Jorge Serrão
Nada menos que 37 milhões e 759 mil brasileiros estão hoje altamente endividados e com dificuldades mensais para quitar empréstimos bancários ou financiamentos de longo prazo. Só na modalidade de crédito consignado, onde o valor devido é descontado mensalmente no contra-cheque, existem 24 milhões e 914 mil pessoas penduradas. A maioria é formada por aposentados e pensionistas do INSS, e por servidores públicos civis e militares que apelam ao crédito (nada) fácil, com juros e taxas abusivas, por causa dos salários ou proventos defasados.
As dívidas acumuladas por cidadãos e empresas já atingem o alarmante valor de R$ 360,9 bilhões. Os juros cobrados pelos bancos subiram nas principais modalidades de crédito para a pessoa física. Em junho, o custo médio pago pelas famílias para tomar dinheiro emprestado atingiu 49,1% ao ano. Foi o maior nível desde março de 2007, e a tendência é de subida. A atual carestia especulativa (mal apelidada de “inflação”) agrava a situação dos endividados.
O mercado financeiro já teme um grande calote que terá efeito sistêmico. O maior temor é no setor de financiamento automotivo. Nos últimos 12 meses, nada menos que 4 milhões e 675 mil veículos foram financiados em “eternos” 60 meses. Outros 3 milhões e 285 mil de carros, caminhões ou motos foram comprados em parcelas abaixo de 48 vezes. Os bancos e financeiros usam os juros altos e as taxas embutidas nas operações de crédito para criar uma espécie de reserva-seguro contra o alto risco de inadimplência.
Estudos reservados do Banco Central, que o Palácio do Planalto estrategicamente esconde da sociedade, indicam que o Brasil tem uma grande bolha de crédito prestes a estourar. O quando e o como vão depender da velocidade e da intensidade da crise econômica mundial que já é uma realidade objetiva. O certo é que nenhuma blindagem não agüenta um calote generalizado sobre um volume de empréstimos que já chega a 36,5% do PIB (Produto Interno Bruto, ou tudo que é produzido em nossa economia).
O presidente Henrique Meirelles, do BC, já advertiu ao chefão Lula que as tradicionais medidas de política monetária não serão suficientes para conter o caos – como já ocorreu em outras situações. O mais grave de toda essa situação de endividamento descontrolado é a censura econômica promovida pelo desgoverno Lula. Ordens superiores impedem que os dados reais do Banco Central sejam divulgados. Antes, tudo precisa passar por um filtro pessoal da Casa Civil da Presidência.
O que o desgoverno não consegue esconder é que o grande volume de empréstimos, combinado com juros altíssimos, colaboram para o atual fenômeno especulativo da “carestia” (mal chamada de “inflação” – porque, em tese, a moeda brasileira não está desvalorizada). O único temor de Lula até o fim de seu segundo mandato são os problemas econômicos locais ou internacionais que sua frágil e dependente política econômica não tinham sido obrigada a enfrentar até então. Blog Alerta Total
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