quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Desgoverno agora vai socorrer construtoras, mas segue com a marola de que está tudo bem com o Brasil

Jorge Serrão

Aos empreiteiros e banqueiros tudo. Na lógica de sempre, sob a desculpa da crise internacional, o desgoverno agora vai mexer nas regras de uso da poupança a fim de liberar recursos para financiar as necessidades de capital de giro das construtoras. Uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) ou uma medida provisória de sua majestade Lula permitirá à Caixa Econômica Federal destinar R$ 2 bilhões ao setor. A taxa de juros ficará em torno de 9% ao ano, mais a TR.

Atualmente, os bancos são obrigados a aplicar 65% do montante captado com a caderneta para setor, mas só o fazem com financiamento direto ao mutuário ou para as empresas durante a fase de construção de moradias. Em princípio, o desgoverno alega que a medida valerá apenas para a Caixa Econômica Federal. Mas não há quem descarte que os bancos, para compensar ausência de ganhos em outros negócios, entrem no lucrativo esquema do Sistema Financeiro da Habitação.

Na gestão da crise, a equipe de Lula continua marolando. O presidente Henrique Meirelles, do Banco Central, informou ontem, no Plenário da Câmara, que, ao todo, o BC já movimentou US$ 22,9 bilhões com as diversas modalidades de venda de câmbio durante a crise. Mas Meirelles , alega que o valor ''não é quase nada" perto da injeção efetiva US$ 595 bilhões dos sistemas financeiros americano e europeu.

Segundo Meirelles, até a última segunda-feira, o BC vendeu US$ 12,9 bilhões em swaps, US$ 3,7 bilhões em linhas, US$ 1,5 bilhões em não-rolagem de swap reverso, US$ 1,6 bilhões no primeiro leilão para linhas de comércio exterior, realizado ontem, e US$ 3,2 bilhões no mercado à vista.

O presidente do BC voltou a afirmar que a crise mundial é severa, mas que o Brasil tem condições de enfrentá-la bem. Segundo ele, o Brasil é um dos países com melhor desempenho econômico neste período de crise internacional de crédito. Durante sua apresentação no plenário da Câmara, Meirelles afirmou que o principal diferencial desta crise em relação às anteriores é o fato de outras instituições financeiras, além das bancárias, estarem sofrendo impactos intensos da falta de crédito.

Reunismo

Lula da Silva convocou, para as 14h da próxima segunda-feira, uma reunião extraordinária do Mercosul (ou será da turma do Foro de São Paulo?) para discutir a crise financeira internacional.

O encontro marcado por Lula, que está exercendo a presidência do bloco comercial, está marcado para o Palácio do Itamaraty, em Brasília.

O objetivo é avaliar os impactos da crise financeira mundial em cada país do bloco e possíveis mecanismos que permitam atenuar os efeitos da crise nas nações do Mercosul e dos impactos provocados pela quebra de grandes bancos nos Estados Unidos. Alerta Total


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