A Justiça Federal negou ao presidente da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), Carlos Leomar Kreuz, a devolução dos R$ 84,5 mil e US$ 3,6 mil encontrados em seu gabinete pela Polícia Federal (PF) nas buscas da Operação Dríade, no dia 17 de setembro deste ano.
A decisão é da juíza da Vara Federal Ambiental em Florianópolis, Marjôrie Cristina da Silva. Os motivos não foram divulgados porque o processo está em segredo de Justiça. Mas a defesa de Kreuz disse que a magistrada reconheceu no pedido de restituição que ele teria a possibilidade de acumular os valores apreendidos e acredita que a devolução será autorizada a partir de novos documentos que serão enviados à Justiça Federal.
A advogada do presidente, Rode Anélia Martins, afirmou que serão anexados todos os comprovantes de diárias na prestação de contas completa que será encaminhada à juíza. Além do cargo na Fatma, a advogada lembrou que Carlos Kreuz tem outra fonte de renda em razão de comércio que mantém no ramo de atividades florestais.
Nesta quarta-feira, a juíza recebeu o recurso de apelação da defesa de Kreuz e antes de novo julgamento consultará o Ministério Público Federal a respeito.
O dinheiro foi encontrado no armário da sala do presidente, no prédio da Fatma, em Florianópolis. Kreuz disse que é de sua propriedade particular, que foi guardado no local de trabalho por medida de segurança e razões pessoais e exige na Justiça a devolução. A PF apura a procedência dos valores no inquérito, mas não investiga o presidente da Fatma no inquérito da Operação Dríade — apura crimes ambientais na região da Grande Florianópolis.
Políticos, empresários, servidores públicos municipais e estaduais chegaram a ser presos suspeitos de integrar supostas organizações criminosas especializadas em crimes ambientais, contra a administração pública e contra a lei de parcelamento do solo em Biguaçu. Eles conseguiram habeas-corpus e foram soltos.
A assessoria de comunicação da Superintendência da PF informou que o inquérito do caso foi desmembrado e que os prazos para as conclusões das investigações vencem apenas em 2009. Inicialmente, as informações sobre a Dríade deveriam ser encerradas até o dia 14 de dezembro. A Justiça Federal não confirmou o novo prazo e nem a divisão do inquérito com o argumento do segredo de Justiça. ClicRBS
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