig deve R$ 7 bilhões a seus credores - somente teria pago cerca de R$ 30 milhões para o fundo de pensão Aerus.
"Nós vamos votar de acordo com a orientação da Casa Civil e agora acho que é pra frente, né Denise? Será que eu consigo recuperar parte dos meus créditos?", pergunta José Carlos no trecho em que sua fala é colocada em viva-voz durante a reunião. O brigadeiro buscava esclarecimento ou até apoio na sua resistência e desconfiança sobre a legalidade da operação. A VarigLog já havia demonstrado interesse em comprar a Varig, mas as propostas que já tinham sido apresentadas desagradavam e foram rejeitadas pelos credores.
Procurada para esclarecimentos, a Casa Civil afirmou que não iria se manifestar. A ministra Dilma Rousseff já admitiu ter se encontrado no Planalto com Roberto Teixeira, compadre de Lula e advogado da Variglog e seus sócios estrangeiros. José Carlos confirma a intervenção da ministra Dilma Rousseff e diz sempre ter sentido um "cheiro podre" no ar com relação às operações. O Globo Online

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