quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Enchentes em Santa Catarina - Menina acha R$ 20 mil em casaco recebido como doação e avô devolve ao dono

Casaco seria repassado a outros desabrigados, porque a roupa era muito fina para o estilo de vida da família, disse Daniel Manoel da Silva

A menina Daniele Maria Annater, 5 anos, queria apenas brincar com o casaco de couro e pele antes que ele fosse colocado junto ao monte de roupas que seria repassado a outros desabrigados. A família recebeu o casaco como doação depois de perder tudo na localidade de Alto Baú, em Ilhota, no Vale do Itajaí, mas nem a mãe nem as tias da menina se interessaram pelo peça. Quando vestiu o casaco, Daniele teve uma surpresa. Encontrou R$ 20 mil escondidos na manga.

Assim que pegou o dinheiro, o avô da menina, Daniel Manoel da Silva, 58 anos, foi atrás do doador, que é morador de Concórdia, município no Meio-Oeste catarinense, para devolvê-lo.

— Se o dinheiro fosse entregue nas minhas mãos, teria aceitado com certeza, pois agora precisamos. Mas é uma questão de criação, fui educado assim e estou com a consciência limpa — contou seu Daniel, que foi presenteado com R$ 1 mil pela honestidade.

O agricultor, que plantava cana e fabricava cachaça artesanal, disse que iriam dar o casaco para outras pessoas que também tinham perdido tudo, pois era uma roupa muito fina para o estilo de vida deles.

No último mês, muita coisa mudou na vida da família de seu Daniel. No domingo, 23 de novembro, a casa nova da famíla foi encoberta pela lama e cinco familares morreram soterrados: Luis Paulo Hostim, 17 anos, João Pedro Silva, um ano e oito meses, Joana Maria Annater, sete meses, Nelson Galdino da Silva, 62 anos, e Maria Tatiana Hostim, sete meses.

Isabel Cristina da Silva, filha de Daniel, que foi contratada como modelo

Pai de modelo

Apesar da tristeza pela perda da casa e dos parentes, seu Daniel foi presenteado com a contratação de sua filha por uma agência de modelo de São Paulo. O book de Isabel Cristina da Silva, de 17 anos, foi descoberto na lama pelo jornalista Caco Barcellos, quando ele esteve na região do Morro do Baú para mostrar a tragédia que se abateu sobre o Vale do Itajaí. ClicRBS


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Um comentário:

Anônimo disse...

Moro em Florianópolis e sei que a situação no Vale do Itajaí está realmente horrível. A situação é de calamidade, e até a reconstrução estiver completa, serão gastos milhões e mihões de reais. Porém é nesse tipo de catástofre que vemos como o povo brasileiro pode ser unido: a capital não foi muito atingida, porém praticamente todos os habitantes daqui estão se unindo para angariar o máximo de fundos e mantimentos para o povo do Vale. E esse movimento de solidariedade se espalhou por todo o país. Atitude desenvolvida, hein Brasil.