sexta-feira, 3 de outubro de 2008

BC alivia compulsório e deixa bancos se financiarem com empréstimos a receber com medo de quebradeiras

crise 

Jorge Serrão

Pelo menos três financeiras brasileiras de médio porte enfrentam problemas de liquidez. Foram forçadas a parar de emprestar dinheiro. Foram autorizadas pelo Banco Central, como medida de emergência, a se financiarem através da emissão de papéis baseados em empréstimos a receber – sobretudo no formato consignado, onde o risco de calote é quase zero. O BC também anunciou mudanças nas regras compulsórias dos bancos para dar mais liquidez ao mercado. A medida deve injetar R$ 23,5 bilhões no sistema financeiro.

As empresas e bancos encontram dificuldades em conseguir dólares. Nem nos mercados da Ásia havia qualquer sobra de moeda norte-americana. Por isso, o dólar subiu tanto ontem e pode subir ainda mais. A desvalorização do real atingiu 18,5% no último mês. Em outubro tende a ser maior ainda. O câmbio nervoso deve afetar, de imediato, os juros para habitação e o preço de produtos importados típicos do Natal. O pessimismo toma conta do mercado. Pequenos investidores da Bolsa de Valores foram para o saco com suas aplicações. Não se sabe até quando o chefão Lula conseguirá sustentar o discurso irreal de que a crise não chegou ao Brasil.

O BC estuda mudanças no esquema de financiamentos. As operações para aquisição de veículos deve ser as mais afetadas. Os créditos de longo prazo (48 a 72 meses) serão suspensos. A nova regra só vai permitir empréstimos de 36 vezes no máximo, com pelo menos 20% de entrada, para a compra de carros e motos a prazo. As montadoras temem que a diminuição nos prazos de financiamento dificultem as vendas e aumentem os estoques. O medo real é de recessão no médio prazo.

Os supermercados já sentem a queda no consumo e um perigoso aumento de estoques, o que vai afetar novos pedidos de compras para reposição. A equipe econômica sabe de tudo que acontece na realidade. Mas prefere manter o discurso enganoso de Lula sobre as previsões de até 4% de crescimento econômico para 2009.

Hoje, o pacote de socorro aos bancos deve ir à votação na Câmara dos Representantes dos EUA, com risco de ser rejeitado novamente. Há grupos de deputados contrários às emendas que elevaram o custo da ajuda para US$ 850 bilhões. Por isto, o dia será de nervosismo e volatilidade no mercado financeiro. Alerta Total


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