Para o candidato à prefeitura de Florianópolis Esperidião Amin (PP), seu opositor, Dário Berger (PMDB), mistura negócios públicos e privados e por isso há um conflito de interesses em sua administração da cidade.
Amin foi entrevistado esta manhã durante 25 minutos por Mário Motta e pelo comentarista político do Grupo RBS Moacir Pereira, no programa Notícia na Manhã, da rádio CBN/Diário. As perguntas foram definidas previamente pela produção do programa.
No primeiro bloco da entrevista, Amin disse que se candidatou para defender os interesses da cidade e afirmou haver um problema ético no fato de o prefeito ser sócio da empresa de segurança Casvig, contratada para fazer a segurança, segundo ele, de escolas do Estado.
— Eu não tenho nada contra o Dário Berger. Mas a cidade está sendo negociada em favor de interesses particulares. O prefeito é sócio da Casvig, que custa aos cofres estaduais R$ 140 milhões. Nem vou falar sobre o lençol preto, que está se desmilingüindo. O principal problema do Dário é que ele mistura negócios privados com públicos.
Segundo Amin, o dinheiro que o governo paga à empresa para segurança equivale a 1,5 vezes o valor necessário para construir a Via Expressa Sul.
— Nas escolas, quem está dentro é a Casvig. Quanto maior a insegurança da cidade, mais a Casvig fatura. Este método classifica um conflito de interesses.
Se eleito, Amin disse que irá estimular a criação de cooperativas locais para atuar na vigilância local e denunciar a atuação da empresa em escolas estaduais.
O candidato também negou os boatos de que seria dono da empresa de transporte coletivo Transol.
— Se eu fosse o dono da Transol, como a lenda dizia, também seria um conflito de interesse. Eu nunca fui, nem quero ser. Enquanto eu estiver na política, quero estimular o empreendedorismo dos outros.
Balanço da campanha
O candidato disse estar muito animado com a campanha e afirmou ter a sensação de que está cumprindo com o seu dever. Também destacou a última pesquisa do Ibope, em que Dário Berger aparece com 6 pontos percentuais a menos que na pesquisa anterior e ele subiu um ponto.
— Eu acho que está resumido na pesquisa. Nós estamos subindo, o nosso adversário está caindo, o número de indecisos está aumentando e o percentual de pessoas que podem mudar de votos está aumentando. São quatro informações, todas a favor da nossa candidatura. As pesquisas mostram que o eleitor está mais confirmando o desejo de mudança que o de continuísmo.
Amin falou ainda sobre o apoio dos outros partidos às candidaturas e disse que apoiaria qualquer candidato de oposição que chegasse ao segundo turno.
— O governo do Estado deu uma prensa nos que têm cargo em comissão, empregos públicos. O PFL, PSDB, não podiam ficar contra o governo. O PT eu já disse que ia deixar livre, porque o Lula precisa do PMDB. Eu não tenho nenhuma queixa.
O candidato disse ainda que não terá dificuldade de relacionamento com outros prefeitos da região para implantar projetos de interesse da Grande Florianópolis.
Troca de acusações
Amin afirmou que sua campanha é limpa, ao contrário da de Dário Berger.
— Nós não perdemos nenhum direito de resposta. Enquanto o meu adversário forjou um jornal. O marqueteiro vai ser acionado judicialmente. Ele pegou um jornal, tirou o nome, a data e disse que eu atrasei dinheiro para creches (quando era governador).
Cooperativas
Amin disse que vai estimular a criação de cooperativas em diversas áreas de trabalho.
— Vamos fazer nos Ingleses uma cooperativa de vigilância. Vamos treinar, aproveitar os moradores da região. O que não tem cabimento é que escolas do Estado recebem merenda de outro estado, uniforme, e ter uma só empresa de segurança. Cooperativas para fazer as casas do Maciço do Morro da Cruz, criar cooperativas de papeleiros, para fazer a reciclagem. Vamos deixar as pessoas ganharem dinheiro, e não o grande empresário.
Obras e ônibus
Entre as obras que o candidato disse que irá realizar estão a Via Expressa Sul, o elevado em frente ao terminal Rita Maria, a Beira-Mar Continental, a duplicação da Rua Antônio Edu Vieira e a duplicação da Via Expressa (BR-282). Também explicou a proposta de reduzir em 50% o valor da passagem de ônibus nos horários de pico.
— Isso (as obras) não vai ficar pronto em seis meses. O que eu posso fazer já: 50% de redução da passagem no horário de pico.
Ele explicou que o valor será pago através de subsídio e que vai haver dinheiro para as outras obras programadas.
— Nós vamos ganhar dinheiro com isso, porque o carro vai ter menos espaço e para o ônibus vai ter mais espaço.
Amin também disse que irá reativar os terminais de ônibus que estão desativados para linhas interbairros.
— O ônibus vai ser beneficiado. Se faltar, vamos botar vans. Vai ter 50% de desconto e, se for pouco, vamos aumentar.
Afirmou ainda que apoia a criação do metrô de superfície e disse que irá criar mais ciclovias. Aproveitou para rebater a informação de Jorge Bornhausen (DEM) de que a Beira-Mar não teria sido construída por ele.
— A Avenida Beira-Mar, que eu inaugurei em 1985 e que eu iniciei como prefeito, está pronta para receber (o metrô). Ela precisa de uma faixa exclusiva para ônibus já e uma faixa exclusiva para o metrô.
Máquina da prefeitura
O candidato disse que irá diminuir o número de funcionários terceirizados na prefeitura e implantar a gratificação por desempenho.
— Nós não podemos ter mais terceirizados que funcionários de carreira. É o cacoete de um gestor que tem uma empresa prestadora de serviço. E, se o servidor cumpre com o seu dever, deve ser premiado.
Amin também afirmou que vai descentralizar o atendimento da prefeitura à população, que precisará de deslocar menos.
— Nós vamos levar isso a todos os distritos, inclusive na Tapera, onde vamos criar uma Intendência. E o hospital maternidade do Norte da Ilha.
ClicRBS
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