terça-feira, 15 de julho de 2008

Ricardo Noblat: Gilberto Carvalho patrocinou interesse privado, sim

Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, nega que tenha feito tráfico de influência ao procurar saber junto ao Gabinete de Segurança Institucional da presidência da República, a pedido do ex-deputado e advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, se havia alguma ação policial contra Humberto Braz, assessor do banqueiro Daniel Dantas.

Trâfico de influência é crime, definido assim no artigo 332 do Código Penal: "Solicitar, exigir, cobrar ou obter para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função." Ocorre mesmo quando o funcionário não haja sido compensado.

Carvalho nada pediu para si em troca do favor prestado a Greenhalgh. Mas a rigor ele incorreu em tráfico de influência, sim, porque patrocinou interesse privado. A informação sobre a existência ou não de uma possível ação policial contra Braz ajudaria Greenhalg a desempenhar melhor seu papel de advogado.

Certamente não é função do chefe de gabinete do presidente da República atender advogados à caça de informações confidenciais que interessam a seus clientes. Carvalho atendeu ao pedido de Greenhalg porque os dois são amigos de longa data e filiados ao mesmo partido. Um advogado qualquer receberia de Carvalho o mesmo tratamento? É claro que não.

A Polícia Federal é criticada dentro e fora do governo por vazar informações. E o que fez Carvalho? Vazou a informação de que Braz não era alvo de ação policial.

A ordem dada por Lula a seus principais auxiliares é a de defender a inocência de Carvalho a qualquer preço. Quanto a Greenhalg, o mínimo que se diz a respeito dele entre os que cercam Lula é que foi um "desastrado". Aquilo não era assunto para se conversar por telefone - ora bolas! Blog do Noblat
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