Jorge Serrão
As financeiras no Brasil começaram a restringir a liberação de crédito direto aos clientes. A medida atinge os empréstimos pessoais, parcelamento de carros e crediários usados na compra de eletrodomésticos. Ontem, o desgoverno pensava se lançava ou não, na véspera da eleição, um pacotinho para restringir o crédito e facilitar a vida dos bancos, como os leilões de câmbio, a redução do compulsório depositado diariamente e a oferta de linhas de redesconto.
O Banco Central não precisou agir tão radicalmente, porque os bancos agiram por conta própria. As instituições diminuíram os prazos para pagamento das parcelas. Para aquisição de veículos, o total de parcelas caiu de 72 para 60 meses. No caso dos eletrodomésticos e crédito pessoal, esse número caiu de 36 para 24 meses. Os juros dessas linhas subiram, em média, para 7,39%. Antes, o percentual era de 7,35%.
A Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) admite que as financeiras encontram dificuldades de captar recursos no exterior. Por isso, a orientação é segurar a onda da farra do crédito. O Panamericano suspendeu a liberação de crédito para novos clientes. Mesma medida adotada pelo banco BMG. A restrição é uma tendência entre as financeiras de menor porte.
A greve dos bancários por tempo indeterminado - que afeta hoje o Rio e outras regiões do País, como Brasília e São Luís – é bastante conveniente à equipe econômica. Na tese do Banco Central, quanto menor o movimento no sistema financeiro, melhor. Os bancários reivindicam reajuste de 13,23% - inflação acumulada em 12 meses, mais aumento real de 5%. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu 7,5%.
O dia é de expectativa. A tendência é de bolsas de valores com índices estáveis, pelo menos hoje. O amanhã depende do Senado norte-americano que votará, no final da tarde desta quarta-feira, o plano de resgate do setor financeiro proposto pelo governo do presidente George W.Bush.
O pacote de medidas incluirá uma cláusula sobre reduções tributárias, rejeitada segunda-feira pela Câmara dos Representantes do Congresso. Também incluiria um aumento no valor dos depósitos bancários segurados pelo FDIC (Federal Deposit Insurance Corp, um órgão governamental) para US$ 250 mil, contra US$ 100 mil previstos anteriormente.
A votação acontecerá antes de ser submetida novamente à Câmara, que a rejeitou na segunda-feira por 228 contra 205 votos. A rejeição despencou as bolsas de valores. O índice Dow Jones caiu 770 pontos - a maior queda em número de pontos em toda a sua história.
A decisão de votar depressa foi tomada por Harry Reid, líder da maioria democrata, e Mitch McConell, líder da minoria republicana. Os candidatos à presidência dos EUA, Barack Obama e John McCain, estarão em Wasington para acompanhar a sessão extraordinária convocada pelo Senado para votar as alterações no pacote do governo. Alerta Total
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