quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Enchentes em Santa Catarina - Tragédia não poderia ter sido evitada, diz secretário

Blumenau, Vale do Itajaí, 26/11/2008

As fortes chuvas e os inúmeros desabamentos que assolaram o estado de Santa Catarina não foram previstos e, por isso, não poderiam ter sido evitados, segundo o secretário de Planejamento Urbano de Blumenau, Walfredo Balistieri. Ele admite, no entanto, que os casos mais graves ocorreram em regiões que sofreram a ação do homem. “O fenômeno é muito maior do que apenas a regularização fundiária. É uma somatória de problemas”, resumiu.

Ao contrário do que disse o engenheiro Juliano Gonçalves, presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Médio Vale do Itajaí (AEAMVI), o secretário afirma que não recebeu nenhuma comunicação a respeito do volume de chuvas que atingiria a cidade e nem documentos que tratassem dos riscos de desabamentos. “Acho que está havendo uma confusão entre ocupação de área irregular com a catástrofe, com a quantidade incalculável de chuvas”, alegou. “Acho que ele está invertendo algumas situações”, ponderou.

Segundo Balistieri, todos os geólogos e meteorologistas consultados pela prefeitura, o que inclui profissionais das regiões Sul e do Sudeste do país, afirmaram que não era possível prever tamanho índice pluviométrico para a região. “Se ele [Gonçalves] tivesse essas informações, isso nos ajudaria muito”, ponderou.

Outro argumento utilizado pelo secretário para justificar sua posição é que os desabamentos aconteceram também em áreas que não sofreram intervenções do homem. Segundo ele, verdadeiras barreiras desabaram no parque nacional que fica ao sul da cidade e que não tem qualquer intervenção do homem. 

Moradias irregulares

Em entrevista concedida pelo telefone ao G1, o secretário afirmou que dos 300 mil habitantes de Blumenau, cerca de 60 mil vivem em situação de área irregular, invasão ou área de risco.

Segundo ele, ações para minimizar o problema já estavam no programa de governo da prefeitura antes mesmo do desastre. Prova disso, segundo ele, é a criação da Secretaria Municipal de Regularização Fundiária e Habitação e também diversos estudos realizados pela atual administração para essas áreas.

Mas, para ele, este não é um problema que pode ser resolvido em “apenas um ou dois anos”. Segundo Balistieri, a regularização fundiária é um problema que existe há quase 50 anos na cidade e que levará um certo tempo para ser solucionado. “É um trabalho muito grande, que envolve orçamento muito alto”, justificou.

Entidades avisaram autoridades sobre riscos em Blumenau

Edição de junho e outubro do jornal da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Médio Vale do Itajaí, que alertava para o risco de catástrofe

O engenheiro Juliano Gonçalves, presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Médio Vale do Itajaí (AEAMVI), disse ao G1 que 90% da catástrofe causada pelas enchentes em Santa Catarina poderia ter sido evitada se as autoridades tivessem ouvido os alertas das entidades técnicas. Segundo ele, alertas de riscos foram feitos – e ignorados – ao longo de todo o ano.

Gonçalves afirmou que inúmeros seminários sobre o tema foram realizados e contaram com a participação de representantes do governo local. Portal G1

Indicação de leitura: Valmir Martins

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Um comentário:

otaviodimello disse...

Não poderiam não. Não podem ser evitadas.
Tirando Ilhota que fi inesperado, os demaislugares, por mias lindos que sejam do alto, não veem que o chão é barro puro.
Temos outras regiões não só em Santa Catarina onde você vai subindo e tudo ao redor é barro puro.
Todos sabem que, barro com água derrete.
Fazem casas, se estabelecem e dizem é meu terreno.
Se até cemitérios estão caindo, significa.
Nem aqui e nem no além o terreno é seu.
Parem com tanta ganância.
Nem amanhã, seu terreno é seu.
Só estamos passando.
Pense nisto e ajude ao seu pior inimigo. Afinal, nas horas de angústia dele, é o que mais lembra de você.