É muito caco junto - Lula durante encontro com chefes de Estado e de Governo na Costa do Sauípe, Bahia, 17/12/2008
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu aos demais governantes da região que não sejam "servis" aos Estados Unidos, no encerramento da 1ª Cúpula da América Latina e do Caribe, realizada em Costa do Sauípe, na Bahia.
"Acho que muitas vezes o comportamento super serviçal na política é o que faz com que as pessoas não sejam devidamente tratadas e devidamente respeitadas", disse. Ele deu a declaração em uma sessão que seria a portas fechadas, mas que, por engano da organização, teve o sinal aberto à sala de imprensa.
Lula exemplificou citando um fato ocorrido durante a reunião do Grupo dos Oito (G8, as sete nações mais ricas do mundo e a Rússia) em 2003. "Eu cheguei e todo o mundo estava sentado, cumprimentei, e quando o presidente (dos Estados Unidos, George W.) Bush entrou, todo o mundo se levantou e eu, junto com (o então secretário-geral da ONU) Kofi Annan, disse: não vamos nos levantar", disse.
"Não nos levantamos e Bush se dirigiu para nos cumprimentar sem nenhum problema, sem fazer nenhuma diferença", acrescentou.
O presidente brasileiro também afirmou que vários países que participaram com o Brasil da criação do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países mais ricos e principais emergentes) na reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Cancún, México, em 2004, "sofreram pressão e não compareceram na próxima reunião que nós fizemos". "Sinto que essa consciência está mudando; as pessoas estão aprendendo que é importante ter relações com todos os países e que ser servil não ajuda a crescer".
"Ninguém deixa de reconhecer a importância dos Estados Unidos. É mais forte militar e tecnologicamente", disse Lula. "Ninguém quer deixar de fazer negócios com a UE (União Européia), com os Estados Unidos, nem (o presidente da Venezuela, Hugo) Chávez, mas queremos fazer em condições legítimas, adequadas e que possamos discutir nossas possibilidades".
Se isso não for feito, "nunca cresceremos como nações, ficaremos sempre pobres como países da periferia". Para Lula, "esta crise (econômica mundial) é uma oportunidade para repensar o tipo de economia que queremos, porque os modelos atuais, que pareciam infalíveis, foram criados depois da Segunda Guerra Mundial". Agência EFE
Um comentário:
Se eu estivesse nesse encontro, sinceramente, teria matado Chávez.
Se referindo ao que Lula disse, ele está completamente certo - odeio admitir que ele está certo, mas está. Só porque os EUA é o país mais forte economicamente, politicamente, culturalmente, tecnologicamente E militarmente (...) o Brasil, nem qualquer outro país de alguma importância, não deve ficar em uma posição passiva perto de decisões americanas.
Postar um comentário