O peemedebista foi entrevistado por 25 minutos nesta quinta-feira pelo apresentador Mário Motta e pelo comentarista político do Grupo RBS, Moacir Pereira, no programa Notícia na Manhã, na rádio CBN/Diário. As perguntas foram definidas previamente pela produção do programa.
O candidato à prefeitura de Florianópolis Dário Berger (PMDB) disse que não está em sua agenda ser candidato a governador do Estado em 2010.
— Não estou pensando nisso, nunca discuti o assunto, nunca me perguntaram, o partido nunca se manifestou a esse respeito e eu também não quero saber. O meu foco é essa eleição de hoje.
Ao ser questionado se seria candidato caso surgisse a oportunidade, Dário disse que "aí é outra conjuntura, isso é uma conjectura".
O peemedebista disse que não há maior orgulho para ele do que ser prefeito de Florianópolis. Agradeceu o apoio que teve por onde passou e os quase 100 mil votos recebidos no primeiro turno. Destacou que a grande proposta de sua campanha é a continuidade do trabalho realizado durante o primeiro mandato como prefeito de Florianópolis.
— Não podemos parar. Quero agradecer aos que confiaram em mim no primeiro turno e dizer que trabalhei muito durante esses três anos. Acho que fizemos uma grande diferença e quero pedir desculpa por aquilo que não fiz. Mas estamos no caminho certo. Florianópolis dá passos largos rumo ao seu desenvolvimento. Os programas estão implantados e não podemos perder esse curso da historia.
Defesa das acusações
Dário Berger disse que faz uma campanha propositiva e limpa, ao contrário de seu adversário, Esperidião Amin (PP).
— Pelo que eu posso observar, o amor dele pela cidade não é tão grande assim. O amor nas regiões mais distantes deixou muito a desejar. A cidade era completamente desassistida e abandonada. É o amor passional, aquele que mata o contribuinte por amor. Sem estrada, sem esgoto, sem ruas, mas que prega o amor. Eu sou diferente. Procuro fazer uma campanha propositiva, limpa, animada.
Ele atribuiu as acusações de Amin ao desespero por estar atrás nas pesquisas.
— A população não aprova os métodos dele, aprova os meus métodos, que administro a prefeitura com consciência, responsabilidade, e sou adepto da administração de resultados.
Ao ser questionado sobre o fato de que estaria atacado fortemente o adversário, Dário disse estar apenas se defendendo e citou o programa eleitoral de Amin em que uma mulher diz que o peemedebista é como um câncer.
— Para cada ação existe uma reação... e isso gerou uma comoção muito forte, primeiro na família, segundo nos militantes. Eu sou um ser humano como qualquer outro. E como ser humano, nem sempre acertamos. Agora, nós não podemos perder o respeito, a responsabilidade. O administrador tem que ter equilíbrio emocional, o que não observamos no candidato.
Dário também rebateu a acusação de que não estaria respeitando o projeto aprovado pelo Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) para a construção de um elevado em frente ao Terminal Rodoviário Rita Maria.
— É mais uma mentira dele. A legislação estabelece que alteração do sistema viário tem que passar por aprovação no Ipuf. O que é um absurdo, mas vamos respeitar. O projeto do Rita Maria será executado de acordo com as normas existentes e a aprovação dos técnicos do Ipuf.
Acusações
Dário Berger disse que Amin "não é tão santo quanto parece" e que ele deixou um "rastro de falcatruas" quando ocupou cargos públicos.
— É só pesquisar. A própria revista IstoÉ, os jornais da época, o site do Tribunal de Justiça. Coloca lá o nome do Dário, o do oponente, e verifica quantos processos eu tenho e o meu oponente tem. A comparação é completamente fora de parâmetro.
Dário também citou a nota de Jorge Bornhausen (DEM) que diz que Amin não realizou obras que ele diz que fez na cidade.
— Ele diz que fez e não fez. Está comprovado em nota oficial que ele não fez e ele continua dizendo que fez. Isso é um absurdo, não se constrói nada com mentiras. Eu procuro me apresentar de maneira limpa, cristalina, com entusiasmo, alegria. Você não constrói nada com ódio e rancor.
O candidato também questionou o número de aposentadorias que Amin recebe e reclamou das agressões recebidas. Disse ainda não é ele quem mistura negócios com política, e sim Amin e a mulher, Angela, que segundo ele tiveram os bens indisponibilizados pela Justiça para garantir o pagamento de R$ 4,1 milhões por causa de "uma negociata que ele fez com um laboratório e com a SC Genéricos".
Casvig
Dário rebateu as acusações de Amin, que disse que o fato de o peemedebista ser sócio da empresa de segurança Casvig, contratada para fazer a vigilância de escolas do Estado, é imoral.
O candidato disse que a empresa já tem 30 anos e que também prestou serviços em várias instituições quando Amin foi governador.
— E se era imoral, se tem alguma irregularidade, por que ele não corrigiu na época em que era governador? Eu não tenho nenhuma mácula com relação à nossa empresa, à empresa do meu irmão, com relação a qualquer tipo de contrato. O que existe são acusações sem nenhum respaldo.
Estrutura da prefeitura
Dário admitiu que a estrutura da prefeitura é arcaica e ultrapassada, não possuindo inclusive um centro administrativo.
— O que é uma vergonha para uma Capital. Precisamos construir primeiro uma prefeitura, para centralizar as atividades, e segundo fazer a reforma administrativa para dar mais eficiência a alguns órgãos emblemáticos.
Ele disse que ainda não fez estes projetos porque, quando assumiu a prefeitura, descobriu que existiam problemas que não haviam sido divulgados.
— Não fiz porque para mim tudo foi uma caixa de surpresas. Quando eu cheguei disseram que tinha 700 ruas para pavimentar. Eu pavimentei as 700. Mas tem mais 700. Não existe um banco de dados e por isso é uma dificuldade. A Procuradoria existia de direto mas não de fato, tive que mandar um projeto para a Câmara para instituir. E por isso que eu não fiz a reforma.
Dário também afirmou que irá descentralizar o atendimento e implantar o governo eletrônico para que a população possa resolver algumas questões pela internet.
— Eu diria que é primordial para a dinâmica de atendimento da cidade. E no meu projeto tem a descentralização. Já estou fazendo a da saúde e vou fazer a da administração, criando as subprefeituras ou secretarias, de forma que o cidadão do Sul, Norte, da Lagoa, não vai precisar vir ao Centro para resolver problemas na prefeitura.
Grande Florianópolis
O candidato disse que o fato de ser irmão do prefeito eleito de São José e do mesmo partido do prefeito de Palhoça facilitará a resolução de questões que envolvem a Grande Florianópolis.
— Eu acho que facilita muito. Essa é uma relação de amizade recíproca e até fraternal.
Transporte coletivo
O peemedebista afirmou que o transporte coletivo não foi o tema principal desta campanha, o que quer dizer "que não está tão ruim".
— Ele precisa ser remodelado sistematicamente. Agora, ele passou por uma grande transformação. A tarifa era de R$ 3, hoje é de R$ 1,98, o sistema é solidário, temos 240 horários diretos.
Dário também disse que irá fazer a licitação para empresas de transporte, como determina a lei, e criticou a proposta de Amin de oferecer desconto de 50% nas passagens de ônibus em horários de pico.
— Eles ficaram 24 anos, implantaram um sistema cuja tarifa ficou em R$ 3 e agora vêm oferecer desconto? Nem saber fazer a proposta eles souberam. Como você vai mensurar a passagem no horário de pico? E por que só no horário de pico? Isso demonstra bem o desespero de que está ultrapassado, faz promessas demagógicas. Uma coisa é o que ele diz e outra o que faz. ClicRBS
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