Jorge Serrão
O chefão Lula da Silva não quer saber de crise e nem de pacote. Sua única preocupação é garantir o crédito fácil para seus eleitores, pelo menos até domingo. Depois disso, seja o que a crise quiser e o Banco Central impuser. A privilegiada mente presidencial raciocina exclusivamente no resultado eleitoral. Tanto que Lula vai reforçar as campanhas do PT em São Paulo, embora o Palácio do Planalto minta que ele vá fazer campanha.
No sábado, véspera da eleição municipal, Lula vai se reunir com candidatos petistas e prefeituras da Grande SP, entre eles Marta Suplicy. O encontro será durante almoço em São Bernardo do Campo, berço do PT, e onde Lula já tem um apartamentão e constrói uma mansão na luxuosa “Swiss Park” (mega terreno que pertenceu à família de um atual ministro do Supremo Tribunal Federal).
Ontem Lula cobrou de seus ministros que não falte crédito para os consumidores: “Cuidem do crédito. O Natal está aí”. Foi o recado transmitido pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo – o mesmo que retém as verbas das Forças Armadas no orçamento. Para debelar os efeitos da crise global por aqui, o desgoverno estuda redução dos depósitos compulsórios para elevar o volume de dinheiro destinado ao crédito. No Brasil, ao contrário da maioria dos países, ainda se exige dos bancos o recolhimento obrigatório de R$ 53 para cada R$ 100 em depósitos à vista nos bancos. Nos depósitos a prazo, o recolhimento é de 23%.
Os bancos já diminuíram os prazos para pagamento das parcelas de empréstimos. Para aquisição de veículos, o total de parcelas caiu de 72 para 60 meses. No caso dos eletrodomésticos e crédito pessoal, esse número caiu de 36 para 24 meses. Os juros dessas linhas subiram, em média, para 7,39%. Antes, o percentual era de 7,35%. Agora, caso ocorram mesmo mudanças no recolhimento do compulsório, Lula espera que os banqueiros escancarem, de novo, a torneirinha do crédito fácil – mágica que impulsiona o consumo sem gerar ou distribuir renda no Brasil.
Ontem Lula também descartou um pacote: “Não tem pacote. (A situação) está mais tranqüila”. Para tentar amenizar a escassez de linhas de financiamento externas para o setor agrícola, gerada pala crise dos EUA, o governo decidiu antecipar a liberação de R$ 5 bilhões que o Banco do Brasil previa usar só em 2009.
Outra medida da equipe econômica é a desburocratização do crédito para pequenas e médias empresas. Aprovou-se uma nova regulamentação do compulsório para o leasing e o leilão de venda de dólares para elevar a liquidez. Por enquanto, o desgoverno brasileiro vai esperar o desdobramento da crise americana para decidir medidas internas. Alerta Total
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